terça-feira, 10 de novembro de 2009

A voz no templo – Jr 7 - Leia com atenção!






Três vezes por ano, os homens judeus deviam ir ao templo em Jerusalém para comemorar as festas (Dt. 16.16); possivelmente, aqui se trata de uma dessas ocasiões. É bem provável que o templo estivesse cheio, mas não havia muitos adoradores verdadeiros em seus átrios. O profeta ficou em pé, ao lado de um dos portões que davam para o átrio do templo, e ali pregou para o povo que passava. Jeremias apresentou quatro acusações de Deus contra o povo de Judá.


“De nada adianta sua adoração” (vv. 1-15).

Por acreditar nas mentiras dos falsos profetas, o povo pensava que poderia vivem em pecado e, ainda assim, ir ao templo e adorar a um Deus santo. De acordo com Jeremias 7.6-9, eram culpados de quebrar cinco dos dez mandamentos, mas os falsos profetas asseveraram que a presença de Deus no templo em Jerusalém garantiria à nação a proteção e as bênçãos de Deus contra qualquer inimigo. Ledo engano. Isso não se tratava de fé, mas sim de uma superstição cega, e num instante Jeremias acabou com suas ilusões.


Jesus fez referência ao versículo 11 depois que purificou o templo (Mt. 21.13). Um covil de salteadores é um lugar onde os ladrões escondem depois de cometer seus crimes. Assim, Jeremias estava afirmando que os judeus estavam usando as cerimônias do templo para encobrir seus pecados. Em vez de ser santificado no templo, o povo estava transformando o templo num lugar profano!


Um século antes, Isaías havia pregado a mesma mensagem (Is. 1) e muito tempo depois Paulo escreveu uma advertência semelhante aos cristãos de seus dias (Ef. 5.1-7; Fp 3.17-21). Qualquer teologia que faz pouco da santidade de Deus e que tolera os pecados deliberados das pessoas é um fala teologia. O povo precisava arrepender-se, não apenas para evitar as desastrosas conseqüências de seus pecados em seu caráter e em sua adoração, mas também para escapar do julgamento que estava por vir (Jr 7.12-15).


“De nada adiantam suas orações” (vv. 16-20).


Em pelo menos três ocasiões, Deus instruiu Jeremias a não orar pelo povo (Jr 7.16; 11.4; 14.11) – o que certamente equivalia a uma terrível acusação contra os judeus. Deus permitiu que Abraão orasse pela perversa Sodoma (Gn. 18.23-33) e ouviu quando Moisés intercedeu pelo povo pecador de Israel (Ex. 32; 33; Nm 14), mas não deixou que Jeremias suplicasse pelo reino de Judá. O povo havia ido longe demais em seus pecados, e tudo o que lhes restava era o juízo.


A degeneração de uma nação começa em seus lares, e Deus viu famílias inteiras em Jerusalém trabalhando em conjunto para adorar ídolos (Jr. 7-17-19). Se ao menos os pais tivessem ajudado os filhos a aprender sobre o Senhor e a adorá-lo! Mas os judeus prestavam culto à Ishtar, a deusa babilônica do amor e da fertilidade, cuja adoração envolvia obscenidades abomináveis (Jr. 44.17-19, 25). Por certo, essa adoração pecaminosa entristecia a Deus, mas o povo estava causando mais mal a si mesmo do que ao Senhor. Essa imoralidade pagã tinha um efeito devastador sobre as crianças, e Deus enviaria um julgamento que destruiria a terra, a cidade, o templo e o povo. Judá estava sacrificando o permanente em troca do imediato, um péssimo negócio.


“De nada adiantaram seus sacrifícios” (vv. 21-26)


Uma leitura superficial desse parágrafo pode nos dar a impressão de que Deus estava condenando todo o sistema sacrificial que havia dado a seu povo em Êxodo e em Levítico, mas não é esse o caso. De maneira irônica, Jeremias estava apenas lembrando o povo de que sua profusão de sacrifícios não significaria coisa alguma caso seu coração fosse infiel a Deus. O Eterno quer obediência e não sacrifício (1 Sm. 15.22), misericórdia e não rituais religiosos (Os. 6.6; Mq. 6.7)


A aliança de Deus com Israel no monte Sinai enfatizou a demonstração de sua graça para com a nação e a importância da obediência ao Senhor (Ex. 19.1-8). O Eterno estava se casando com uma esposa, e não comprando uma escrava. Quando, no livro de Deuteronômio, Moisés repetiu a lei para a nova geração, sua ênfase foi sobre a importância de amar ao Senhor e de lhe obedecer de coração (Dt 6.1-15; 10.12-22; 11.1) Colocar o ritual exterior no lugar da devoção interior faria com que os sacrifícios perdessem seu sentido e privaria o coração das bênçãos de Deus. O mesmo principio aplica-se aos cristãos de hoje.


“De nada adiantam minha disciplina e correção” (Jr 7.27 – 8.3)


“Esta é a nação que não atende à voz do Senhor, seu Deus, e não aceita a disciplina” (Jr 7.28). Deus disciplina a quem ama (Pv. 3.11,12; Hb 12.5-13), e se verdadeiramente conhecemos e amamos o Eterno, a disciplina nos levará de volta para Ele em obediência contrita. Porém, Deus disse a Jeremias que lamentasse pela nação morta, pois eles não se arrependeriam.


Tofete é uma palavra aramaica que significa “fogueira” e tem um som parecido com o termo hebraico usado para “coisas vergonhosas”. Tofete era um lugar, no vale do filho de Hinom, onde o povo sacrificaria seus filhos aos ídolos jogando as crianças no fogo (Is. 30.33). O rei Josias havia profanado Tofete e transformado o lugar num depósito de lixo (2 Rs 23.10), porém logo após sua morte esses horríveis rituais pagãos foram reinstituídos. O termo grego geena, que significa “inferno”, vem da palavra hebraica ge’hinnom, o vale de Hinom. O inferno é um depósito de lixo onde os pecadores que rejeitam a Cristo sofrerão eternamente, junto com o Diabo e seus anjos (Mt 25.41).


Concluindo, Jeremias anunciou que chegaria o dia em que o vale de Hinom se tornaria um cemitério pequeno demais para todas as pessoas que precisariam ser enterradas ali depois da invasão babilônica. “Não serão recolhidos nem sepultados, serão como esterco sobre a terra” (Jr 8.2).




http://davarelohim.blogspot.com/2009/08/voz-no-templo-jr-7-leia-com-atencao.html




Reproduzido por: Dc. Alair Alcantara




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