terça-feira, 25 de dezembro de 2012

A Criança Que Sempre Existiu


Há dois mil anos atrás nasceu em Israel uma criança que mais tarde pôde declarar, com toda a razão: “Antes que Abraão existisse, EU SOU” (Jo 8.58).
Sobre o nascimento e o nome dessa criança a Bíblia relata: “Estando eles ali (em Belém), aconteceu completarem-se-lhe os dias, e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2.6-7). José lhe “pôs o nome de Jesus” (Mt 1.25).
Um casal está a caminho. A mulher se encontra nos últimos dias da gravidez. Em breve seu filho irá nascer. Não em casa, mas na estrebaria de uma hospedaria superlotada. Não há berço para o bebê, que é colocado em uma manjedoura. O recém-nascido recebe o nome de Jesus.
Este nome viria a se tornar o mais famoso e significativo de toda a história da humanidade, e seu possuidor a personalidade mais importante de todos os tempos. Ele sobrepuja a todos os reis, poderosos, heróis, políticos e famosos de ontem e de hoje. Pessoa alguma tocou o mundo de maneira tão forte e perene quanto Ele. O que está por trás desse nome, dessa pessoa chamada Jesus?
É imprescindível ocupar-se com esse homem. Quem o negligencia, quem deixa de dar-lhe atenção perde o que existe de mais grandioso. Há algum tempo o correio devolveu um de nossos livros evangelísticos porque o destinatário não quis recebê-lo. Na justificativa da devolução estava escrito “Desnecessário”. Muitos pensam que Jesus é “desnecessário” para eles.
Jesus cresceu física, emocional e espiritualmente como um menino normal.
Bem diferente foi o comportamento dos magos do Oriente (Mt 2.1ss.). E Agur, que viveu muito tempo antes de Jesus nascer, já disse:“Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas na sua roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o seu nome, e qual é o nome do seu filho, se é que o sabes?” (Pv 30.4). O próprio Jesus dá a resposta: “Ora, ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o Filho do homem” (Jo 3.13).
Quem é a criança envolta em faixas que nasceu em um estábulo em Belém? Trata-se dAquele que já existe desde sempre.

Qual é o nome de Deus

Alguma vez você já se perguntou qual o verdadeiro nome de Deus? Ele deve ter um nome! Agur perguntou: “Qual é o seu nome, e qual é o nome do seu filho, se é que o sabes?” (Pv 30.4). Uma das perguntas que Moisés fez ao Senhor foi: “Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é seu nome? Que lhes direi?” (Êx 3.13).
A palavra “Deus” é apenas um título, um termo genérico, que também pode ser aplicado a pessoas. Em todas as épocas houve pessoas que se chamaram de “deuses”. O próprio Deus usou essa expressão quando disse que Moisés seria Deus para Arão: “Ele falará por ti ao povo; ele te será por boca, e tu lhe serás por Deus” (Êx 4.16).
O conceito de “deus”
– pode ser aplicado a Alá. Alá não é um nome próprio, pois significa simplesmente “deus”.
– pode ser aplicado aos “deuses” no sentido de falsas divindades e ídolos dos gentios: “Não seguirás outros deuses, nenhum dos deuses dos povos que houver à roda de ti” (Dt 6.14).Em 1 Coríntios 8.5-6 está escrito: “Porque, ainda que há alguns que se chamem deuses, quer no céu ou sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores, todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele”.
“Eu sou o bom pastor”
Mas como se chama o verdadeiro Deus, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó? Esse Deus tem um nome próprio atribuído somente a Ele. É um nome que não Lhe foi dado por ninguém, mas que Ele mesmo se deu e que descreve quem Ele é. Esse nome é representado pelo tetragrama YHWH, que em algumas traduções da Bíblia aparece como “Javé”, outras traduzem como “Jeová” e “Senhor”. Isso pode ser visto na resposta de Deus à pergunta de Seu servo Moisés: “Disse Deus ainda mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor (Javé), o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vós outros; este é o meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em geração” (Êx 3.15). Quando Moisés estava muito abatido após seu primeiro encontro com Faraó e ao ouvir suas ordens negativas, o Eterno o animou com as seguintes palavras: “Eu sou o Senhor (Javé). Apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó como Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, O Senhor (Javé), não lhes fui conhecido” (Êx 6.2-3).

O que significa esse nome?

O Senhor explicou a Moisés, quando este perguntou por Seu nome: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros... O Senhor (Javé), o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó...” (Êx 3.14-15). Com isso Deus estava se diferenciando de todos os outros deuses, pois Javé significa “Eu sou o que sou”. Esse nome exprime a existência eterna de Deus, aquilo que Ele é em toda a Sua pessoa.
Abraham Meister, erudito e profundo conhecedor da Bíblia, escreveu em um de seus comentários: “Javé é o absoluto ‘EU’ em sua plenitude divina máxima”. O nome próprio de Deus pode ser traduzido de nove maneiras diferentes. Através delas vemos que Deus é:
Eu sou o que sou.
Eu sou o que era.
Eu sou o que serei.
Eu era o que sou.
Eu era o que era.
Eu era o que serei.
Eu serei o que sou.
Eu serei o que era.
Eu serei o que serei.
Isso significa: “Eu sou Aquele que nunca veio à existência, que sempre é, que existe por si mesmo, o imutável, que é eternamente presente”.
“Eu sou a videira verdadeira”
Meister escreve: “A raiz ‘hwh’, da qual deriva a palavra ‘Javé’, significa ‘ser’, ‘vir a ser”. Ele é, portanto, ‘o que é’, que se torna conhecido como o que ‘vem a ser’. Ele se mostra ‘em uma auto-revelação constante e crescente’... Ele é auto-existente, que se revela a si mesmo...”
Esse nome era tão sagrado, grandioso e inacessível para os judeus que eles, por profundo respeito ao terceiro mandamento:“Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão”, nem ousavam pronunciá-lo. Ao invés de Javé, eles diziam “Senhor” (Adonai).

Quem é esse Deus?

Considero esse temor dos judeus exagerado, pois Deus queria ser chamado de “Javé”. Assim está escrito, por exemplo, em Joel 2.32: “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor (Javé) será salvo” (veja também 1 Co 10.13).
O nome de Deus, “Javé”, está explicitamente ligado à salvação. É significativo ver que Deus se revela com esse nome em conexão com a salvação de Israel do cativeiro egípcio (Êx 3).
Ao estudarmos a auto-revelação divina através de Seu nome Javé, vemos que o Senhor tem salvação, ajuda e socorro para todas as pessoas e para todas as suas necessidades, por exemplo:
Javé-Raffá – o Senhor que sara.
Javé-Roi – O Senhor é o meu pastor.
Javé-Shalom – o Senhor é paz.
Javé-Tsidkenu – o Senhor é nossa justiça.
A salvação humana, porém, está personificada na revelação do Filho de Deus em Sua encarnação.

1. Deus se revela como Salvador

Através do profeta Isaías, Deus disse a Seu povo: “Porque eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador” (Is 43.3). E mais: “Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há salvador” (Is 43.11).
Quando Jesus tornou-se homem, foi dito a Seu respeito: “O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.10-11).
“Eu sou o pão da vida”

2. Deus se revela como Pastor

Davi fala de um bom pastor, “Javé-Roi”, no Salmo 23.1: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.” Sempre me perguntei por que o anjo do Senhor foi primeiro até os pastores nos campos de Belém para falar-lhes do Salvador. E dentro dessa perspectiva, revelada por um dos nomes de Deus, consigo entender melhor o porquê: o verdadeiro Pastor de Israel veio ao mundo para suprir as necessidades de todas as pessoas. Os pastores nos campos de Belém ouviram a proclamação: ‘Pastores de Belém! Vocês sabem lidar muito bem com as ovelhas! Agora chegou o Pastor de vocês! O Grande Pastor, o Supremo Pastor ‘Javé-Roi’!” (compare com 1 Pe 5.4).

3. Deus se revela como Rocha

Lemos sobre a “Rocha” de Israel: “Pois quem é Deus, senão o Senhor? E quem é o rochedo, senão o nosso Deus?” (Sl 18.31). E o apóstolo Paulo diz acerca dessa Rocha: “...e beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo” (1 Co 10.4).
Deduz-se daí que:

Jesus é Deus

Existem algumas passagens do Novo Testamento onde o Senhor Jesus fala de si mesmo de maneira muito soberana, dizendo que é o “Eu Sou”. Ao fazer essa auto-revelação, Ele usa exatamente a mesma expressão com que Deus se revelou a Seu povo, no Antigo Testamento, como o único Salvador e Senhor do Universo.
Podemos dizer que Jesus é a pessoa da Trindade que se voltou para a humanidade; em Jesus, Deus voltou-se para nós. Não cremos em três deuses mas em um só Deus que se revela em três pessoas.
Vejamos a auto-revelação de Jesus Cristo como o “Eu Sou”:
1. Jesus diz em João 13.19: “Desde já vos digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais que EU SOU.” Jesus anuncia que é Javé, o “Eu Sou” do povo de Israel.
2. Encontramos uma das auto-revelações mais interessantes de Jesus por ocasião de Seu debate com as autoridades judaicas: “Por isso, eu vos digo que morrereis nos vossos pecados; porque, se não crerdes que EU SOU, morrereis nos vossos pecados. Então, lhe perguntaram: Quem és tu? Respondeu-lhes Jesus: Que é que desde o princípio vos tenho dito?” (Jo 8.24-25). Quando os judeus perguntaram: “És maior do que Abraão, o nosso pai, que morreu? Também os profetas morreram. Quem, pois, te fazes ser?” (Jo 8.53), Jesus lhes respondeu: “Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU. Então, pegaram em pedras para atirarem nele; mas Jesus se ocultou e saiu do templo” (vv. 58-59).
“Eu sou a porta”
3. Jesus se apresentou como “Eu Sou” em outras situações:
“Eu sou o pão da vida” (Jo 6.35).
“Eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12; 9.5).
“Eu sou a porta” (Jo 10.9).
“Eu sou o bom pastor” (Jo 10.11,14).
“Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11.25).
“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” (Jo 14.6).
“Eu sou a videira verdadeira” (Jo 15.1).
4. A declaração mais marcante de Jesus dizendo que era Deus ocorreu quando Ele se encontrava no jardim Getsêmani. Lemos em João 18.3-6: “Tendo, pois, Judas recebido a escolta e, dos principais sacerdotes e dos fariseus, alguns guardas, chegou a este lugar com lanternas, tochas e armas. Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se e perguntou-lhes: A quem buscais? Responderam-lhe: A Jesus, o Nazareno. Então, Jesus lhes disse: Sou eu. Ora, Judas, o traidor, estava também com eles. Quando, pois, Jesus lhes disse: Sou eu, recuaram e caíram por terra.”
Nessa ocasião, Jesus claramente se revelou com o nome de Deus, “Javé”, Aquele que existe por sua própria força e poder, Aquele que existe por si mesmo. Como conseqüência dessa revelação, tão explicitamente de acordo com a revelação divina que o povo de Israel conhecia, os que estavam presentes recuaram e caíram por terra.

A conseqüência dessa verdade

A declaração mais marcante de Jesus dizendo que era Deus ocorreu quando Ele se encontrava no jardim Getsêmani.
Esse Jesus, que veio ao mundo numa estrebaria, que passou pelo processo de se tornar humano ao nascer assim como nós, que cresceu como menino normal física, emocional e espiritualmente, que amadureceu e começou a envelhecer como qualquer pessoa, esse Jesus é Javé desde a eternidade e existe desde sempre.“Eu sou o que sou.” A Epístola aos Hebreus diz a Seu respeito: “Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre” (Hb 13.8).
Por que Jesus teve de se tornar homem? Porque Deus não pode morrer! Mas Deus queria morrer pelos pecados dos homens, de modo que tinha de se tornar homem e por isso veio ao mundo através de Jesus Cristo. Lemos sobre esse ato sublime de Deus se tornando homem : “pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.6-8). No grego, a expressão “subsistindo em forma de Deus” define uma forma, uma maneira de ser quando vista objetivamente por um espectador neutro, a forma como ela é em si mesma. Jesus é Deus e existe desde a eternidade como o próprio Deus.
Nascemos como seres humanos e desejamos entrar na vida eterna. Jesus veio da vida eterna e tornou-se homem para morrer. No jardim Getsêmani, quando Jesus se revelou como o “Eu Sou” e todos os seus inimigos recuaram e caíram por terra, Ele ordenou: “se é a mim, pois, que buscais, deixai ir estes (Seus discípulos)” (Jo 18.8). E então entregou-se voluntariamente para morrer.
Deus se entregou para que você possa “ir”, para que você fique livre. Deus morreu, para que você possa viver eternamente. Somente assim torna-se possível invocar o nome do Senhor para sermos salvos.
Por Jesus ser Aquele que é, Deus “o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra” (Fp 2.9-10). É por isso que “não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12).
Não podemos invocar Deus maior que Javé, pois não existe quem seja superior ao “Eu Sou”. Através da encarnação de Jesus, através de Sua morte na cruz e através de Sua ressurreição temos a possibilidade de invocar Aquele que está acima de tudo e de todos. Para toda área de nossas vidas, para toda dor, para toda angústia e para todo pecado Ele é o verdadeiro e único sarador e Salvador. Ele controla qualquer situação com que possamos nos defrontar. Jesus disse com toda a autoridade: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30). Por essa razão aplicam-se a Ele as palavras de Isaías 43.11: “Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há salvador.” (Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)

Postado Por Pr. Alair Alcântara

Sem Fronteiras

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Estudo XII - A EPÍSTOLA DE JOÃO PARA A SENHORA ELEITA


Por Pr. Alair Alcântara!!!



“Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho” (2Jo 9).

Em muitos aspectos, a segunda epístola de João se assemelha à primeira. Embora seja menor, é usado o mesmo vocabulário, ocorrem os mesmos temas e prevalece a mesma preocupação pelos crentes. Um toque pessoal também é encontrado em ambas.
Porém, em contraste com a primeira epístola, a segunda é claramente traçada em forma de epístola, com introdução e conclusão formal. O corpo principal contém elogios, uma exortação ao amor e a andar de acordo com os mandamentos, e uma seção que trata dos anticristos. A brevidade de 2 João, como também 3 João, pode ter sido ditada pelo tamanho de uma folha de papiro. Se isso for verdade, o apóstolo deve ter pesado as palavras cuidadosamente conforme o Espírito Santo o movia a escrever.

Em amor e verdade

Uma leitura superficial de 2 João sugere que a epístola foi dirigida a um grupo de crentes (e não a uma única mulher). Isso faz muito sentido porque, em outros lugares do Novo Testamento, a igreja é retratada como uma mulher (Ef 5:22-32Ap 12:1-6). Esses crentes, portanto, são cristãos maduros, não filhos literais.

Que palavra é repetida várias vezes na introdução de 2 João 1-4?

Note, também, que João usa a palavra verdade em combinação com amor nos versos 1 e 4. A fim de entender a natureza do amor verdadeiro entre os cristãos, é necessário um qualificativo, a verdade. O amor pode ser interpretado sob um ponto de vista puramente emocional, até mesmo sensual e superficial. O amor cristão é “verdadeiro” amor, expresso no contexto da verdade.

Quando falamos sobre a verdade, somos lembrados de Deus; de Jesus, que é a verdade (Jo 14:6); e do Espírito Santo. Assim como o Espírito Santo está com os crentes para sempre também a verdade está com eles para sempre (2Jo 2). Em última instância, tanto a verdade como o amor apontam para Deus e se pertencem mutuamente na fé e na experiência cristã.

Ao mesmo tempo, verdade e amor parecem formar o tema principal de 2 João. O amor é mais discutido nos versos 5 e 6. A verdade é necessária para discernir os enganos e seus resultados (v. 7, 8) e para permanecer no ensino de Cristo (v. 9, 10).

Andando conforme os mandamentos

verso 4 é um encorajamento tanto para a igreja como para João. É estimulante e encorajador aos membros da igreja ouvir que o presbítero se regozija muito que eles “andem na verdade”. Isso os motiva a continuar a vida cristã “na verdade, de acordo com o mandamento que recebemos da parte do Pai”. O mandamento de andar na verdade pode ser encontrado em 1 João 3:23, onde ele nos chama a crer em Jesus e amar uns aos outros.

Depois da alegria (v. 4) vem um pedido que é ao mesmo tempo uma exortação (v. 5, 6). João fala novamente de um mandamento (v. 5). Esse é o mandamento (singular) de amar uns aos outros. Então, ele parte do conceito de “mandamento” para o conceito de “amor” e, realmente, esse mandamento tem o amor como seu conteúdo.
No verso 6, ele continua de modo inverso; isto é, ele parte do amor para os mandamentos (plural). O amor se mostra na guarda dos mandamentos de Deus. Em outras palavras, temos este mandamento que é amar uns aos outros, e revelamos esse amor guardando os mandamentos.

Como a guarda dos mandamentos (Êxodo 20:1-17) revela o amor de uns para com os outros?

É interessante que algo como a guarda da lei, as regras, e detalhes das normas esteja ligado tão intimamente com o amor. Mas é perfeitamente lógico. O amor não é só o que sentimos; também é o que fazemos, é como agimos; é como nos relacionamos com os outros. Entretanto, muito mais do que guardar os Dez Mandamentos, apenas, o amor verdadeiro não pode ser separado dos princípios encontrados neles.

Ultrapassando a doutrina de Cristo

Qual é a advertência de João a respeito dos enganadores? Quais são as consequências de seguir falsas doutrinas? 2Jo 7-9

Nos versos 7-9, voltamos aos enganadores e sua falsa compreensão de Jesus. Parece ser a mesma situação que já encontramos em 1 João. É muito triste quando alguém deixa a igreja e se torna um dos “enganadores”. É verdade, muitos ainda permanecem na verdade (v. 4), mas um pastor lamenta por todos os que abandonam Deus e Sua igreja.
Os ensinos dos anticristos a respeito de Jesus eram diferentes dos ensinos dos apóstolos. Os membros da igreja precisam tomar cuidado a fim de não ser afetados por eles e seus falsos ensinos. Neste texto, João é muito claro, também, afirmando que os crentes podem se extraviar, e que não existe essa realidade de “uma vez salvo, salvo para sempre”.

João não se ilude imaginando que a doutrina não tem importância. Para ele, os falsos ensinos podem levar à perda da vida eterna. Assim, a doutrina é importante!

Negligenciando a hospitalidade?

A Bíblia dá grande valor à hospitalidade (Hb 13:21Pe 4:9). Jesus Se misturava com coletores de impostos, fariseus e outros que talvez nem sempre tivessem uma teologia ou um estilo de vida corretos.

Embora a hospitalidade seja uma virtude cristã, existem limitações. Se a hospitalidade pode levar a apoiar direta ou indiretamente falsas doutrinas, deve ser abandonada. No primeiro século d.C., os mestres perambulavam de igreja em igreja, pregando em vários lugares e se hospedando com membros da igreja que deveriam lhes fornecer alimento e alojamento.

Se esses mestres propagavam doutrinas falsas, a hospitalidade era entendida como um apoio à sua posição e ajudavam realmente seu trabalho. Além disso, os membros da igreja que estavam vacilando entre o ensino apostólico e as ideias falsas podiam ficar confusos ou até mesmo tomar uma decisão errada se vissem um membro preeminente da igreja permitindo que um enganador ficasse em seu lar.
João não está propondo odiar essas pessoas nem evitar qualquer contato com eles, mas devemos estar cientes do fato de que nosso comportamento pode ser entendido como endosso a ideias contrárias à verdade. Se for esse o caso, devemos ser muito cuidadosos.

Tem sido sugerido que, nos versos 10 e 11, João estava preocupado não tanto com o comportamento individual dos crentes como com o da igreja toda, e que a “casa” mencionada no verso 10 não é um lugar de habitação particular mas o lugar em que a igreja se reúne para adoração. A igreja não deve encorajar um mestre que prega heresia.

Em resumo, a recepção a um falso mestre seria percebida como encorajamento ao que ele ou ela apresenta. Hoje, podemos ter perdido o senso de quão problemáticas as heresias podem ser. Alguns consideram que até mesmo falar sobre “heresia” é crítico ou arrogante, embora as Escrituras falem com frequência sobre esse assunto. João nos lembra que existe uma diferença básica entre a verdade e o erro.

Comunicação pessoal

Com os versos 12 e 13, chegamos ao fim de 2 João. Esses versos formam a conclusão da epístola e nos permitem ver o interesse pessoal de João em seu público e seu desejo de encontrar esses crentes pessoalmente.

A mensagem que João comunica é forte. No que se refere aos anticristos, João não deixa espaço para negociação nem meio-termo. Somos lembrados da atitude de Paulo quando escreveu aos Gálatas (Gl 1:6-9).

João pode ter compartilhado sua mensagem oralmente, mas também existem vantagens para uma forma escrita de comunicação:
  • As epístolas dos apóstolos eram consideradas de especial importância e autoridade e eram levadas a sério.
  • A epístola pode ter alcançado o público antes que fosse possível uma visita pessoal. A urgência da situação exigia uma resposta rápida.
  • A mensagem foi preservada para outras igrejas e gerações posteriores que se achavam em situações semelhantes. Realmente, João pediu que a epístola fosse compartilhada com outras igrejas (v. 13).
  • Uma epístola pode ser esboçada muito cuidadosamente e frequentemente pode ser mais precisa que uma apresentação oral.
  • O Espírito Santo o impeliu a registrar sua mensagem por escrito.
  •  
Apesar de tudo isso, João ainda queria encontrá-los pessoalmente.

 “O apóstolo [João] ensina que, conquanto devamos manifestar cortesia cristã, estamos autorizados a chamar o pecado e os pecadores por seu verdadeiro nome – que isto é coerente com o verdadeiro amor. Conquanto tenhamos de amar as pessoas por quem Cristo morreu e trabalhar por sua salvação, não devemos condescender com o pecado. Não nos unamos com os rebeldes chamando a isso amor. Deus exige de Seu povo atual que permaneça, como o fez João em seu tempo, inflexivelmente pelo direito, em oposição aos erros destruidores das pessoas” ( Santificação, p. 65).

“A maior necessidade do mundo é a de homens – homens que se não comprem nem se vendam; homens que no íntimo do ser sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus” ( Educação, p. 57).

Postado Por Pr. Alair Alcântara

Sem Fronteiras

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Estudo XI - TEMAS IMPORTANTES EM 1 JOÃO


Por Pr. Alair Alcântara!!!

“Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque haveremos de vê-Lo como Ele é” (1Jo 3:2).

De toda a tragédia que resultou do 11 de setembro de 2001, os ataques terroristas em Nova Iorque e Washington, D.C., houve um resultado positivo: para muitos, representou o toque fúnebre para o relativismo moral. A matança a sangue frio de milhares, em pleno dia, diretamente em nossos aparelhos de TV, trouxe a muitos em tempo real o horror envolvido nesse assassinato em massa. De repente, ficou óbvio que um mal como esse nunca poderia ser justificado com base na cultura. Em 11 de setembro, as pessoas viram a face de um mal moral, mal que transcendeu toda cultura, todas as tradições, todas as épocas e, de repente, para muitos a natureza objetiva da moral, particularmente do mal, finalmente se mostrou como nunca antes.

Em 1 João, nos é dado um vislumbre da Divindade: o Pai (1Jo 2:16), o Filho (v. 23) e o Espírito Santo (1Jo 5:6). Mas a ênfase principal está em Jesus e no Pai. A epístola diz que Deus é luz e que as trevas (o mal) não existem nEle. Diz que Deus é justo e que Ele é amor. Realmente, nossa habilidade de amar depende de Deus, que é amor. A relação de Deus com os crentes se expressa pela palavra filhos, que em si mesma revela o amor e cuidado que Ele tem por nós. Em resumo, 1 João pinta para nós um quadro muito positivo e esperançoso de como é nosso Deus.

Mas o capítulo nos diz algo mais. Diz o que o Senhor está fazendo por nós. É aqui que deve estar nossa real esperança e encorajamento.

De acordo com 1 João, o que Deus fez por nós e o que está sendo feito agora por nós?

a. 1Jo 1:9
d. 1Jo 3:8


A epístola se refere à vinda de Cristo em forma humana, bem como Sua morte por nós, que nos oferece a oportunidade de ter vida eterna. Ao mesmo tempo, Sua morte derrotou as obras do diabo, nosso inimigo. De acordo com 1 João, Deus perdoa nossos pecados, nos purifica, intercede por nós e nos dá vida eterna. Ele nos oferece segurança e nos faz Seus filhos. A base desse ensino é que unicamente a cruz e o sangue de Jesus nos salvam, nada mais.

A Igreja

No Novo Testamento, a igreja é apresentada sob várias imagens como:  sal (Mt 5:13); coluna (1Tm 3:15); edifício ou casa (Ef 2:21, 22); templo (1Co 3:16,17); mãe (Ap 12:1, 2); noiva (Ap 21:2) e corpo de Cristo (Ef 1:22, 23).

Em 1 João, parece que a igreja é descrita principalmente como uma família. Existe o Pai celestial (12 vezes). Além disso, o próprio João é um tipo de pai, chamando os membros da igreja de “filhinhos” (1Jo 2:18). Os membros da igreja são filhos (13 vezes), pais e jovens (duas vezes cada), e irmãos (13 vezes).

Estas expressões sugerem certo tipo de intimidade, um relacionamento próximo e amor mútuo, e dão a ideia de familiaridade. Todos são necessários, e todos têm um lugar na família de Deus. Além disso, a família inclui a Divindade. Consequentemente, essa comunidade tem uma dimensão horizontal e outra vertical. Como membros da igreja, somos literalmente parte da família de Deus.

Qual é a chave para o que significa ser parte da família de Deus? 1Jo 4:7

Salvação

Desde o Gênesis até o Apocalipse, a Bíblia tem tudo a ver com Jesus. Mas não com Jesus em um vazio. É com Jesus e a redenção. É com o que Deus fez em favor da humanidade caída. É com o surpreendente sacrifício próprio de Deus a fim de nos restaurar ao que originalmente nos foi dado, e mesmo mais. Em resumo, a Bíblia trata da salvação, e esse é um tema-chave também em 1 João.

De acordo com os textos seguintes, como nos foi dada a salvação?

a. 1Jo 1:9
b. 1Jo 2:2

O meio de nossa salvação é o sangue de Cristo (1Jo 1:71 João 5:6, 8), isto é, Seu sacrifício expiatório (1Jo 2:21 Jo 4:10). A cruz não é mencionada diretamente em 1 João. Porém, o sangue e o sacrifício expiatório apontam para a cruz. Não é o exemplo de Jesus que nos salva, por mais importante que seja. É Sua morte. E, ainda, Seu exemplo nos convida a caminhar como Ele fez (1Jo 2:6).

Para João, a salvação dos crentes é uma realidade presente. Ele a descreve de várias maneiras:

Comportamento cristão

Embora, em sua primeira epístola, João trate de erros teológicos, ele novamente fala de ética. João vê claramente que a teologia condiciona a ética e que uma teologia errônea pode levar a atos errados. Consequentemente, é importante ser tão corretos em nossa teologia quanto possível. Uma compreensão errada, por exemplo, da lei e da graça levou milhões sem conta a pisotear o sábado de Deus. Deste modo, devemos nos certificar de que nossa compreensão teológica de Deus e das Escrituras seja madura, crescente e correta.

Devemos também nos certificar de que a nossa teologia se traduza em práticas corretas. É triste ver alguém, um grande defensor da ortodoxia teológica, fugir com o cônjuge de seu vizinho. É trágico quando estudantes e seminaristas de teologia usam desonestidade nas provas. É lamentável quando os guardadores do sábado, que conhecem a verdade sobre a salvação, o santuário celestial e o estado dos mortos, não obstante mentem uns aos outros.

Com apelos diretos e indiretos, João enfatiza o comportamento ético. Ele pede que os cristãos não mintam, não pequem, não odeiem seus irmãos ou irmãs, não amem o mundo com suas atrações e orgulho, e não pratiquem a iniquidade. Ao contrário, ele diz que devemos ser obedientes, fazer o que é certo e amar uns aos outros de maneira tangível. Embora Paulo seja mais detalhista que João (veja, por exemplo, Ef 4:25-5:21), João resumiu tudo quando apontou para a necessidade de guardar os mandamentos de Deus e andar e viver de maneira semelhante à vida de Jesus (1Jo 2:6).

João deixa claro que nascer de Deus, conhecer a Deus, amar a Deus, é algo que muda nossa vida. Conforme João, a verdade não é algo em que se deve acreditar, somente; é algo a ser vivido. Talvez nenhum outro verso diga isso de maneira mais clara que 1 João 3:7: “Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como Ele é justo”.

Verdade e mentiras

Desde o tempo dos antigos gregos até os dias de hoje, tem havido a noção de que a verdade é relativa, que não existem absolutos e que os seres humanos estão longe de ter algum padrão absoluto transcendente para guiá-los e orientar suas ações. Eles têm que decidir por si mesmos o que é verdade e o que é erro, o que é bom e o que é mau, o que é moral e o que é imoral. Isso é conhecido basicamente como relativismo, e embora venha em diversos disfarces, o ponto básico é o mesmo: Não existe padrão absoluto de verdade, bondade ou moralidade. Nessa posição, temos que chegar a essas coisas por nós mesmos – fazendo o melhor que pudermos de acordo com nossa própria cultura, comunidade e tradições.

O que Jesus disse sobre a natureza da verdade absoluta? Jo 14:6

Jesus não aceita a ideia de que a verdade é relativa. Em palavras tão claras quanto possível, Jesus mostra a realidade da verdade absoluta e, nEle, nós a vemos manifesta na forma de uma pessoa!

Que ensina João sobre a verdade? 1Jo 2:4, 211Jo 3:191Jo 4:61Jo 5:20

João sabe que existem absolutos; mais ainda, ele deixa muito claro que existe uma clara distinção entre verdade e mentira, contraste que tende a ser obscurecido nas visões relativistas de mundo. Existe verdade absoluta. Deus é verdade. Jesus e o Espírito Santo são verdade. Por outro lado, mentirosa é a pessoa que faz afirmações não confirmadas pelos fatos, que confessa amar a Deus e não guarda os mandamentos e que nega que Jesus seja o Cristo. Em contraste, os cristãos sinceros conhecem a verdade, amam a verdade e pertencem à verdade. Assim, a verdade é tanto o que aceitamos intelectualmente com o que praticamos.

Hoje, 1 João é muito necessário, porque todos os tipos de falsas ideias estão sendo promovidos. João apela a seu público e a nós para que não creiamos em tudo e não aceitemos novas doutrinas sem profunda análise, mas que provemos se um ensino é ou não verdadeiramente bíblico. É necessário discernimento para distinguir a verdade do erro.

De acordo com João, o cristianismo autêntico tem estes sinais: (1) crença em Jesus como Filho de Deus, que veio em carne; (2) observância dos mandamentos de Deus; e (3) amor a Deus e aos outros.
João quer lançar um fundamento sólido e ajudar seu público a ter a garantia da salvação pela fé em Jesus Cristo como proclamado nas Escrituras.

Postado Por Pr. Alair Alcântara

Sem Fronteiras

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