quarta-feira, 30 de junho de 2010

Estatuto do Hamas


Nota: esta é a tradução literal do Estatuto (Carta) de fundação do Hamas, tornada pública em 1988 e amplamente divulgada pelos sites palestinos oficiais.
Esta tradução foi realizada a partir do original em árabe (1) - e não de traduções para o inglês.

Em nome de Alá, o Misericordioso e Piedoso

Sois (palestinos) a melhor nação surgida na face da terra. Fazei o bem e proibis o mal, e credes em Alá. Se somente os povos do Livro (i.e., judeus [e cristãos]) tivessem crido, teria sido melhor para eles. Alguns deles crêem, mas a maioria deles é iníqua. Nunca serão capazes de nos causar sério mal, serão apenas uns incômodos. Se vos atacarem, acabarão virando as costas e fugirão, e não serão socorridos. Humilhação é a sina deles, onde possam se encontrar, exceto se forem salvos por meio de um compromisso com Alá ou por um compromisso com os homens. Recaiu sobre eles a ira de Alá, e a sina deles é a desgraça, porque recusaram as indicações de Alá e erradamente mataram os profetas, e por serem desobedientes e transgressores (Alcorão, 3:110-112).
Israel existirá e continuará existindo até que o Islã o faça desaparecer, como fez desaparecer a todos aqueles que existiram anteriormente a ele. (segundo palavras do mártir, Iman Hasan al-Banna, com a graça de Alá). (2)
O mundo islâmico se encontra em chamas, e cada um de vós deveis, e todos nós devemos, jogar água, mesmo que seja um pouquinho, para fazer extinguir o que pode ser extinto, sem esperar pelos outros. (das palavras de Sheik Amjad Al-Zahawi, que receba as graças de Alá). (3)
Em nome de Alá, o Misericordioso e Piedoso.

Preâmbulo

Louvado seja Alá. Buscamos Sua ajuda, pedimos Seu perdão, pedimos Sua orientação, e Nele confiamos. Que a paz e as orações se dirijam a Seu Mensageiro, seus familiares e companheiros, e a todos os que lhe são leais e levam a sua mensagem e seguem sua sunna (os costumes do Profeta). Que as orações e a paz lhes sejam dirigidas para todo o sempre, enquanto existirem o céu e a terra.
Oh! Povo, em meio aos nossos grandes problemas e profundos sofrimentos, e dos sofridos corações e braços dos crentes, purificados pelas orações, independente do dever, e em resposta às determinações de Alá – donde emana o chamamento (de nosso Movimento) e o encontro e reunião (de forças), e de onde decorre a educação de acordo com os caminhos de Alá e uma decidida vontade de levar adiante os objetivos (do Movimento) em nossas vidas, ultrapassando todos os obstáculos e sobrepujando as dificuldades da jornada. Daí decorre, também, a permanente prontidão (e também) estardes preparados para o sacrifício da vida de cada um e de todos vós pela causa de Alá.
Então a semente brota e (o movimento) começa a se mover adiante através de mares tempestuosos de desejos e esperanças, sonhos e aspirações, perigos e obstáculos, sofrimentos e desafios, tanto locais (na Palestina) como afora.
Quando a idéia desabrocha e a semente cresce, e a planta lança suas raízes no terreno da realidade, longe das emoções fugidias e impetuosidades impróprias, então o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) (4) estará apto a desempenhar sua missão, marchando em frente pela causa de Alá, (assim fazendo, Hamas) junta suas forças com aqueles que lutam a Guerra Santa (jihad) pela libertação da Palestina. (5). As almas dos combatentes da Jihad encontrarão as almas de todos os guerreiros santos que sacrificaram suas vidas pela terra da Palestina, desde o tempo em que os companheiros do Profeta a conquistaram, até o presente.
Por este Pacto, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) mostra a sua cara, apresenta sua identidade, clarifica sua posição, esclarece suas aspirações, discute suas esperanças, e conclama pelo apoio e suporte, e para que se juntem às suas fileiras, porque nossa luta contra os judeus é muito longa e muito séria, e exige todos os esforços sinceros. É um passo dado que deve ser seguido por outros passos; é uma brigada que deve ser reforçada por outras brigadas e mais outras brigadas deste vasto mundo islâmico, até que o inimigo seja derrotado e a vitória de Alá triunfe.
É assim que vemos o futuro chegando no horizonte. "E depois de algum tempo, sabereis" (Alcorão 38-88).
Alá escreveu: Eu e Meu Mensageiro predominaremos. Alá é Forte e Poderoso" (Alcorão 58-21).
"Dizei: Este é o meu caminho. Chamo Alá com toda certeza, eu e aqueles que me seguem, e que a glória seja para Alá, não me encontro entre os politeístas". (Alcorão 12-108).

Capítulo I

Introdução às Premissas Ideológicas do Movimento

Art. 1º O Movimento de Resistência Islâmica é o caminho. É do Islã que derivam suas idéias, conceitos e percepções a respeito do universo, da vida, e do homem, e todas as suas ações levam em conta o julgamento do Islã. É do Islã que busca orientação bem como guia de seus passos.

O Relacionamento do Movimento de Resistência Islâmica e a Fraternidade Muçulmana

Art. 2º O Movimento de Resistência Islâmica é um dos ramos da Fraternidade Muçulmana na Palestina. A Fraternidade Muçulmana é uma organização global (universal) e é o maior movimento islâmico nos tempos modernos. Ela se distingue por seu profundo entendimento e sua precisão conceitual e pelo fato de englobar a totalidade dos conceitos islâmicos em todos os aspectos da vida, em idéias e crença, na política e na economia, na educação e assuntos sociais, em matérias judiciais e em matérias de governo, na pregação e no ensino, na arte e nas comunicações, no que deve ser secreto e no que deve ser transparente, bem como em todas as áreas da vida.

Estrutura e Formação

Art. 3º O Movimento de Resistência Islâmica é constituído por muçulmanos dedicados a Alá e que a Ele servem, como Ele merece ser servido. "Eu não criei demônios e homens senão para servir-Me" (Alcorão 51:56).
(Tais muçulmanos) reconhecem seus deveres para consigo mesmos, suas famílias e sua pátria, temendo a Alá em tudo. Eles fizeram levantar a bandeira da jihad diante dos opressores a fim de livrar a terra e os crentes de suas depravações, impurezas e maldades. "Atiramos a verdade contra a falsidade e arrebentamos a cabeça dela e, vedes, ela desaparece." (Alcorão 21:18).
Art. 4º O Movimento de Resistência Islâmica considera bem-vindo todo muçulmano que abrace seu credo, adote sua ideologia, se compromete a seguir seu caminho, manter seus segredos e que deseje juntar-se às suas fileiras a fim de levar a cabo seu dever, e tendo Alá como recompensa.

O Movimento de Resistência Islâmica – Dimensões de Tempo e Espaço

Art. 5º A dimensão temporal do Movimento de Resistência Islâmica – em vista do fato de ter adotado o Islã como seu modo de vida – regride ao nascimento da mensagem islâmica e aos primeiros crentes e justos; Alá é o seu objetivo, o Profeta é o exemplo a ser seguido e o Alcorão sua Constituição.
Sua dimensão espacial: onde houver muçulmanos que abracem o islã como seu modo de vida, em todos os confins terrestres. Assim, (o Hamas) lança as suas raízes bem fundo no solo, e a planta se levanta para abraçar os céus.
"Não vedes como Alá nos deu uma parábola? Uma palavra boa é como uma boa árvore; suas raízes são firmes e seus galhos se elevam aos céus. Ela sempre proporciona seus frutos no tempo certo, de acordo com a vontade de Deus. Alá recita parábolas aos homens para que tomem os devidos cuidados". (Alcorão, 14;24/25)

Diferenciação e Independência

Art.6º O Movimento de Resistência Islâmica é um movimento palestino distinto, que é leal a Alá, adota o Islã como modo de vida e se dedica a levantar a bandeira de Alá sobre cada centímetro da Palestina. Sob as asas do Islã, seguidores de outras religiões podem todos viver salvos e seguros em suas vidas, propriedades e direitos; porque na ausência do Islã, a discórdia surge, a injustiça se espalha, a corrupção brota, e acabam existindo conflitos e guerras. Alá abençoe o poeta muçulmano Muhammed Iqbal (6) que disse:
Quando a fé vai embora, não há salvação.
Não há vida para quem não possui uma religião.
Quem se acha contente em viver sem religião,
Adotou a morte como parte da vida.

A Universalidade do Movimento de Resistência Islâmica

Art. 7º Em todos os países do mundo encontram-se muçulmanos que seguem o caminho do Movimento de Resistência Islâmica, e tudo fazem para o apoiar, adotando seu posicionamento e reforçando a sua Guerra Santa (jihad). Por isso, é um Movimento universal, qualificado para esse papel devido à clareza de sua ideologia, superioridade de seus fins e sublimidade de seus objetivos. Nessas bases é que deve ser visto e avaliado, e é nessas bases que seu papel deve ser reconhecido. Quem nega os direitos do Movimento, se recusa a ajuda-lo, se mostra cego (á verdade) e se esforça para embotar seu papel – é como alguém que tenta entrar numa disputa com a predestinação (divina). Quem fecha os olhos aos fatos, intencionalmente ou não, eventualmente despertará (para ver) que foi ultrapassado pelos acontecimentos, e que o valor das provas o torna incapaz de justificar suas posições. Será dada prioridade aos que chegarem primeiro (ao Movimento). A iniqüidade de alguém da família é mais dolorosa para alma do que o golpe de uma espada afiada. (7)
Temos vos revelado a verdade do Livro, confirmando a escritura que vem diante dela e guardando-a. Fazeis o julgamento das pessoas de acordo com o que Alá revelou, e não sigais os caprichos delas, afastando-se da verdade que vos foi revelada. Para cada um de vós Alá indicou a lei e apontou um caminho. Se Alá tivesse assim desejado, faria de vos uma única nação. Entretanto Ele desejou testar-vos em tudo que vos concedeu. Assim, deveis competir uns com os outros em boas ações. Por vontade de Alá todos vós devereis retornar e, então, Ele vos revelará (a verdade) sobre as matérias nas quais vós divergis. (Alcorão 5-48)
O Movimento de Resistência Islâmica é um elo da corrente da jihad contra a invasão sionista. Acha-se conectado e vinculado ao (corajoso) levante do mártir "Izz Al-Din Al-Kassam e sua irmandade, os combatentes da jihad da Fraternidade Muçulmana no ano de 1936. Em seguida está relacionado e conectado a outro elo, a jihad dos palestinos, o empenho e a jihad da Fraternidade Muçulmana na guerra de 1948, e às operações da jihad da Fraternidade Muçulmana de 1968 em diante. Apesar de que tais ligações estejam distantes e apesar de que a continuidade da jihad foi interrompida por obstáculos colocados no caminho dos combatentes da jihad por aqueles que gravitam na órbita do sionismo, o Movimento de Resistência Islâmica aspira concretizar a promessa de Alá, não importando quanto tempo levará. O Profeta, que as bênçãos e a paz de Alá recaiam sobre ele, disse; "A hora do julgamento não chegará até que os muçulmanos combatam os judeus e terminem por mata-los e mesmo que os judeus se abriguem por detrás de árvores e pedras, cada árvore e cada pedra gritará: Oh! Muçulmanos, Oh! Servos de Alá, há um judeu por detrás de mim, venha e mate-o, exceto se se tratar da árvore Gharkad, porque ela é uma árvore dos judeus." (registrado na coleção de Hadith de Bukhari e Muslim).

O Lema do Movimento de Resistência Islâmica

Art. 8º Alá é a finalidade, o Profeta o modelo a ser seguido, o Alcorão a Constituição, a Jihad é o caminho e a morte por Alá é a sublime aspiração.

Capítulo II

Os Fins – Causas e Objetivos

Art. 9º O Movimento de Resistência Islâmica se encontra num período em que o Islã se acha ausente da vida diária. Conseqüentemente, o equilíbrio está rompido, conceitos se acham confusos, valores se acham alterados, as pessoas más galgaram o poder, a injustiça e a escuridão prevalecem, covardes se tornaram tigres, a pátria foi usurpada, o povo expulso e se encontra errante em todos os países do mundo. O governo dos justos está ausente, e prevalece o império da falsidade. Nada se acha no devido lugar. Pois, quando o Islã está ausente, tudo se acha modificado. Essas são as causas.
No que toca aos objetivos, compreendem o combate à falsidade, derrota-la e elimina-la, de forma que os justos venham a imperar. A pátria deve retornar (aos seus verdadeiros donos), e do alto das mesquitas tocará a conclamação para as orações, anunciando o surgimento do império do Islã, de maneira que as pessoas e as coisas retornem aos seus devidos lugares. De Alá buscamos o socorro.
"Se Alá não promovesse a defesa de um grupo de pessoas diante das outras, a terra, certamente, se encontraria em estado de desordem. Alá é o mais bondoso de todos os seres." (Alcorão 2-251)
Art. 10 O Movimento de Resistência Islâmica – enquanto marcha adiante – oferece ajuda a todos os perseguidos e protege os oprimidos com toda a sua força. Não mede esforços para fazer sobressair a verdade e erradicar a mentira, tanto com palavras como com ações concretas, aqui e em qualquer lugar que possa chegar e exercer sua influência.

Capítulo III

Estratégia e Meios

A Estratégia do Movimento de Resistência Islâmica

A Palestina é um Wakf islâmico (propriedade concedida, doada).
Art. 11 O Movimento de Resistência Islâmica sustenta que a Palestina é um território de Wakf, (legado hereditário) para todas as gerações de muçulmanos, até o Dia da Ressurreição. Ninguém pode negligenciar essa terra, nem mesmo uma parte dela, nem abandoná-la, ou parte dela. Nenhum Estado Árabe, ou mesmo todos os Estados Árabes (juntos) têm o direito de faze-lo; nenhum Rei ou Presidente tem esse direito, nem tampouco todos os Reis ou Presidentes juntos, nenhuma organização, ou todas as organizações juntas – sejam elas palestinas ou árabes – têm o direito de faze-lo, porque a Palestina é território Wakf, dado para todas as gerações de muçulmanos, até o Dia da Ressurreição.
Esse é o status legal da terra da Palestina de acordo com a Lei Islâmica. A esse respeito, é igual a quaisquer outras terras que os muçulmanos tenham conquistado pela força, porque os muçulmanos a consagraram, à época da conquista, como legado hereditário para todas as gerações de muçulmanos, até o Dia da Ressurreição. Assim ocorreu quando foi completada a conquista de Al-Sha'm (8) e do Iraque, e os Comandantes dos exércitos muçulmanos enviaram mensagens ao Califa 'Umar b. Al-Khattab, pedindo instruções a respeito das terras conquistadas – dividi-las entre as tropas ou deixa-las em mãos dos seus proprietários, ou proceder de outra forma.
Depois de discussões e consultas entre o Califa 'Umar b. Al-Khattab e os Companheiros do Profeta, ficou decidido que as terras deveriam permanecer em mãos dos proprietários (originais) para se beneficiarem de suas colheitas, mas a terra, isto é, a terra em si, deveria constituir um Wakf, (legado hereditário) para todas as gerações de muçulmanos, até o Dia da Ressurreição. A posse dos proprietários é somente um usufruto. Esse Wakf existirá enquanto existirem os céu e a terra. Qualquer ato que não esteja de acordo com essa Lei Islâmica em relação à Palestina é nulo e revogado."Essa é a única verdade. Por isso, Louvai o Grande Nome do Senhor." (Alcorão 56 –95/96).
Pátria e Nacionalismo Segundo o Movimento de Resistência Islâmica.
Art. 12 Nacionalismo (9), segundo o Movimento de Resistência Islâmica, é parte do credo religioso (islâmico). Não existe nada que fale mais eloqüentemente e mais profundamente de nacionalismo do que se segue quando o inimigo usurpa território muçulmano, quando travar a Jihad e confrontar o inimigo se torna um dever pessoal de cada muçulmano, homem e mulher. Uma mulher pode sair para lutar contra o inimigo (mesmo) sem a permissão do marido e um escravo sem a permissão do seu senhor.
Não existe nada igual em qualquer outro sistema político – é um fato indiscutível. Enquanto vários outros (ideologias nacionalistas) nacionalismos se baseiam em fatores físicos, humanos e regionais, o nacionalismo do Movimento de Resistência Islâmica é caracterizado por todos os fatores acima e mais – e o mais importante – é caracterizado por motivos divinos que promovem um pacto entre esse nacionalismo, o espírito e a vida, desde que se torna relativo à fonte do espírito e a Ele que dá a vida. (O Movimento de Resistência Islâmica) está levantando a bandeira divina nos céus da pátria, de modo a criar laços indissolúveis entre o firmamento e a terra.
Quando Moisés chegou e bateu com seu bastão
Tanto o mago e a magia deixaram de ter valor.

"O caminho certo surge claramente do erro; por isso quem renuncia à falsidade e crê em Alá, é como agarrar firmemente um apoio, que nunca se quebra, e Alá tudo ouve e vê." (Alcorão 2 – 256).

Soluções Pacíficas, Iniciativas e Conferências Internacionais

Art. 13 As iniciativas, as assim chamadas soluções pacíficas, e conferências internacionais para resolver o problema palestino se acham em contradição com os princípios do Movimento de Resistência Islâmica, pois ceder uma parte da Palestina é negligenciar parte da fé islâmica. O nacionalismo do Movimento de Resistência Islâmica é parte da fé (islâmica). É à luz desse princípio que seus membros são educados e lutam a jihad (Guerra Santa) a fim de erguer a bandeira de Alá sobre a pátria.
"E Alá tem total controle sobre Seus feitos; mas muita gente não sabe." (Alcorão 12-21)
De tempos em tempos surge uma convocação de uma conferência internacional a fim de buscar uma solução para o problema (palestino). Alguns aceitam (a proposta), outros a rejeitam, por uma razão ou outra, exigindo o cumprimento de alguma condição ou de condições prévias antes da concordância com a conferência ou para dela participar. Entretanto, o Movimento de Resistência Islâmica - estando familiarizado com as partes intervenientes na conferência, e com suas posições no passado e no presente, em matérias que dizem respeito aos muçulmanos - não acredita que tais conferências possam satisfazer as suas demandas ou restaurar os direitos (dos palestinos), ou trazer benefício para os oprimidos. Tais conferências não passam de um meio para dar poder aos hereges para se instituírem como árbitros sobre terras muçulmanas, e quando foi que infiéis, hereges, tiveram posições equilibradas para com os fiéis observantes?.
"Os judeus nunca ficarão contentes, tampouco os cristãos, ao menos que se siga a religião deles. Dizei: 'A orientação de Alá é a orientação certa.' Mas se seguirdes os desejos deles, depois de saberdes quem foi que veio até vós, então não tereis a proteção e a guarda se Alá." (Alcorão 2- 120).
Não há solução para o problema palestino a não ser pela jihad (guerra santa).
Iniciativas de paz, propostas e conferências internacionais são perda de tempo e uma farsa. O povo palestino é muito importante para que se brinque com seu futuro, seus direitos e seu destino. Como consta do Hadith: "O povo de Al-Sha'm é o açoite (de Alá) na Sua terra. Por meio dele, Ele se vinga de quem Ele quer, dentre os Seus servos. Os hipócritas não podem ser superiores aos crentes, e devem morrer em desgraça e aflição." (registrado por Al-Tabarani, que se acha em linha com Maomé, e por Ahmad (Ibn Hanbal), que possui uma linha incompleta com Maomé, e que pode ser o registro mais preciso, podendo ser confiáveis, em ambos os casos, a transmissão das palavras do Profeta – Alá, por si, é onisciente).

Os Três Círculos

Art. 14 O problema da libertação da Palestina envolve três círculos: o círculo palestino, o círculo (pan-árabe) e o círculo islâmico. Cada um desses três círculos tem o seu papel na luta contra o sionismo e tem seus deveres. É um grave erro e uma vergonhosa ignorância descartar qualquer um dos círculos, porque a Palestina é uma terra islâmica. Nela se encontra a primeira das duas kiblas (a orientação da posição das rezas) e a terceira das mais sagradas mesquitas, depois das Mesquitas de Meca e de Medina. É o destino da jornada noturna do Profeta.
"Louvai a Ele que transportou seu servo, durante a noite, da mais sagrada mesquita para a mais distante mesquita, e cuja vizinhança Ele abençoou, a fim de mostrarmos a Ele os sinais de nossa presença. Ele é o único que tudo ouve e tudo vê." (Alcorão 17-1)
Diante desse fato, a libertação da palestina é uma obrigação pessoal de cada muçulmano, onde estiver. É nessas condições que se deve considerar o problema, e cada muçulmano deve compreende-lo. Quando o dia chegar, e o problema é tratado nessas bases, e toda a capacidade desses três círculos é mobilizada – as circunstâncias atuais serão modificadas e o dia da libertação estará próximo.
"Vós infligis mais medo nos corações dos judeus do que o próprio Alá, porque eles são pessoas que não entendem" (Alcorão 59-13).

A Jihad (guerra santa) para Libertação da Palestina é um Dever

Art. 15 No dia em que o inimigo conquista alguma parte da terra muçulmana, a jihad (guerra santa) passa a ser uma obrigação de cada muçulmano. Diante da ocupação da Palestina pelos judeus é necessário levantar a bandeira da jihad (guerra santa). Isso exige a propagação da consciência islâmica nas massas, localmente (na Palestina), no mundo árabe e no mundo islâmico. È necessário instilar o espírito da jihad (guerra santa) em toda a nação, reunir todas as fileiras dos combatentes da jihad (guerra santa) envolvendo os inimigos.
A campanha de indoutrinação deve envolver a ulama (o conselho dos sábios), educadores, professores e especialistas em comunicação e mídia, bem como os intelectuais, especialmente os jovens e os Sheiks dos movimentos islâmicos. Faz-se (também) necessário introduzir mudanças essenciais nos currículos, a fim de eliminar as influências da invasão intelectual infligida pelos orientalistas e missionários. Essa invasão foi introduzida na região depois que Salah Al-Din Al-Ayyubi derrotou as Cruzadas. As Cruzadas chegaram à conclusão de que era impossível eliminar os muçulmanos, a menos que o caminho tivesse sido pavimentado por uma invasão intelectual, que faria confundir o pensamento (dos muçulmanos), distorcer seu legado e impugnar seus ideais. Somente depois disso (da invasão intelectual) poderia seguir a invasão das tropas. Isso (a invasão intelectual) prepararia o terreno para a invasão colonialista, como (o General) Allemby declarou, depois de entrar em Jerusalém: "Agora as Cruzadas chegaram ao fim.". O General Gouraud disse diante do túmulo de Salah Al-Din Al-Ayyubi: "Oh!, Salah Al-Din, estamos de volta!". O colonialismo ajudou a intensificar a invasão intelectual, e ajudou-a a fincar raízes. E ainda o faz. Tudo isso pavimentou o caminho para a perda da Palestina.
É necessário colocar nas mentes de todas as gerações de muçulmanos que o problema da Palestina é um problema religioso, e que assim deve ser tratado, pois (a Palestina) contém lugares sagrados islâmicos, a mesquita de Al Aksa, que está inseparavelmente ligada, enquanto durarem o céu e a terra, à sagrada mesquita de Meca, devido á vigem noturna do Profeta (da mesquita de Meca à de Al Aksa), e a sua conseqüente ascensão ao céu.
"Colocar-se a serviço de Alá por um dia é melhor do que o mundo inteiro, com tudo que nele existe, e ter cada um de vós, combatentes da jihad, açoitados no Paraíso, é melhor do que o mundo inteiro com tudo que nele se encontra. Cada ato pela manhã e a cada ato à tarde, realizados pelos muçulmanos em prol de Alá é melhor do que o mundo inteiro com tudo o que nele se encontra." (registrado na coleção de Hadith de Bukhari, Muslim, Tirmidhi e Ibn Maja).
"Em Seu nome, que guarda a alma de Maomé em Suas mãos, quero me lançar no ataque em prol de Alá, e ser morto, para atacar de novo e ser morto, e atacar de novo e ser morto)" (Registrado na coleção de Hadith de Bukhari e Muslim).

Educando as Próximas Gerações

Art. 16 É necessário educar as próximas gerações, em nossa região, dentro dos caminhos islâmicos, com base no cumprimento das obrigações religiosas, com acurado estudo do Livro de Alá, estudar a sunna (os costumes) do Profeta, com a leitura atenta da história e legado islâmicos, mas baseados em fontes confiáveis, e submetidos às instruções de especialistas e entendidos, com metodologia competente que ensinem a visão global do pensamento e da fé. Ademais, é necessário um apurado estudo do inimigo, suas condições humanas, e capacidade de ação, para ficar familiarizado com suas fraquezas e seus poderes, para conhecer as forças que o ajudam e apóiam. Também é necessário ficar a par dos acontecimentos, acompanhar os novos desenvolvimentos e estudar as análises e comentários relativos ao inimigo. Também se faz necessário planejar para o futuro, estudando cada um e todos os fenômenos, de maneira que os muçulmanos que se dediquem à jihad (guerra santa) possam viver com completo e total conhecimento de seus fins e seus objetivos, e caminho a seguir, e com total conhecimento do que está ocorrendo em sua volta.
"Oh! Meu filho! Mesmo que (uma coisa) tenha o peso de um grão de mostarda, esteja sobre uma rocha, ou nos céus ou na terra, Alá a fará trazer diante de Sua presença. Alá é capaz de discernir a menor coisa, Ele é onisciente. Oh! Meu filho! Mantenha-te orando e aproveite o que é bom e proíba todo o mal, e mantenha-te nesse caminho, frente a qualquer circunstância que te possa abater; seguramente isso (o comportamento) vale manter com firmeza. Não vire a cara com desprezo ao teu povo; não ande com arrogância na terra. Alá não ama o arrogante e o presunçoso." (Alcorão, 31 – 16/18)

O Papel da Mulher Muçulmana

Art. 17 O papel da mulher muçulmana na Guerra da Libertação não é menos importante do que a do homem, porque ela é que faz o homem. O papel delas na orientação e educação da nova geração é muito importante. Os inimigos (entenderam) o papel dela, e pensam que, educando-a de acordo com as idéias deles, afastando-a do Islã, terão ganho a guerra. Vereis, portanto, que, continuadamente, desenvolvem grandes esforços (nesse sentido) pela mídia, no cinema, nos currículos escolares, por meio de seus agentes, incorporados em organizações sionistas, que assumem variados nomes, tais como Maçons Livres, Rotarys Clubes, grupos de espionagem, etc., todos sendo covis de sabotagem e sabotadores. Tais organizações sionistas dispõem de abundantes recursos materiais, que lhes permitem fazer o jogo delas nas mais variadas sociedades, com a finalidade de levar a cabo seus objetivos, enquanto o Islã ficar afastado (de sua fé).Os seguidores do Movimento Islâmico (10) devem fazer a sua parte, enfrentando os esquemas desses sabotadores. Quando o Islã estiver no leme, fará erradicar todas essas organizações, pois são hostis à humanidade e ao Islã.
Art. 18 A mulher no lar e na família jihadista, seja mãe ou irmã, tem a função principal de cuidar da casa, educando as crianças de acordo com as idéias morais e valores inspirados pelo Islã, ensinando-as a cumprir com os deveres religiosos na preparação para a jihad (guerra santa) que as espera. Assim, é necessária acurada atenção com as escolas nas quais as meninas muçulmanas são educadas, bem como sobre o currículo, de forma que elas cresçam, preparando-se para serem boas mães, conscientes do seu papel na guerra de libertação. As meninas devem receber adequados conhecimentos para compreenderem os cuidados com as tarefas domésticas; a economia e como evitar desperdícios nas despesas domésticas são requisitos para se capacitarem a um comportamento adequado nas atuais difíceis circunstâncias. As meninas devem ter consciência de que os recursos disponíveis são como o sangue que deve fluir somente nas veias, para que a vida continue, tanto na juventude com na velhice.
"Os homens e as mulheres muçulmanos, os homens e as mulheres crentes, os homens e as mulheres confiáveis, os homens e as mulheres que preservam as tradições, os homens e mulheres caridosas, os homens e mulheres que se mantêm firmes em seus caracteres, os homens e mulheres que mantêm a castidade, os homens e mulheres que lembram de Alá constantemente – para eles Alá concederá seu perdão e uma grande recompensa." (Alcorão 33 35).

O Papel da Arte Islâmica na Guerra de Libertação

Art. 19 A arte possui regras e padrões por meio das quais é possível determinar se é islâmica ou pagã. A libertação islâmica necessita da arte islâmica, que eleva o espírito sem destacar um aspecto da natureza humana frente a outro aspecto, mas, pelo contrário, eleva todos os aspectos em perfeito equilíbrio e harmonia. O homem é uma criatura maravilhosa e única, feito de um punhado de argila e do sopro do espírito. A arte islâmica vai ao encontro do homem nessas bases, enquanto a arte pagã destaca o corpo físico e dá predominância ao componente da argila.
Os livros, artigos, panfletos, sermões, epístolas, canções tradicionais, poemas, cantos patrióticos, peças, etc. – detendo as características da arte islâmica, são meios necessários para a doutrinação. Constituem uma auto-renovação do alento para a continuação da jornada, refrescando o espírito, pois a estrada é longa, o sofrimento é grande e alma acaba fatigada. A arte islâmica renova as energias, revive a emoção e desperta a alma para elevados ideais e condutas sadias.
Nada pode curar a alma se ela se retrai, vagando de um lado para outro.
Tudo isso é extremamente sério e não uma brincadeira, porque uma nação engajada numa jihad (guerra santa) não conhece brincadeiras.

Solidariedade Social

Art. 20 A sociedade muçulmana se caracteriza pela solidariedade. O Profeta, que as bênçãos e a paz de Alá estejam sobre ele, disse: "Abençoados sejam os da tribo de Banu Al-Ash'ar. Quando atingidos pela seca – tanto numa cidade ou na caminhada – reúnem tudo que têm e dividem entre si em partes iguais." Esse é o espírito islâmico que deve existir em cada sociedade islâmica. Uma sociedade que está enfrentando um inimigo perverso, com comportamento nazista, que não faz distinção entre homens e mulheres, entre velhos e jovens, tem maior necessidade de se comportar dentro desse espírito islâmico (de solidariedade). Nosso inimigo usa a punição coletiva, desapossando as pessoas de suas casas e posses. Ele persegue as pessoas até nos seus locais de exílio, quebrando os ossos, atirando nas mulheres, crianças e velhos, com ou sem motivo. O inimigo construiu campos de detenção para neles aprisionar milhares e milhares (de pessoas) em condições desumanas, tudo isso além de destruir as suas casas, tornar as crianças órfãs, e injustamente condenando jovens a despender os melhores anos de sua juventude em prisões escuras. O nazismo dos judeus é dirigido tanto contra mulheres como contra crianças. O terror que espalham é dirigido contra qualquer um. O inimigo combate as pessoas para destruir suas vidas, roubar seu dinheiro e esmagar a sua dignidade. Tratam as pessoas como os piores criminosos de guerra. A deportação dos respectivos lares é uma forma de assassinato. Diante de tal comportamento, devemos demonstrar solidariedade social entre nós, e devemos enfrentar o inimigo como um corpo unido, e que, quando um membro sofre os demais reagem despertos e fervorosamente.
Art. 21 Solidariedade social significa ajudar a todo necessitado, seja material ou moralmente, estando presente para completar um trabalho. Os membros do Movimento de Resistência Islâmica devem olhar os interesses das massas como os seus próprios, e não devem medir esforços para satisfaze-las e proteje-las. Devem evitar ser negligentes em matérias que afetem as futuras gerações ou que causem prejuízos à sociedade. As massas devem ser do interesse dos membros do Hamas e devem trabalhar por elas, porque o fortalecimento das massas é o fortalecimento do Hamas, o futuro delas é o futuro do Hamas. Os membros do Movimento de Resistência Islâmica devem estar com o povo nos momentos de alegria e na tristeza. Devem cuidar da demandas das massas e esforçarem-se para servir aos interesses das massas, que são os deles mesmo. Quando tal espírito está presente, a amizade se aprofunda, havendo conseqüentemente cooperação e empatia, a unidade aumentará e as fileiras serão reforçadas para enfrentar os inimigos.

As Forças que Apóiam o Inimigo

Art. 22 Os inimigos têm feito planejamento inteligente e cuidadoso, durante muito tempo, a fim de chegar ao ponto em que chegaram, com emprego de métodos que afetam o curso dos acontecimentos. Dedicam-se a acumular imensos recursos financeiros que empregam para realizar os sues sonhos.
Com dinheiro assumem o controle da mídia mundial – agências de notícias, jornais, editoras, serviços de radiodifusão, etc. Com dinheiro promovem revoluções em vários países mundo afora, para servir aos seus interesses e obter lucros. Estiveram por detrás da Revolução Francesa e da Revolução Comunista e se acham por detrás da maioria das revoluções de que ouvimos falar, de tempos em tempos, aqui e ali. Com dinheiro criaram organizações secretas, em todo o mundo, a fim de destruir as sociedades respectivas e servir aos interesses sionistas, organizações tais como os Maçons Livres, Rotary Clubes, Lions, os Filhos da Aliança (B'nei Brith), etc. Todas essas organizações servem para fazer espionagem e sabotagem. Com dinheiro foram capazes de assumir o controle dos países colonialistas, e os instigaram a colonizar muitos outros países, de forma a explorar os recursos de cada país e lá espalhar a corrupção moral.
Não há um fim para dizer tudo sobre o envolvimento do inimigo sionista em guerras localizadas e guerras mundiais. Estiveram por detrás da Primeira Guerra Mundial, por meio da qual obtiveram a destruição do Califado Islâmico, tiveram altos ganhos materiais, passaram a controlar numerosos recursos naturais, obtiveram a Declaração Balfour e criaram a Liga das Nações Unidas (assim no original), para poder governar o mundo por meio dessa Organização.
Estiveram, também, por detrás da Segunda Guerra Mundial, através da qual juntaram um tremendo lucro com o comércio de materiais de guerra e abriram o caminho para o estabelecimento do seu Estado. Os sionistas também propuseram a criação das Nações Unidas e o Conselho de Segurança em substituição da Liga das Nações Unidas (sic), para governar o mundo. Onde há uma guerra no mundo eles se encontram acionando os cordéis por detrás das cortinas. "Quando acendem o fogo da guerra, Alá o extingue. Eles se esforçam para espalhar o mal na terra, mas Alá não ama aqueles que praticam o mal" (Alcorão, 5 – 64).
As potências colonialistas, tanto do ocidente capitalista como do oriente comunista, apóiam o inimigo com toda a sua força, seja materialmente seja com mão de obra, alternando um ou outro. Quando o Islã aparece, todas as forças dos infiéis se unem em oposição, porque todos infiéis constituem uma só dominação.
"Oh! Vós que credes, não tomeis como amigos alguém fora se vossas fileiras, porque não medirão esforços para vos fazer o mal. Desejam aquilo que vos causai sofrimento. O ódio sai das suas bocas, mas o que escondem em seus corações é ainda pior. Nós vos apresentamos sinais bastante claros, se compreenderdes." (Alcorão, 3 – 118). Não é por acaso que esse versículo termina com Suas palavras "se compreenderdes".

Capítulo IV

Nosso Posicionamento

A – Os Movimentos Islâmicos

Art. 23 O Movimento de Resistência Islâmica vê, com todo respeito e apreço, os demais movimentos islâmicos, mesmo que tenha divergências com os mesmos em alguns aspectos e idéias, mas tem concordâncias com eles em muitos outros aspectos e idéias, e os consideram, enquanto suas intenções forem boas e forem devotos de Alá – como dentro do direito de legítima opinião, isto é, enquanto suas respectivas ações se situarem dentro do círculo islâmico. Todo aquele que se esforça em prol da verdade receberá sua recompensa.
O Movimento de Resistência Islâmica considera tais movimentos como um reforço, e suplica a Alá para guiar-nos e orientar-nos. Nunca esquece de, constantemente, levantar a bandeira da unidade e de se esforçar, permanentemente para alcançar a unidade de acordo com o Alcorão e a sunna. "Deveis vos manter firmemente agarrados á corda que Alá vos oferece, todos vós. Não vos dividais entre si, e lembrai-vos de que Alá ficará a vosso lado. Caso sejais inimigos uns dos outros, Ele juntará vossos corações, e por meio Dele vos tornareis irmãos. Vos encontráveis num grande incêndio e Ele vos salvou. Assim, Alá mostra Seus feitos, de forma que possais seguir o caminho correto." (Alcorão3 –103) (11)
Art. 24 O Movimento de Resistência Islâmica não permite que o nome de um indivíduo seja vetado ou ofendido, porque verdadeiros muçulmanos não vetam ou xingam os outros. Deve ser feita uma clara distinção entre isso e posições ou comportamentos, porque o Movimento de Resistência Islâmica deve ter o direito de expor erros e evitar que as pessoas os cometam, e se esforçar com afinco para tornar a verdade conhecida e adotada de forma imparcial em todas as situações. Os muçulmanos buscam a sabedoria, e a agarram onde a puderem encontrar. (12)
"Alá não gosta quando as pessoas falam mal uma das outras, e em público, exceto daqueles que tenham pecado. Alá tudo ouve e tudo sabe. Quando vós fazeis o bem, seja em público ou secretamente, ou perdoais algo de errado (que lhes fizeram), seguramente Alá vos estará perdoando, pois é Onipotente." (Alcorão 4 – 148/149)

B – Os Movimentos Nacionalistas na Arena Palestina

Art. 25 O Movimento de Resistência Islâmica respeita e aprecia as condições que envolvem e afetam os outros movimentos. Apóia a todos enquanto não prestam obediência ao Leste Comunista e aos Cruzados do Ocidente, e enfatiza a todos os seus (deles) membros e a todos que os apóiam, que o Movimento de Resistência Islâmica é um movimento ético jihadista, consciente em sua visão mundial e no tratamento com os outros movimentos. Abomina o oportunismo, deseja somente o bem para as pessoas, enquanto indivíduos ou grupos, e não se dedica a obter lucros materiais ou fama para si. Não busca a recompensa das pessoas, e segue em frente com seus próprios recursos e com o que tem em mão. "Juntais contra eles todas as forças que podeis." (Alcorão, 8:60), a fim de levardes adiante vossos deveres e que conquistais a graça de Alá. O Movimento de Resistência Islâmica não tem outro escopo senão este.
E reafirma a todos os grupos nacionalistas, de todas as orientações, operando na Palestina, de que não deve ocorrer outra coisa senão o apoio e a ajuda para todos eles, com palavras e ações, no presente e no futuro. Reúne a todos e não busca a separação, preserva a unidade e não a dispersão, une e não divide, valoriza cada palavra, cada esforço sincero e cada palavra de louvor pelo esforço. Fecha as portas diante dos desentendimentos. Não dá atenção a boatos e observações tendenciosas, mas reserva-se o direto de se defender.
Tudo que se oponha ou contradiz a essa orientação é fabricado pelo inimigo ou por seus lacaios a fim de provocar confusão, dividir as fileiras e provocar distração com assuntos laterais. "Oh! Vós que credes, se um mal intencionado lhe traz informação (sobre alguém), deveis examiná-la cuidadosamente, para não atingir pessoas (inocentes), devido a ignorância, para depois vos arrependerdes." (Alcorão 49 – 6)
Art. 26 O Movimento de Resistência Islâmica – observando favoravelmente, como o faz, os movimentos nacionalistas palestinos, não se furta de discutir os novos desenvolvimentos a respeito do problema da Palestina, no local ou na arena internacional, de maneira objetiva, para ver em que extensão (tais desenvolvimentos) se coadunam, ou não, aos interesses da causa segundo a visão islâmica.

C – A Organização para a Libertação da Palestina

Art. 27 A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) está junto do coração do Movimento de Resistência Islâmica, como um pai, um irmão ou amigo, e um verdadeiro muçulmano não deve repelir seu pai, seu irmão ou seu amigo. Nossa pátria é um só, nosso infortúnio é um só, nosso destino é um só e enfrentamos o mesmo inimigo.
Devido às circunstâncias que conduziram à criação da OLP, e (devido) à confusão intelectual que imperava no mundo árabe, como resultado da invasão intelectual que estava sendo feita desde a derrota das Cruzadas, e que passou a ser intensificada, e continua a ser intensificada, pelas atividades de orientalistas e missionários cristãos – a OLP decidiu adotar a idéia de um Estado Secular, e, assim, vemos a OLP. A ideologia secularista se acha em total contradição com a ideologia religiosa, e são as idéias que são as bases das posições, condutas e decisões.
Assim, com todo o nosso apreço pela Organização para a Libertação da Palestina, e o que ela posa vir a se tornar, e sem desprezar o seu papel no conflito árabe-israelí, não podemos eliminar a identidade islâmica da Palestina, que é parte da nossa fé, e quem negligencia essa fé está perdido. "Quem rejeita a religião de Abrahão é alguém que ficou um tolo". (Alcorão 2-130).
Quando a OLP adotar o Islã como seu meio de vida, então seremos as suas tropas e o combustível para o seu fogo que consumirá o inimigo. Mas, até que essa ocasião chegue – e rezamos para que ele não demore – a posição do Movimento de Resistência Islâmica vis a vis a OLP é de um filho para com um pai, de um irmão para com seu irmão, ou de um parente para com seus parentes. Compartilha dos sofrimentos do outro quando é atingido por uma tormenta, e o apóia diante do inimigo, e faz votos que encontre a orientação divina e siga o caminho certo.
Vosso irmão, vosso irmão antes dos outros!
Quem não tem um irmão é igual a alguém que vai para a guerra sem uma arma.
Vosso primo, deveis conhecer a força de suas asas.
Por que, como pode um falcão levantar vôo sem asas? (13).

D – Estados e Governos Árabes e Islâmicos

Art. 28 A invasão sionista é uma invasão cruel que não possui quaisquer escrúpulos e utiliza métodos viciados e vilãos para atingir seus objetivos. Nas suas operações de espionagem e infiltração, se apóia em organizações secretas, que cresceram fora do seu âmbito, tais como os Maçons Livres, Rotary Clubes, Lions e outros grupos de espionagem do mesmo tipo. Todas essas organizações, secretas ou abertas, operam pelos interesses do sionismo e sob sua direção, e suas finalidades consistem em enfraquecer as sociedades, minar seus valores, destruir a honra das pessoas, introduzir a degradação moral e aniquilar o Islã. O sionismo se encontra por detrás de todo tipo de tráfico de drogas e do álcool, para facilitar o seu controle e sua expansão.
Exigimos que os países árabes em torno de Israel abram as suas fronteiras aos árabes e muçulmanos combatentes da Jihad, a fim de cumprirem sua parte, juntando suas forças às forças dos seus irmãos – a Fraternidade Muçulmana na Palestina. Dos demais países árabes e muçulmanos, exigimos que, no mínimo, facilitem a passagem através de seus territórios dos combatentes da Jihad.
Não podemos deixar de lembrar a cada muçulmano que, quando os judeus ocuparam o Lugar Sagrado (i.e – Jerusalém), em 1967, e se postaram diante da abençoada Mesquita de Al-Aksa, gritaram: "Maomé está morto, sua descendência é de mulheres". Com isso, Israel, com sua identidade judaica e o povo judeu estão desafiando o Islã e os muçulmanos. Que a covardia não conheça descanso.

E – Grupos Nacionalistas e Religiosos, Intelectuais e o Mundo Árabe e Muçulmano

Art. 29 O Movimento de Resistência Islâmica espera que tais grupos estejam sempre prontos para ajudar, mas, em qualquer circunstância, lhes dará ajuda, apoiará seus posicionamentos, dará suporte às atividades deles e terá todo empenho na busca de apoio para eles, de forma que cada cidadão muçulmano seja uma reserva de apoio e reforço para o Movimento, e que disponibilizem profundo apoio estratégico em termos de recursos humanos e materiais e em informação, a qualquer tempo e em qualquer lugar. Deve ser atingido por meio de conferências, panfletos ideológicos e pela doutrinação das massas com relação ao problema palestino – o que estão enfrentando e o que é plantado contra eles. Da mesma forma devem tais grupos trabalhar para mobilizar cada muçulmano ideologicamente, educacionalmente e culturalmente, de modo a que tenha o seu papel na decisiva guerra de libertação, assim como tiveram participação importante na derrota das Cruzadas, na expulsão dos mongóis, salvando, assim, a civilização humana. Isso não é difícil para Alá.
"Alá disse: 'EU e Meu Mensageiro acabaremos prevalecendo.' Alá é forte e todo-poderoso" (Alcorão, 58-21).
Art. 30 Escritores, intelectuais, profissionais da mídia, pregadores nas mesquitas, educadores e todos os demais setores do mundo árabe e islâmico são convocados a desempenhar seu papel e a cumprir com seu dever. (Isto é necessário) Devido à ferocidade do assalto sionista e devido ao fato de ter-se infiltrado em muitos países, e assumido o controle das finanças e da mídia – com todas as ramificações que daí decorrem – na maioria dos países do mundo.
A jihad não se limita a pegar em armas e combater o inimigo cara a cara, pois palavras eloqüentes, escritos que persuadem, livros que efetivamente cumprem com sua finalidade, o apoio e a ajuda – tudo leva a desempenhar a sincera intenção de levantar a bandeira de Alá e faze-la reinar suprema – tudo isso é a jihad em prol de Alá.
(O Profeta disse: "Quem prepara um guerreiro com todas as armas para lutar por Alá é (também) um guerreiro, e quem dá apoio à família de um guerreiro (que saiu para combater por Alá) é, também, um guerreiro." (registrado por Bukhari, Muslim, Abu Da'ud e Tirmidhi na suas coleções de Hadith).

F – Fiéis de Outras Religiões

O Movimento de Resistência Islâmica é um Movimento Humano

Art. 31 O Movimento de Resistência Islâmica é um Movimento humano que respeita os direitos humanos e se acha comprometido com a tolerância islâmica para com os seguidores de outras religiões. Mostra-se hostil apenas para com aqueles seguidores de outras religiões que fazem hostilidades para com o Movimento, ou que se colocam em seu caminho, impedindo suas atividades e prejudicando os seus esforços. Sob as asas do Islã, os seguidores das três religiões – Islã, Cristianismo e Judaísmo – podem coexistir em segurança e a salvo. Somente sob o manto do Islã é que a salvaguarda e a segurança imperam. A história antiga e a recente dão provas disso. Os seguidores de outras religiões devem parar de competir com o Islã pela soberania nesta região, porque quando eles governam, ocorrem atos de assassinatos, torturas e deportações, e não permitem que outras religiões possam ter seu curso. Tanto o presente como o passado estão cheios de provas disso.
"Não vos dão combate, a não ser de dentro de vilas fortificadas, ou por detrás dos muros. Eles lutam ferozmente uns com os outros. Vós os considerais unidos, mas os corações deles estão divididos, pois são um povo sem sentido". (Alcorão, 59-14).
O Islã está de acordo com os direitos de cada pessoa, e evita qualquer infração aos direitos de outras pessoas. As medidas que os sionistas-nazistas adotam contra o nosso povo não vão conseguir prolongar a duração da sua invasão, porque o governo da injustiça não dura uma hora sequer, enquanto o governo da verdade dura até a Hora da Ressurreição.
"Alá não vos proíbe de demonstrardes bondade e que agis com justiça para com aqueles que não vos combatem por conta de vossa religião, e não vos retirais das casas deles. Alá ama quem age com justiça". (Alcorão, 60-8).

G – As Tentativas para Isolar o Povo Palestino

Art. 32 O sionismo mundial e as potências colonialistas, por meio de manobras espertas e meticuloso planejamento, tentam afastar os países árabes, um a um, do círculo do conflito com o sionismo, a fim de, finalmente, conseguir isolar o povo palestino. Já levaram o Egito para fora do círculo do conflito, em grande parte através do traidor Acordo de Camp David (de setembro de 1978), e está tentando arrastar outros países árabes para acordos semelhantes, de forma a ficarem fora do círculo do conflito.
O Movimento de Resistência Islâmica convoca todos os povos árabes e muçulmanos a lutarem seriamente e diligentemente a fim de prevenir esse terrível esquema, bem alerta as massas dos perigos inerentes à exclusão do círculo do conflito com o sionismo. Hoje é a Palestina, e amanhã será algum outro país ou países, pois o plano sionista não tem limites, e depois da Palestina pretenderão se expandir do Nilo até o Eufrates, e quando terminarem de devorar uma área, estará famintos para novas expansões, e assim por diante, indefinidamente. O plano deles está exposto nos Protocolos dos Sábios de Sião, e o comportamento deles no presente, é a melhor prova daquilo que lá está dito. Deixar o círculo do conflito com o sionismo é um ato de alta traição; todos os que o fazem devem ser amaldiçoados. "Quem (quando combatendo os infiéis) vira as costas para eles, ao menos que seja uma manobra de batalha, ou para se juntar a outra companhia, incorre na ira de Alá, e sua morada deverá ser o inferno. Seu destino será do maior infortúnio." (Alcorão, 8:16)
Todas as forças e toda capacidade disponível devem ser reunidas para enfrentar os ferozes ataques dos mongóis, nazistas, para impedir que a pátria seja perdida, o povo exilado, o mal espalhado sobre a terra e todos os valores religiosos sejam destruídos. Cada qual e todas as pessoas devem saber que são responsáveis perante Alá.
"Cada qual que faz um peso mínimo de um grão de bem que seja, o verá; e cada qual que faz um peso mínimo de um grão de mal, deverá vê-lo." (Alcorão, 99: 7-8).
No círculo do conflito contra o mundo sionista, o Movimento de Resistência Islâmica se vê como ponta de lança ou como um passo à frente no caminho da vitória. Junta suas forças às forças de todos que se encontram atuando na arena palestina. Aguarda agora pelos passos a serem tomados pelo mundo árabe e islâmico. O Movimento de Resistência Islâmica se acha muito bem qualificado para o próximo estágio da luta contra os judeus, os instigadores das guerras.
"Planejamos a inimizade e ódio entre eles (isto é, entre os judeus), até o Dia da Ressurreição. Toda vez que eles acendem o fogo da guerra, Alá o extingue. Eles procuram espalhar o mal sobre a terra, e Alá detesta quem faz o mal." (Alcorão, 5:64)
Art. 33 O Movimento de Resistência Islâmica – partindo de tais conceitos gerais, que se acham de acordo e em harmonia com as leis da natureza, e seguindo a corrente do destino divino para confrontação com os inimigos e a Jihad contra eles, em defesa dos muçulmanos, da civilização islâmica e dos santuários islâmicos, sendo a Mesquita de Al-Aksa a primeira – conclama os povos árabes e islâmicos e seus governos, e suas ONGs e organizações oficiais, para respeitar a Alá em suas atitudes para com o Movimento de Resistência Islâmica e no seu tratamento para com ele. Devem agir para com o Movimento de Resistência Islâmica da forma como Alá deseja, especialmente apoiando-o, mantendo-o, ajudando-o e continuamente reforçando-o, até que a palavra de Alá seja cumprida. Então, todas as fileiras estarão unidas, os combatentes da Jihad se juntarão aos outros combatentes da Jihad, e as massas em todo o mundo islâmico acorrerão e responderão ao chamado pelo cumprimento do dever, gritando: "Apressemo-nos para a Jihad". Essa conclamação penetrará nas nuvens do céu e continuará a soar até que a libertação seja atingida, os invasores derrotados e a vitória de Alá seja vista.
"Alá com certeza ajuda quem O ajuda; Alá é forte e poderoso." (Alcorão, 22:40)

Capítulo V

As Provas Históricas Através das Gerações, com Vistas ao Enfrentamento dos Agressores

Art. 34 A Palestina é o centro da Terra e o ponto de encontro dos continentes; sempre foi o alvo dos agressores gananciosos. Assim ocorreu desde os primórdios da história. O Profeta, que receba a graça e a paz de Alá, assinalou esse fato em suas nobres palavras com as quais se dirigiu ao exaltado companheiro, Um'adh Jabal, dizendo: "Oh! Um'adh, Alá lhe concederá as Terras de Al-Sha'm após minha morte, que vai de Al-'Arish ao Eufrates. Seus homens, mulheres e o produto do trabalho de suas mãos ficarão permanentemente nessas terras até o Dia da Ressurreição, para todos aqueles que tenham escolhido viver em alguma parte da planície costeira de Al-Sha'm ou Bayt Al-Makdis (Palestina), que se encontrará em permanente estado de Jihad, até o Dia da Ressurreição."
Os agressores cobiçaram a Palestina em muitas ocasiões. Foi atacada com grandes exércitos tentando realizar suas gananciosas aspirações. Grandes exércitos das Cruzadas vieram aqui, trazendo seu credo religioso e fincando suas cruzes. Conseguiram derrotar os muçulmanos por um certo tempo, e os muçulmanos só conseguiram reconquistar a região quando lutaram sob a bandeira de sua própria religião, juntando as forças e gritando "Alá Akbar", e se empenharam na Jihad sob o comando de Salah Al-Din Al-Ayyubi, por cerca de duas décadas, o que os conduziu a uma vitória retumbante: os Cruzados foram derrotados e a Palestina foi libertada.
"Dizeis aos que não crêem: Sereis, sem dúvida, derrotados e reunidos no Inferno. O vosso lugar de descanso será o mais terrível." (Alcorão, 3:12)
Trata-se da única forma de libertação, e ninguém pode duvidar do testemunho da história. Trata-se de uma das leis do universo e leis da realidade. Somente o ferro pode romper o ferro, e a falsa e fabricada fé dos inimigos somente pode ser vencida pela fé verdadeira do Islã, porque a verdadeira fé religiosa não pode ser atacada senão pela fé religiosa. E a verdade deverá triunfar porque a verdade é mais forte.
"Já demos Nossa Palavra para Nossos servos, os mensageiros, e que serão ajudados até a vitória e que o Nosso exército acabará triunfando." (Alcorão, 37: 171 – 173)
Art. 35 O Movimento de Resistência Islâmica estuda a derrota das Cruzadas nas mãos de Salah Al-Din Al-Ayyubi, a conseqüente libertação da Palestina, bem como a derrota dos Mongóis em Ayn Jalut e a destruição de sua força militar nas mãos de Qutuz e Al-Zahir Baybars, livrando o mundo árabe da conquista dos mongóis, que destruiu todos os aspectos da civilização humana. (14). [O Movimento de Resistência Islâmica] estuda esses acontecimentos seriamente e extrai deles lições e exemplos. A atual invasão sionista foi precedida pela invasão das Cruzadas do Ocidente e pela invasão mongol do oriente. Se os muçulmanos enfrentaram essas invasões, planejaram combatê-las e as derrotaram, podem (agora) confrontar a invasão sionista e derrotá-la. Tal não é difícil para Alá, desde que as intenções sejam sinceras e a decisão seja forte, e os muçulmanos extraiam as boas coisas da experiência do passado, contenham as influências da invasão intelectual e sigam os caminhos dos seus predecessores.

CONCLUSÃO: Os Soldados (pela causa) do Movimento de Resistência Islâmica

Art. 36 O Movimento de Resistência Islâmica, em sua marcha à frente, insiste em enfatizar a todos do nosso povo, e dos povos árabes e muçulmanos, de que não busca fama para si próprio, ou ganhos materiais, ou status social, e de que não se dirige contra quem quer que seja do nosso povo, a fim de competir com alguém ou tomar-lhe o lugar – nada desse teor. Não se opõe a qualquer muçulmano, ou a quaisquer não-muçulmanos que tenham intenções pacíficas para com o nosso povo, aqui, (na Palestina) ou em qualquer lugar. Sempre oferecerá nada mais do que ajuda a todos os grupos e organizações que lutam contra o inimigo sionista e seus lacaios.
O Movimento de Resistência Islâmica adota o Islã como seu modo de vida. (O Islã) é seu credo e sua lei. (Qualquer grupo que) adotando o Islã como seu modo de vida, aqui ou onde for – seja uma organização, uma associação, estado ou qualquer outro grupo – o Movimento de Resistência Islâmica o servirá como seu soldado. Pedimos a Alá que nos guie, que guie (os outros) por nosso intermédio, e que faça o julgamento entre nós e nosso povo com a verdade "Oh, Senhor, julgai entre nós e nosso povo com a verdade. Sois o melhor dos juízes." (Alcorão 7:89).
No fim, suplicamos: Louvado seja Alá, Senhor do Universo.
Palestina, 1º de Muharram de 1409 AH/ 18 DE AGOSTO DE 1988
Tradução: Organização Sionista do Brasil
Notas da tradução (trechos explicativos entre parentes foram acrescentados ao texto):
  1. Islamonline, http://www.islamonline.net/Arabic/doc/2004/03/article11.SHTML
  2. Hasan Al-Banna (1906-1949) fundou a Fraternidade Muçulmana em 1928, e foi seu diretor-geral até o seu assassinato em 1949.
  3. Amjad Al-Zahawi foi um acadêmico religioso sunita iraquiano, filiado ao Movimento de Resistência Islâmica, e atuante em várias iniciativas em apoio da causa palestina.
  4. Hamas, em árabe, é o acrônimo de Movimento de Resistência Islâmica (harakat al-muqawam al-islamiyya); é também uma palavra árabe significando entusiasmo, ardor ou zelo.
  5. Devido à importância do conceito de jihad na ideologia do Hamas, este termo figura assim onde aparece no texto.
  6. Os versos de Muhammad Iqbal (1873-1938), um poeta e pensador religioso muçulmano hindu, é freqüentemente citado tanto por reformistas como conservadores muçulmanos, em apoio às suas respectivas orientações, embora opostas.
  7. Trata-se de verso freqüentemente citado do famoso poeta pré-islâmico Tarafa.
  8. Nos escritos islâmicos medievais, Al-Sha'm se refere, grosseiramente, a toda uma área que corresponde presentemente a Israel, Palestina, Líbano, Jordânia e Síria.
  9. A palavra "nacionalismo" aqui, neste documento, é usada como equivalente ao termo wataniyya, que deriva da palavra árabe watan (pátria), e no discurso árabe moderno significa nacionalismo territorial particularizado, em contraposição a qawmiyya, que também significa nacionalismo, mas é usada para se referir ao nacionalismo pan-árabe.
  10. A expressão "os seguidores dos movimentos islâmicos" é usada aqui para traduzir a palavra árabe al-islamiyyum.
  11. No texto original árabe, esse verso consta, erradamente, como 3:102
  12. Trata-se de um Hadith muito conhecido (isto é, um ditado atribuído ao Profeta)
  13. Tratam-se de dois versos muito citados do poeta do Século VII, Miskin al-Darimi
  14. Saif Al-Din Qutuz ( - 1260) foi o Sultão mameluco do Egito, de 1257 até sua morte. Em 1260, o comandante de seu exército, Al-Zahir Baybars (1223-1277) derrotou os mongóis na batalha de Ain-Jalut.


Postado Por Dc. Alair Alcântara


Sem Fronteiras
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terça-feira, 29 de junho de 2010

Vencendo a Copa da Vida


A Copa do Mundo é competição, é luta, mas também é festa. Uma festa em escala planetária. O mundo tem seis bilhões de habitantes. Mais da metade param tudo para assistir aos jogos do maior fenômeno esportivo mundial. Nações contra nações numa “guerra” diferente, onde importa ganhar dentro do campo, em obediência a normas estritas.

A vida também tem a sua “Copa”, essa muito mais difícil, onde semelhantemente muitos podem ganhar ou perder. A Copa da Vida é, de longe, mais importante que a Copa do Mundo. Enquanto nesta o perdedor pode se recuperar na copa seguinte, na primeira a perda é irreversível.

Não quero obviamente arriscar análises sobre a Copa do Mundo. Existem os narradores, os comentaristas, os milhões de “técnicos” dentre os apaixonados torcedores, que poderão fazê-lo. Mas sobre a Copa da Vida, que venho “jogando” há tempos, e vencendo pela infinita graça de Deus, gostaria de elencar algumas considerações.

Da comparação dessas duas Copas brotam preciosas lições. Não sou o primeiro a fazer isto. O apóstolo Paulo, antenado com o mundo de sua época, usou o esporte como paradigma, emprestando conceitos das olimpíadas gregas para falar da Copa da Vida.

Ele disse: “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível” (1 Co 9.24-25).

Não bastava competir; eles tinham de lutar do modo certo e ganhar. Deviam exercer domínio próprio, não viver de qualquer jeito, como se todos os caminhos levassem a Deus. Paulo entendia que Jesus é “o caminho, e a verdade, e a vida” que conduz à vitória (Jo 14.6); e que “há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte” ou derrota (Pv 14.12).
Na Copa, assim como na vida, há normas. Paulo reconhecia que “o atleta não é coroado se não lutar segundo as normas” (2 Tm 2.5). Quando arguido a respeito da maior norma (ou mandamento), Jesus disse: “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes” (Mc 12.30,31).

A Copa do Mundo é assistida por bilhões. Na Copa da Vida é assim também: “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus” (Hb 12.1-2).
Muitos perdem na Copa da Vida porque têm colocado ídolos (imagens, dinheiro, poder, sexo etc.) no lugar que pertence somente a Deus. No futebol há impedimentos, faltas, punições, cartões amarelo e vermelho. Na Copa da Vida, a infração principal é o pecado, a completa falta de “fair-play”.

Mas Deus evitar dar cartão vermelho, “porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente” (Tt 2.11).

A glória dos estádios é vã. Na Copa da Vida, há um “eterno peso de glória”. Na Copa do Mundo, as seleções lutam por um troféu que lhes pertencerá por quatro anos apenas. Na Copa da vida, o troféu é eterno.

Naquela como nesta, só os vencedores poderão ser coroados. Isto porque no céu não há lugar para perdedores. Jesus disse: “O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida” (Ap 3.5).

Alguns são desclassificados pelo caminho. Mas é preciso avançar: “Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.14). É preciso vencer com fair-play, com a “consciência pura diante de Deus e dos homens” (At 24.16).

Muito esforço é desprendido para ganhar uma Copa. Assim também é na Copa da Vida, cujo alvo é ganhar o reino de Deus. Jesus afirmou: “O reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele” (Mt 11.12).

Aqui, portanto, cabe uma pergunta: você está vencendo a Copa da Vida?
 
 
Reproduzido e Postado Por Dc. Alair Alcântara
 
 
Sem Fronteiras

A Geração Que "Verá" a Volta de Cristo

A Geração que Verá a Volta de Cristo
Sempre me pareceu estranho que o teólogo reformado R. C. Sproul começasse sua defesa do Preterismo moderado (do qual ele declaradamente é um dos adeptos) com uma citação do famigerado filósofo cético e ateu Bertrand Russell. Em seu livro The Last Days According to Jesus1 [Os Últimos Dias Segundo Jesus], Sproul parecia tentar agradar a Russell e seus seguidores com uma resposta à questão que Russel levantara sobre a divindade de Cristo. Ele tentou fazer com que a expressão “não passará esta geração sem que tudo isto aconteça” (Mt 24.33-34), se referisse à geração dos discípulos, alguns dos quais ainda eram vivos quando o exército romano (não o Anticristo, como mostra a profecia) destruiu a cidade de Jerusalém no ano 70 d.C.
Russell, que corretamente demonstrara o fato de que aqueles discípulos não viram a volta de Cristo nem o cumprimento de muitas profecias proferidas naquele sermão do monte das Oliveiras, deu então um “salto” interpretativo para chegar à conclusão errônea de que Jesus não podia ser Deus em carne humana, visto que fracassara em cumprir aquela profecia durante o tempo de vida daqueles discípulos. Ao que parece, nunca lhe ocorreu que a expressão “esta geração” não era uma referência àquela geração de discípulos do primeiro século, mas sim uma alusão à geração que veria a seqüência de eventos do fim dos tempos que acontecerá conforme Jesus profetizou. Eu pessoalmente não acredito que Russell tenha sido movido por um forte desejo de identificar Jesus como “o profeta” que Moisés predissera ser o Messias em Deuteronômio 18.18-19. É provável que ele tenha sido influenciado pelos céticos acerca de Jesus que viveram em sua própria geração ou pelos racionalistas alemães ou, ainda, pelos céticos franceses que o antecederam, os quais negaram a divindade de Jesus e a inspiração sobrenatural das Escrituras. O uso equivocado que ele fez de Mateus 24.32-34 foi, muito provavelmente, uma tentativa descarada de tirar a credibilidade de Jesus.
Essa é apenas uma das razões pelas quais o Pre-Trib Research Center [Centro de Pesquisas Pré-Tribulacionistas], o Dr. Thomas Ice e tantos outros escritores eruditos abordaram esse assunto em livros, folhetos e periódicos. É importante que se faça isso, não pelo texto das Escrituras em si mesmo, mas por causa da interpretação errada. Uma das coisas básicas que aprendi no estudo da lógica é que se você começa um argumento baseado numa premissa falsa, chegará a uma conclusão falsa. Essa é a razão pela qual a primeira coisa que se faz num debate é averiguar a veracidade ou falsidade da premissa básica (i.e., primeira premissa).
Em vez de adotar o sentido claro desse texto das Escrituras a fim de entender seu significado, nossos colegas de linha reformada e preterista querem nos levar a crer que Jesus fazia uma alusão aos discípulos do primeiro século.
escrituras
Infelizmente, nossos amigos ligados à Igreja Reformada (na sua maioria, amilenistas ou pós-milenistas), que chegaram às suas conclusões em virtude de seu sistema teológico e não pelo sentido claro da interpretação das Escrituras, tentam ler nesse texto aquilo que simplesmente nele não está escrito. Erram em não aceitar a declaração feita por Jesus de que “não passará esta geração sem que tudo isto aconteça” (v. 34) dentro de seu contexto, a qual refere-se à geração que veria os eventos que Ele acabara de profetizar. Jesus respondeu à pergunta levantada pelos discípulos em Mateus 24.3, “...que sinais haverá da tua vinda e da consumação do século?”. Contudo, os preteristas cometem o erro de pular falaciosamente para a conclusão de que Jesus se referia àqueles que estivessem vivos quando o templo fosse destruído. Daí, então, os preteristas ficam presos à obrigação de dizer, por exemplo, que Nero (o qual nunca esteve em Jerusalém para cumprir o que está escrito em 2 Tessalonicenses 2.8) é o Anticristo ou a “besta” de Apocalipse 13 (a qual ainda se manifestará no futuro) e que Satanás está preso. Alguns chegam mesmo a dizer que a Segunda Vinda de Cristo já aconteceu no ano 70 d.C. (ainda que tal “cumprimento” não preencha os requisitos das promessas feitas por Jesus acerca de Sua Vinda, muito menos do que foi predito pelos anjos e pelos apóstolos). A concepção de que estejamos vivendo hoje em dia no reino é ridícula; várias outras idéias, igualmente sem base nas Escrituras, têm sido por eles propagadas e parece que não se dão conta [do seu engano] (tudo isso tem sido cuidadosamente abordado nos livros e artigos escritos pelo Dr. Thomas Ice).
Em vez de adotar o sentido claro desse texto das Escrituras a fim de entender seu significado, nossos colegas de linha reformada e preterista querem nos levar a crer que Jesus fazia uma alusão aos discípulos do primeiro século. Sua motivação ao fazê-lo não é porque o texto bíblico em questão ensine isso, mas porque suas pressuposições teológicas o exigem; do contrário, teriam de abandonar suas crenças amilenistas e pós-milenistas. Aqueles que “interpretam as Escrituras em seu sentido literal, a menos que os fatos do contexto imediato nitidamente indiquem o contrário”, crêem, na sua esmagadora maioria, que Jesus voltará imediatamente após a concretização de muitos sinais que Ele apresentou nessa passagem como placas sinalizadoras em resposta às seguintes perguntas dos discípulos: “Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinais haverá da tua vinda e da consumação do século” (Mt 24.3).
Portanto, é importante examinar os eventos preditos por Jesus acerca de dias obviamente futuros, a fim de constatar se Ele aludia àquela geração do primeiro século ou fazia referência aos crentes que hão de contemplar os eventos profetizados. Estude a relação abaixo e chegue à sua própria conclusão.
A Introdução do Discurso no Monte das Oliveiras
“Porque se levantará nação contra nação, reino contra reino” (Mt 24.7).
reino contra reino
• Mateus 24.4-5: “Vede que ninguém vos engane. Porque virão muitos em meu nome dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos”. Desde o momento da ascensão de Jesus aos céus, centenas de falsos cristos já apareceram.
• Mateus 24.6: “E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras...”. Desde que Jesus predisse isso, já houve, pelo menos, 12 mil guerras.
• SUA MENSAGEM: “...vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim”.
Jesus Predisse Sinais Que Antecederiam a Tribulação
• Mateus 24.5: “Porque virão muitos em meu nome [...] e enganarão a muitos”. Centenas de falsos mestres apareceram em cena desde o primeiro século até agora.
• Mateus 24.7 – O primeiro sinal ou “dor de parto”: “Porque se levantará nação contra nação, reino contra reino”. Uma vez que a visão apresentada por Jesus neste versículo era de amplitude mundial, poderia ser uma alusão à I Guerra Mundial (1914-1917), a qual, historicamente, foi o primeiro conflito de proporções mundiais, iniciada por uma nação contra outra e que acabou por envolver as nações do mundo. “...e haverá fomes [a versão Almeida Revista e Corrigida acrescenta: ‘...e pestes’,] e terremotos em vários lugares”, que, literalmente, significa “em vários lugares ao mesmo tempo”. Isso ocorreu, pela primeira vez, depois da I Guerra Mundial. Nos idos de 1918 a 1920, a influenza foi provavelmente a “peste” mais letal do mundo em toda sua história. Os quatro elementos do primeiro sinal referiam-se à I Guerra Mundial.
• Mateus 24.8: “...tudo isto é o princípio das dores” (i.e., dores de parto) ou sinais da Sua Vinda. É interessante que depois disso, muitos outros sinais do fim dos tempos começaram a aparecer – Israel recebeu permissão para retornar à sua terra (em 1917, através da Declaração Balfour) e a Revolução Russa, que resultou no erguimento dessa nação como uma potência mundial, dentre outros sinais.
• Mateus 24.11: “Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos”.
• Mateus 24.12-13: “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” (ou seja, entrará no Milênio).
• Mateus 24.14: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim”. (Temos nos aproximado rapidamente do cumprimento dessa profecia à medida que o Evangelho se torna conhecido ao redor do mundo). Muitos expositores da Bíblia crêem que os versículos acima descrevem os primeiros três anos e meio do período da Tribulação, tratado detalhadamente nos capítulos 6 a 12 de Apocalipse.
A Grande Tribulação
“E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim” (Mt 24.14).
todas as nações
• Mateus 24.15: “Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel...”. Esse texto ensina que a [segunda metade da] Grande Tribulação terá inicío no momento em que o templo for profanado e destruído.
• Mateus 24.21-22: “porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais”. (Para mais detalhes sobre esses três anos e meio da Tribulação, leia Apocalipse 13 a 18, período esse após o qual Jesus Cristo voltará com poder para estabelecer Seu Reino, conforme os capítulos 19 e 20 de Apocalipse). Visto que nunca houve um tempo como esse na história, fica evidente que os versículos profetizam eventos ainda futuros.
• Mateus 24.24: “Porque surgirão muitos falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos. Vede que vo-lo tenho predito”. Embora a Igreja tenha ficado infestada de falsos mestres que alegam ser “Cristo” ou “profetas”, os tais nunca realizaram “sinais e prodígios” capazes de enganar até mesmo os eleitos. A batalha entre os seguidores de Satanás e do Anticristo contra o Espírito Santo e os servos de Deus, durante a última metade do período da Tribulação será a maior batalha da história deste mundo.
“Logo em seguida à tribulação daqueles dias [...] todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória” (Mt 24.29-30).
as nuvens no céu
• Mateus 24.29-30: “Logo em seguida à tribulação daqueles dias [...] todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória”. O texto insiste em repetir veementemente que a Segunda Vinda de Cristo acontecerá imediatamente depois do pior período da história humana. Para qualquer leitor imparcial, a conclusão óbvia é a de que tal período ainda não ocorreu, mas aguarda sua concretização no futuro [...] futuro esse que, segundo a opinião de muitos, pode estar bem próximo.
Conclusão
A geração que, conforme os versículos 32-34, contemplará todas essas coisas, de modo nenhum podia ser a geração de discípulos que viveu no primeiro século. Infelizmente, até onde se sabe, Bertrand Russell morreu e foi sepultado com a enganosa concepção de que Jesus cometeu um erro ao profetizar que Sua geração veria a Segunda Vinda dEle, concluindo, assim, que as palavras de Cristo não eram confiáveis. Na verdade, Jesus se referia à geração acerca da qual os discípulos indagaram ao perguntarem: “que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século”. Cristo descreveu “esta geração” como aquela que estará viva no momento em que “sucederão todas estas coisas”.2 Visto que muitos sinais, ao que parece, já começaram a se cumprir, todos nós deveríamos orar e trabalhar a fim de advertir as pessoas para que não percam a oportunidade de encontrá-lO na Sua Vinda para buscar a Igreja, por ocasião do Arrebatamento. Tenho certeza de que eu e você temos o mesmo desejo de que muitos não sejam Deixados Para Trás! (Tim LaHaye - Pre-Trib Perspectives - http://www.chamada.com.br)
Notas:
  1. A série de citações que R. C. Sproul faz dos escritos de Bertrand Russell encontra-se no livro de Sproul intitulado The Last Days According to Jesus (Grand Rapids: Baker, 1998, p. 11-15). As citações foram extraídas do livro de Bertrand Russell intitulado Why I Am Not a Christian: And Other Essays on Religion and Related Subjects, organizado por Paul Edwards (Londres: Allen & Unwin / Nova York: Simon & Schuster, 1957).
  2. Para uma apresentação mais detalhada e aprofundada desse assunto, por favor, veja em: Thomas Ice e Tim LaHaye, The End Times Controversies, Eugene: Harvest House, 2003, p. 83-108 (no capítulo 4, sob o título: Preterist “Time Texts”).

Postado Por Dc. Alair Alcântara


Sem Fronteiras

segunda-feira, 28 de junho de 2010

A Marca da Besta

Dentre todos os tópicos da Bíblia, talvez a marca da besta seja o que mais tem suscitado especulações e argumentações ridículas e bombásticas. Cristãos e não-cristãos debatem o significado de seu valor numérico. Mas o que diz, realmente, o texto bíblico?
O Número 666: Marca Registrada da Tribulação?
A questão central da Tribulação é: Quem tem o direito de governar, Deus ou Satanás? Deus vai provar que é Ele quem tem esse direito. Pela primeira e única vez na história, as pessoas terão uma data limite para aceitarem o Evangelho. Por enquanto, todos podem aceitar ou rejeitar essa mensagem em diferentes momentos da vida; alguns o fazem na infância, outros no início da fase adulta, outros na meia-idade, e alguns até na velhice. Mas, quando vier a Tribulação, as pessoas terão que tomar essa decisão de forma imediata ou compulsória por causa da marca da besta, de modo que toda a humanidade será deliberadamente dividida em dois segmentos. O elemento polarizador será precisamente a marca da besta.
A Bíblia ensina que o líder da campanha em defesa da marca da besta será o falso profeta, que está ligado à falsa religião (Ap 13.11-18). Apocalipse 13.15 deixa claro que o ponto-chave em tudo isso é adorar "a imagem da besta". A marca da besta é simplesmente um meio de forçar as pessoas a declararem do lado de quem estão: do Anticristo ou de Jesus Cristo. Todos terão que escolher um dos lados. Será impossível manter uma posição neutra ou ficar indeciso com relação a esse assunto. A Escritura é muito clara ao afirmar que os que não aceitarem a marca serão mortos.
O falso profeta vai exigir uma "marca" em sinal de lealdade e devoção à besta, e essa marca será "sobre a mão direita" – não a esquerda – "ou sobre a fronte" (Ap 13.16).

Toda a humanidade será forçada a escolher um dos lados: "...todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos" (Ap 13.16). O Dr. Robert Thomas comenta que essa construção retórica "abrange todas as pessoas, de todas as classes sociais, [...] ordenadas segundo sua condição financeira, [...] abrangendo todas as categorias culturais [...]. As três expressões são um recurso estilístico que traduz universalidade".[1] A Escritura é muito específica. O falso profeta vai exigir uma "marca" em sinal de lealdade e devoção à besta, e essa marca será "sobre a mão direita" – não a esquerda – "ou sobre a fronte" (Ap 13.16).
A palavra "marca" aparece em muitas passagens da Bíblia. Por exemplo, ela é usada várias vezes em Levítico, referindo-se a um sinal que torna o indivíduo cerimonialmente impuro, e está geralmente relacionada à lepra. É interessante notar que o modo como Ezequiel 9.4 usa a idéia de "marca" é semelhante ao de Apocalipse: "E lhe disse: Passa pelo meio da cidade, pelo meio de Jerusalém, e marca com um sinal a testa dos homens que suspiram e gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio dela". Nessa passagem, o sinal serve para preservação, assim como o sangue espalhado nas ombreiras das portas livrou os hebreus durante a passagem do anjo da morte, como relata o Livro do Êxodo. Em Ezequiel, a marca é colocada na fronte, semelhantemente à do Apocalipse. Todas as sete ocorrências da palavra "marca" ou "sinal" (gr. charagma) no Novo Testamento em grego, encontram-se no Livro do Apocalipse, e todas se referem à "marca da besta" (Ap 13.16,17; 14.9,11; 16.2; 19.20; 20.4). O Dr. Thomas explica o significado desse termo na Antigüidade:
A marca deve ser algum tipo de tatuagem ou estigma, semelhante às que recebiam os soldados, escravos e devotos dos templos na época de João. Na Ásia Menor, os seguidores das religiões pagãs tinham prazer em exibir essas tatuagens para mostrar que serviam a um determinado deus. No Egito, Ptolomeu IV Filopátor (221-203 a.C.) marcava com o desenho de uma folha de trevo os judeus que se submetiam ao cadastramento, simbolizando a servidão ao deus Dionísio (cf. 3 Macabeus 2.29). Esse significado lembra a antiga prática de usar marcas para tornar pública a fé religiosa do seu portador (cf. Isaías 44.5), e também a prática de marcar os escravos a fogo com o nome ou símbolo de seu proprietário (cf. Gl 6.17). O termo charagma ("marca") também era usado para designar as imagens ou nomes dos imperadores, cunhadas nas moedas romanas e, portanto, poderia muito bem aplicar-se ao emblema da besta colocado sobre as pessoas.[2]
Alguns se perguntam por que foi usado um termo tão específico para designar a marca do Anticristo. Essa marca parece ser uma paródia do plano de Deus, principalmente no que se refere aos 144.000 "selados" de Apocalipse 7. O selo de Deus sobre Suas testemunhas muito provavelmente é invisível e tem o propósito de protegê-las do Anticristo. Por outro lado, o Anticristo oferece proteção contra a ira de Deus – uma promessa que ele não tem condições de cumprir – e sua marca é visível e externa. Como os que receberem a marca da besta o farão voluntariamente, é de supor que as pessoas sentirão um certo orgulho de terem, em essência, a Satanás como seu dono. O Dr. Thomas afirma: "A marca será visível e identificará todos os que se sujeitarem à besta".[3]
Uma Identificação Traiçoeira
Verificação da identidade pela leitura da íris. O Anticristo fará uso da moderna tecnologia.

Além de servir como indicador visível da devoção ao Anticristo, a marca será a identificação obrigatória em qualquer transação comercial na última metade da Tribulação (Ap 13.17). Este sempre foi o sonho de todos os tiranos da história – exercer um controle tão absoluto sobre seus vassalos a ponto de decidir quem pode comprar e quem pode vender. O historiador Sir William Ramsay comenta que Domiciano, imperador romano no primeiro século, "levou a teoria da divindade Imperial ao extremo e encorajou ao máximo a ‘delação’; [...] de modo que, de uma forma ou de outra, cada habitante das províncias da Ásia precisava demonstrar sua lealdade de modo claro e visível, ou então era imediatamente denunciado e ficava impossibilitado de participar da vida social e de exercer seu ofício".[4] No futuro, o Anticristo aperfeiçoará esse sistema com o auxílio da moderna tecnologia.
Ao longo da história, muitos têm tentado marcar certos grupos de pessoas para o extermínio, mas sempre houve alguns que conseguiram achar um meio de escapar. Porém, à medida que a tecnologia avança, parece haver uma possibilidade cada vez maior de bloquear praticamente todas as saídas. Essa hipótese é reforçada pelo emprego da palavra grega dunétai – "possa" (Ap 13.17), que é usada para transmitir a idéia do que "pode" ou "não pode" ser feito. O Anticristo não permitirá que alguém compre ou venda se não tiver a marca, e o que possibilitará a implantação desta política será o fato da sociedade do futuro não usar mais o dinheiro vivo como meio de troca. O controle da economia, ao nível individual, através da marca, encaixa-se perfeitamente no que a Bíblia diz a respeito do controle do comércio global pelo Anticristo, delineado em Apocalipse 17 e 18.
A segunda metade de Apocalipse 13.17 descreve a marca como "o nome da besta ou o número do seu nome". Isso significa que "o número do nome da besta é absolutamente equivalente ao nome, [...]. Essa equivalência indica que, como nome, ele é escrito com letras; mas, como número, é o análogo do nome escrito com algarismos".[5] O nome do Anticristo será expresso numericamente como "666".
Calculando o Número
O Anticristo não permitirá que alguém compre ou venda se não tiver a marca, e o que possibilitará a implantação desta política será o fato da sociedade do futuro não usar mais o dinheiro vivo como meio de troca.

Nesse ponto da profecia (Ap 13.18), o apóstolo João interrompe momentaneamente a narrativa da visão profética e passa a ensinar a seus leitores a maneira correta de interpretar o que havia dito. Uma leitura do Apocalipse demonstra claramente que os maus não entenderão o significado, porque rejeitaram a Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Por outro lado, os demais que estiverem atravessando a Tribulação receberão sabedoria e entendimento para que possam discernir quem é o Anticristo e recusar a sua marca. A Bíblia deixa claro que aqueles que receberem a marca da besta não poderão ser salvos (Ap 14.9-11; 16.2; 19.20; 20.4) e passarão a eternidade no lago de fogo. O fato de João usar essa passagem crucial para transmitir sabedoria e entendimento aos crentes, com relação a um assunto de conseqüências eternas, mostra que Deus proverá o conhecimento necessário para que o Seu povo possa segui-lO fielmente.
Mas o que essa sabedoria e esse conhecimento permitem que os crentes façam? A passagem diz que podemos "calcular". Calcular o quê? Podemos calcular o número da besta.
O principal propósito de alertar os crentes sobre a marca é permitir que eles saibam que, quando em forma de número, o "nome" da besta será 666. Assim, os crentes que estiverem passando pela Tribulação, quando lhes for sugerido que recebam o número 666 na fronte ou na mão direita, deverão rejeitá-lo, mesmo que isso signifique a morte. Outra conclusão que podemos tirar é que qualquer marca ou dispositivo oferecido antes dessa época não é a marca da besta que deve ser evitada.
Portanto, não há motivo para os cristãos de hoje encararem o número 666 de forma supersticiosa. Se o nosso endereço, número de telefone ou código postal incluem esse número, não precisamos ter medo de que algum poder satânico ou místico nos atingirá. Por outro lado, temos que reconhecer que muitos ocultistas e satanistas são atraídos por esse número por sua conexão com a futura manifestação do mal. Porém, o número em si não tem poderes sobrenaturais. Quando um crente acredita nisso, já caiu na armadilha da superstição. A Bíblia ensina que não há nenhum motivo para atribuir poderes místicos ao número 666.
A Carroça na Frente dos Bois
Muitos têm tentado descobrir a identidade do Anticristo através de cálculos numéricos. Isso é pura perda de tempo. A lista telefônica está cheia de nomes que poderiam ser a solução do enigma, mas a sabedoria para "calcular" o nome não é para ser aplicada agora, pois isso seria colocar a carroça adiante dos bois. Esse conhecimento é para ser usado pelos crentes durante a Tribulação.
Em 2 Tessalonicenses 2, Paulo ensina que, durante a presente era da Igreja, o Anticristo está sendo detido. Ele será "revelado somente em ocasião própria" (v.6). Ao escolher a palavra "revelado", o Espírito Santo quis indicar que a identidade do Anticristo estará oculta até a hora de sua revelação, que ocorrerá em algum momento após o Arrebatamento da Igreja. Portanto, não é possível saber quem é o Anticristo antes da "ocasião própria". O Apocalipse deixa bem claro que os crentes saberão na hora certa quem é o Anticristo.
Como apontamos acima, o Apocalipse não deixa dúvida de que durante a Tribulação todos os crentes saberão que receber a marca da besta será o mesmo que rejeitar a Cristo. Durante a Tribulação, todos os cristãos terão plena consciência disso onde quer que estejam. Nenhuma das hipóteses levantadas no passado, ou que venham a ser propostas antes da Tribulação, merece crédito.
Apocalipse 13.17-18 diz claramente que o número 666 será a marca que as pessoas terão que usar na fronte ou na mão direita. Em toda a história, ninguém jamais propôs a utilização desse número em condições semelhantes às da Tribulação, de modo que todas as hipóteses já levantadas a respeito da identidade do Anticristo podem ser descartadas.
O mais importante nessa passagem é que podemos nos alegrar em saber que a identificação do futuro falso Cristo ainda não é possível, mas o será quando ele ascender ao trono. Com certeza, aquele a quem o número 666 se aplica é alguém que pertence a uma época posterior ao período em que João viveu, pois ele deixa claro que alguém iria reconhecer esse número. Se nem a geração de João nem a seguinte foi capaz de discerni-lo, isso significa que a geração que poderá identificar o Anticristo forçosamente estava (e ainda está) no futuro. No passado, houve várias figuras políticas que tipificaram características e ações desse futuro personagem, mas nenhum dos anticristos anteriores se encaixa perfeitamente no retrato e no contexto do Anticristo do final dos tempos.[6]
A Relação entre Tecnologia e a Marca da Besta
Muitos têm feito as mais variadas hipóteses sobre a marca da besta. Alguns dizem que ela será como o código de barras utilizado para identificação universal de produtos. Outros imaginam que seja um chip implantado sob a pele, ou uma marca invisível que possa ser lida por um scanner. Contudo, essas conjeturas não estão de acordo com o que a Bíblia diz.
A marca da besta – 666 – não é a tecnologia do dinheiro virtual nem um dispositivo de biometria. A Bíblia afirma de forma precisa que ela será:
  • a marca do Anticristo, identificada com sua pessoa
  • o número 666, não uma representação
  • uma marca, como uma tatuagem
  • visível a olho nu
  • sobre a pele, e não dentro da pele
  • facilmente reconhecível, e não duvidosa
  • recebida de forma voluntária; portanto, as pessoas não serão ludibriadas para recebê-la involuntariamente
  • usada após o Arrebatamento, e não antes
  • usada na segunda metade da Tribulação
  • necessária para comprar e vender
  • recebida universalmente por todos os não-cristãos, mas rejeitada pelos cristãos
  • uma demonstração de adoração e lealdade ao Anticristo
  • promovida pelo falso profeta
  • uma opção que selará o destino de todos os que a receberem, levando-os ao castigo eterno no lago de fogo.
A marca da besta é uma opção que selará o destino de todos os que a receberem, levando-os ao castigo eterno no lago de fogo.

Talvez na história ou na Bíblia nenhum outro número tenha atraído tanto a atenção de cristãos e não-cristãos quanto o "666". Até mesmo os que ignoram totalmente os planos de Deus para o futuro, conforme a revelação bíblica, sabem que esse número tem um significado importante. Escritores religiosos ou seculares, cineastas, artistas e críticos de arte fazem menção, exibem ou discorrem a respeito dele. Ele tem sido usado e abusado por evangélicos e por membros de todos os credos, tendo sido objeto de muita especulação inútil. Freqüentemente, pessoas que se dedicam com sinceridade ao estudo da profecia bíblica associam esse número à tecnologia disponível em sua época, com o intuito de demonstrar a relevância de sua interpretação. Mas, fazer isso é colocar "a carroça na frente dos bois", pois a profecia e a Bíblia não ganham credibilidade ou legitimidade em função da cultura ou da tecnologia.
Conclusão
O fato da sociedade do futuro não utilizar mais o dinheiro vivo será usado pelo Anticristo. Entretanto, seja qual for o meio de troca substituto, ele não será a marca do 666. A tecnologia disponível na época da ascensão do Anticristo será aplicada com propósitos malignos. Ela será empregada, juntamente com a marca, para controlar o comércio (como afirma Apocalipse 13.17). Sendo assim, é possível que se usem implantes de chips, tecnologias de escaneamento de imagens e biometria para implementar a sociedade amonetária do Anticristo, como um meio de implantar a política que impedirá qualquer pessoa de comprar ou vender se não tiver a marca da besta. O avanço da tecnologia é mais um dos aspectos que mostram que o cenário para a ascensão do Anticristo está sendo preparado.



Postado Por Dc. Alair Alcântara
Sem Fronteiras





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