quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Estudo X - CONFIANÇA


Por Pr. Alair Alcântara!!!



“E esta é a confiança que temos para com Ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade, Ele nos ouve” (1Jo 5:14).

Benjamin Franklin, certa vez, disse que só existem duas coisas certas nesta vida: a morte e os impostos. Existe uma terceira coisa certa, também: a incerteza da vida!

Não sabemos quão seguro é nosso emprego. Nada garante nossa proteção contra a doença, terrorismo, guerra e desastres naturais. Quando vamos para a cama, não temos nenhuma certeza de que vamos acordar no dia seguinte.

Diante disso, fazemos nosso melhor, tentando nos proteger desses problemas da melhor maneira que podemos, mas, no fim das contas, nossos melhores esforços não garantem nada.
Mas que dizer de Deus? E das promessas de Deus a nós? Elas não são seguras? Como podemos viver sem confiança e garantia quando se trata de Deus? Nosso relacionamento com Deus e nossa vida com Ele para sempre é mais importante que qualquer outra coisa. O que João tem a nos dizer sobre isso, a coisa mais importante de nossa vida?

Tendo confiança

1João 5:14 contém a palavra confiança, que tem também o significado de certeza, coragem, ou, em outros contextos, intrepidez (At 4:2931) e franqueza (Jo 16:2529).

De acordo com Hebreus 4:16 e Hebreus 10:19, os cristãos podem se aproximar do trono de Deus com confiança. Por quê? Primeiramente, porque Jesus derramou Seu sangue por eles na cruz. E segundo, porque Jesus ascendeu ao Céu para servir como Sumo Sacerdote em seu favor.
O mesmo termo é usado em 1 João 4:17 falando sobre “confiança” ou “coragem” no dia do juízo. Os cristãos não têm medo do juízo. Contam com o que Jesus fez por eles. Sua confiança não está neles mesmos, nem no que fizeram ou no poderiam ter feito. Ao contrário, essa confiança repousa totalmente em Jesus.

Outra forma de João expressar essa ideia de confiança é pelo repetido uso da frase “sabemos que” no fim de 1 João. Essa frase só é encontrada duas vezes ao longo da epístola (1Jo 3:214), mas ocorre cinco vezes na sua conclusão e destaca adicionalmente o assunto da “confiança”.






Em 1 João 5:13, o apóstolo diz que podemos saber e falar sobre a certeza da salvação. De 1 João 5:15 em diante, ele usa sabemos. Em 1 João 5:15 ele enfatiza que nossas orações são ouvidas. Podemos ter confiança. Em 1 João 5:18sabemos é seguido pela promessa de proteção divina. Em 1 João 5:19, o mesmo verbo sabemos introduz o maravilhoso conceito de pertencer a Deus, e 1 João 5:20 afirma que conhecemos Jesus e assim, por intermédio de Jesus, conhecemos a Deus e estamos nEle. Então, os cristãos têm confiança no que se refere ao seu relacionamento com Deus, sua vida de oração e sua condição presente e destino futuro.

A posse da vida eterna

Que certeza podemos ter, se cremos no Filho de Deus? 1Jo 5:13

O verso 13 fornece uma razão importante de João haver escrito sua epístola. Ele queria que seu público tivesse a certeza da salvação. Seus ouvintes e leitores deviam saber que já tinham vida eterna. Esta é uma realidade presente. João fez uma declaração semelhante no fim de seu Evangelho (Jo 20:30, 31).

1 João 5:13 ultrapassa os outros textos do Novo Testamento que se referem à vida eterna. Esses textos mencionam uma condição e contêm uma promessa, mas 1 João 5:13 afirma que os filhos de Deus devem saber que têm a vida eterna. Não é uma opção, algo que pode ser acrescentado à vida cristã ou deixado de lado. Deus quer que tenhamos a certeza da salvação. Moisés (Êxodo 32:32), Pedro (1Pe 5:1), Paulo (2Tm 4:7, 8), os cristãos de Éfeso (Ef 2:8) e os crentes de Colossos (Cl 1:12-14) tinham essa certeza.

Como podemos evitar que essa certeza se torne presunção? Veja Mt 10:221Co 9:27Ap 3:11

Alguns tomam essa “confiança” de salvação e a transformam em uma “certeza incondicional”, a ideia de “uma vez salvo, salvo para sempre”. Se isso fosse verdade, o que nos impediria de esquecer tudo a respeito de Deus e viver uma vida imoral e pouco ética – que, de acordo com a Bíblia, iria nos manter fora do Céu (Gl 5:21Ap 21:8)? Afinal, mesmo sabendo que podemos nos afastar de Deus, já é difícil nos manter puros. Imagine se pensarmos que nossa maneira de viver não tem importância!

A Bíblia ensina que existe certeza de salvação, mas essa certeza pode se perder mediante nossas escolhas. Precisamos apegar-nos à coroa da vida mantendo-nos submissos diariamente ao Senhor, em obediência, arrependimento e fé. Devemos, sempre, vigiar e orar, pois Satanás está buscando alguém para devorar (1Pe 5:8). E se não formos nós, quem haverá de ser?

De acordo com a Sua vontade

Que certeza temos quanto às nossas orações? 1Jo 5:14,15.

Podemos ir a Deus com todas as nossas alegrias, fardos e pedidos. Podemos Lhe dizer que precisamos de dinheiro. Podemos Lhe dizer que temos problemas com nossos filhos e precisamos de Sua intervenção. Podemos Lhe dizer que estamos gravemente doentes e precisamos de cura. Sabemos que Ele nos envia um cheque, corrige nossos filhos, ou nos cura de uma doença maligna? Não necessariamente. Quando Jesus orou no Getsêmani, Ele acrescentou à Sua oração “Faça-se a Tua vontade” (Mt 26:42); e Deus não O livrou da cruz.

Porém, se confessamos nossos pecados e pedimos perdão, Deus não nos põe em uma lista de espera; podemos ter confiança de que, ao encerrarmos nossa oração, o perdão se tornou uma realidade. Se eu Lhe pedir para me fazer Seu filho porque aceito Jesus como Salvador e Senhor, Deus responderá imediatamente a essa oração. Sempre que a vontade de Deus é revelada nas Escrituras – seja em um mandamento ou uma promessa – e reclamarmos essa expressão de Sua vontade, sabemos que a oração será respondida. Em casos em que não estamos certos de como Deus nos guiará, devemos acrescentar às nossas orações “faça-se a Tua vontade” e crer que o Senhor fará o que for melhor.

1 João 5:16, 17 não é fácil de entender. Os estudiosos estão divididos quanto ao que significa (alguns dizem que é o pecado contra o Espírito Santo). Sabemos, porém, que todo pecado é iniquidade e não pode ser justificado nem tolerado. Mas qual foi a distinção de pecados que João fez nestes versos? Isso não é fácil de responder. Seja o que for que João está dizendo, podemos estar certos de que ele não está minimizando a gravidade do pecado.

Confiança de proteção

Em 1 João 5:18, 19, João menciona por duas vezes que “sabemos”. Os dois versos começam com essa declaração. Porém, João não está preocupado apenas com o conhecimento.

No verso 18, a expressão nascido de Deus é usada por duas vezes. Mas a primeira expressão se refere a todos os verdadeiros crentes, enquanto a segunda expressão se refere a Jesus. No grego, existe uma diferença de tempos que pode ser bastante importante. “Todo aquele que é nascido de Deus” (a primeira frase) ocorre no perfeito e descreve o efeito duradouro da regeneração. A segunda frase utiliza uma forma verbal que se refere a um evento específico no passado e descreve a encarnação de Jesus. Ele nasceu de Maria em Belém. A primeira frase se refere à experiência dos seres humanos que nascem de novo (Jo 3:3,51Jo 3:9). O uso da mesma frase para Jesus pode apontar para o fato de que Jesus veio para perto de nós, até mesmo Se tornou um de nós. Por outro lado, Jesus é diferente de nós. Ele é o Filho de Deus de um modo que nunca seremos.

Que conforto estes versos contêm? 1Jo 5:18, 19

Os dois versos mencionam o Maligno. Essa palavra também é usada em 1 João 2:13, 141 João 3:12. Descreve Satanás. João ainda o chama de diabo (1Jo 3:810). De acordo com Apocalipse 12:9, ele é a antiga serpente, o diabo. 1 João 5:18, 19 fornece um pequeno vislumbre do grande conflito entre Cristo e Satanás. Esse conflito é revelado no livro de Apocalipse, especialmente no capítulo 12. Porém, os diferentes participantes já estão apontadas em 1 João. Nos versos 18 e 19 João se refere ao mundo como o palco do Maligno. No outro lado do conflito, os discípulos de Jesus são encontrados junto com Deus o Pai e com Jesus. Esses crentes são protegidos por Ele. Jesus os guarda e não permite que Satanás os toque. Então, eles podem dizer não ao pecado e resistir às tentações.

O verso 19 afirma que somos de Deus. Podemos estar confiantes porque temos relacionamento direto e íntimo com Deus e estamos separados do mundo. Como filhos de Deus, podemos reclamar Suas promessas.

Tendo verdadeiro conhecimento da Divindade

Novamente, João declara que “sabemos”. Conhecemos aquele que é a verdade. O Filho de Deus, Jesus, veio a este mundo e nos revelou Deus o Pai. Esse conhecimento não é somente intelectual. Esse conhecimento nos leva a uma conexão íntima com Deus.

De acordo com 1 João 5:20, a quem João se referiu quando disse que “estamos no verdadeiro”?

Ao longo de sua primeira epístola, vimos que João muda facilmente do Pai para Jesus. Em alguns casos, o pronome pessoal Ele pode até se referir tanto ao Pai como ao Filho. Isso não deve nos surpreender, porque “aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai” (1Jo 2:23). 1 João 5:20 inclui a palavra verdadeiro por três vezes. A primeira se refere claramente a Deus o Pai: Jesus veio e nos deu entendimento para reconhecermos o Pai, pelo menos até certo ponto.

A segunda menção pode se referir a Jesus: “Estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo”. A última parte dessa cláusula parece explicar a primeira: O Filho de Deus é aquele que é verdadeiro. A palavra verdadeiro é achada em 1 João 2:8, descrevendo Jesus (veja também Ap 3:714), mas também é um atributo do Pai (Jo 7:28).
A última referência que menciona a palavra verdadeiro ocorre na sentença: “Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”. Essa sentença pode se referir a Deus o Pai, a Jesus, ou a ambos. Os comentaristas se dividem a esse respeito. Em todo caso, tem perfeito sentido se mencionar Jesus.

Que princípio está contido na advertência de 1 João 5:21?

Até aqui, em toda a Epístola, João não mencionou a idolatria. Em seu lugar, ele combateu as falsas concepções de Jesus e sua influência naqueles membros que não haviam deixado a igreja. Por que então, no fim da epístola, como última advertência, ele introduziu um assunto não encontrado antes? Talvez João considerasse idolatria as falsas ideias sobre Cristo, e assim, a idolatria está associada aos ensinos dos anticristos sobre Deus e Jesus. Sua compreensão da Divindade podia ser considerada adoração de falsos deuses em vez do Pai, que, em Jesus, dá vida e confiança eterna a todos os verdadeiros crentes.

 “Quando pedimos bênçãos terrestres, a resposta a nossa oração talvez seja retardada, ou Deus nos dê outra coisa que não aquilo que pedimos; não assim, porém, quando pedimos livramento do pecado. É Sua vontade limpar-nos dele, tornar-nos Seus filhos, e habilitar-nos a viver uma vida santa. Cristo ‘Se deu a Si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de nosso Deus e Pai’ (Gl 1:4). E ‘esta é a confiança que temos nEle, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que Lhe fizemos’ (1Jo 5:14, 15). ‘Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça’ (1Jo 1:9)” ( O Desejado de Todas as Nações, p. 266).

“Se a vida do doente pode glorificá-Lo, suplicamos-Lhe que conceda viver, porém não como nós queremos e sim como Ele quiser. Nossa fé pode ter a mesma firmeza e até provar-se mais confiante ainda, subordinando o desejo pessoal à onisciente vontade de Deus, e depositando tudo com confiança em Suas mãos, sem inútil ansiedade. Temos a promessa. Sabemos que ‘se pedirmos, segundo Sua vontade, Ele nos ouve’ (1Jo 5:14). Nossas petições não devem tomar a forma de uma ordem e sim de uma intercessão para que se cumpra o que dEle suplicamos” (Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 149).


Postado Por Pr. Alair Alcântara

Sem Fronteiras

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Estudo IX - CRENDO NO FILHO DE DEUS


Por Pr. Alair Alcântara!!!



“Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?” (1Jo 5:5).

As ideias sobre quem Jesus era variaram não só na antiguidade mas hoje também são diversas. Alguns separam o Jesus bíblico do que eles chamam de Jesus histórico e afirmam que os dois podem não ter tido muito em comum. Supostamente, o Jesus histórico foi um homem comum com uma acentuada sensibilidade para o divino, e isso é tudo. E, certamente, Ele não era o Filho de Deus ressuscitado! Outros acreditam que Jesus foi um mero revolucionário político que, de maneira sutil, tentou subverter o Império Romano.

Podemos ser tentados a achar que essas questões são meros exercícios acadêmicos e filosóficos. Mas quem Jesus era e o que Ele declarou sobre Si mesmo afeta cada ser humano. Aquilo que pensamos sobre Jesus influencia dramaticamente nossa maneira de nos relacionar com Deus, de entender o plano de salvação e nossa confiança na salvação.
É por isso que João trata desse assunto em suas epístolas.

Fé em Jesus e vitória 

“Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que O gerou também ama o que dEle é nascido” (1Jo 5:1).

Depois de ter estudado o ensino de João sobre amor fraternal, voltamos à questão da fé em Jesus como o Cristo/Messias, o Filho de Deus. De fato, os dois assuntos, crença e amor, se sobrepõem nos primeiros versos o capítulo 5

João queria que seu público cresse em Jesus como o Cristo. Ele diz: Aqueles que são nascidos de Deus, amam a Deus, amam uns aos outros e guardam os mandamentos. Os crentes em Jesus como Filho de Deus também vencem o mundo.

Ao longo da história, alguns entenderam que a batalha que os cristãos precisam travar para vencer o mundo seria algum tipo de conflito militar literal. Mas isso está errado. Em nenhuma parte das Escrituras os cristãos são chamados a organizar-se em cruzadas e forçar os outros à conversão. Em nenhuma parte do Novo Testamento uma nação é comparada com o reino de Deus e, dessa forma, ser defendida ou expandida mediante violência. A batalha que os cristãos têm que lutar é espiritual. Nos escritos de João, o caminho para a vitória não é pelo uso da violência nem da força física. O caminho para vencer é pela fé, e a fé se demonstra pelo tipo de vida que se tem.

Nos textos seguintes, João fala sobre vitória e superação.






O vencedor por excelência é Jesus Cristo. Visto que Ele obteve a vitória, Seus seguidores podem também vencer. Até certo ponto, eles já têm a vitória: a de Cristo em seu favor. Os vencedores recebem promessas maravilhosas de Deus de que não mais precisamos ser escravos do pecado (Rm 6:1-6), mas que, em Jesus e na nova vida que temos nEle, servimos ao Senhor, não a Satanás, nosso antigo mestre.

O Jesus em quem cremos

Depois de ter ressaltado a importância da fé em Jesus como Messias e Filho de Deus, João continua expondo ao público quem foi esse Filho de Deus, e uma das coisas que diz sobre Jesus é que Ele veio “por meio de água e sangue” (1Jo 5:6).

O que significa isso?
Em 1 João, a água só é mencionada nestes versos de hoje. Porém, aparece com muita frequência no Evangelho de João e também em Apocalipse. De acordo com a passagem, a água que João menciona em 1 João 5:6, 8 deve estar de alguma forma relacionada a Jesus e Sua primeira vinda, e deve ser um dos três elementos que testemunham que Jesus é o Messias e Filho de Deus.

A expressão “sangue e água” é usada em João 19:34 em relação com a morte de Jesus, mas não parece ser a água que João menciona em 1 João 5:6-8. Ao contrário, no princípio do Evangelho de João, a água está associada ao batismo (Jo 1:26, 31, 331 João 3:5, 23). Essa parece ser a aplicação em 1 João. Jesus veio como Senhor encarnado e começou Seu ministério público sendo batizado com água. Ele concluiu Seu ministério terrestre na cruz, quando derramou Seu sangue. Aparentemente, a água aponta para o batismo e o sangue de Jesus, à Sua morte na cruz (1Jo 1:7).

Assim, Seu batismo e Sua crucificação apontam para quem Jesus era e o que Ele deveria realizar por nós. Nos dois casos, as manifestações divinas e as reações humanas mostraram que Ele era, realmente, o Filho de Deus (Mt 3:17Mt 27:50-54).

Nestes versos, João ainda estava lidando com o falso ensino desses anticristos. Esses conceitos estavam afetando a mente dos crentes. Se Jesus não tivesse sido nem o Messias nem o Filho de Deus, a mensagem deles seria: a morte expiatória do Filho de Deus não é necessária para nossa salvação. O Filho de Deus não morreu na cruz em nosso lugar a fim de nos redimir. Esse conceito levaria a uma compreensão completamente diferente da salvação e da Divindade. A redenção se daria por meio do conhecimento (gnosis), não por meio da cruz. Consequentemente, João desejava que as pessoas soubessem exatamente quem era Jesus e o que Ele havia feito por elas mediante Sua vida e morte. Ele não queria que as pessoas fossem enganadas por esses falsos ensinos.

Jesus e o testemunho de Deus

A primeira e a segunda testemunha sobre a filiação divina de Jesus são a água e o sangue. A terceira testemunha é o Espírito Santo (1Jo 5:68). De acordo com o Evangelho de João, Jesus anunciou que o Espírito Santo testemunharia sobre Ele (Jo 15:26).

Por que essas testemunhas são necessárias? No Antigo Testamento, eram requeridas duas ou três testemunhas para confirmar uma questão (Dt 19:15). Aparentemente, João queria deixar claro que o caso de Jesus tinha um fundamento sólido. Ele queria mostrar que temos boas razões para crer.

A que testemunhas João apela a respeito da divindade de Jesus? 1Jo 5:9, 10

Para João, é importante a ideia de testemunhos ou vários testemunhos sobre Jesus. Em seu Evangelho, ele menciona várias outros: o testemunho de João Batista (Jo 1:6, 7), o testemunho do próprio Jesus (Jo 3:32), o testemunho da mulher samaritana (Jo 4:39), o testemunho das obras de Jesus (Jo 5:36), o testemunho das Escrituras (v. 39), o testemunho de Deus Pai (Jo 8:18), o testemunho dos que assistiram à ressurreição de Lázaro (Jo 12:17), o testemunho do Espírito Santo (Jo 15:26) e o testemunho do próprio apóstolo João (Jo 21:24). Isto é muito impressionante. João quis demonstrar que a convicção em Jesus repousa em testemunhos poderosos.

O testemunho do Pai em nosso texto tem sido entendido de forma diferente. Parece fazer mais sentido se conectado com o tríplice testemunho mencionado nos versos anteriores. Isto é, esse tríplice testemunho é, basicamente, o testemunho de Deus.

João diz que se estamos dispostos a aceitar o testemunho de humanos, quanto mais o testemunho do próprio Deus? Realmente, com frequência damos valor ao que as pessoas dizem, na mídia impressa ou na televisão, mesmo que não haja muita base para crer no que ouvimos. Quanto mais devemos aceitar o testemunho do próprio Deus e crer em Jesus como descrito no Novo Testamento!

Deus é confiável e verdadeiro (1Jo 5:20). Se não aceitamos Seu testemunho, afirmamos que Deus é mentiroso, acusação realmente séria.

A questão da Trindade

Em algumas Bíblias, em 1João 5:7, 8, aparecem as palavras “no Céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra”. O único problema é que elas são um acréscimo posterior, não encontrado nos manuscritos originais.

Entre os estudiosos bíblicos existe concordância de que essa declaração não é genuína e foi acrescentada, provavelmente para apoiar a doutrina da Trindade. Evidentemente, os textos bíblicos nunca deveriam ser alterados, por muitas razões (Ap 22:18), uma das mais importantes sendo que as pessoas podem começar a ter dúvidas sobre a confiabilidade das Escrituras como um todo e começar a desconfiar da Palavra de Deus.

O fato é que, mesmo sem essas palavras, a doutrina da Trindade está firmemente estabelecida nos escritos de João. Embora os autores do Novo Testamento creiam que Deus é um, eles retratam Jesus e o Espírito Santo como Deus. Para conciliar a unicidade de Deus com a divindade de Pai, Filho e Espírito Santo, o conceito da Trindade é decisivo.

João tem declarações poderosas sobre a divindade de Jesus. O que ele ensina sobre Jesus Cristo nos textos seguintes?



O resultado de crer em Jesus

Deus concedeu um dom maravilhoso à humanidade. Esse dom é a vida eterna (1Jo 5:11, 12). Porém, ela só está disponível em Jesus Cristo. Como podemos receber esse dom? Pela aceitação do testemunho de Deus sobre Seu Filho; isto é, crendo em Jesus e aceitando-O.

O que o apóstolo João ensina em seu Evangelho sobre a vida eterna?

 
b. Jo 5:24
c. Jo 6:54

A discussão de João sobre a fé em Jesus, quem é Jesus e por que podemos aceitar o testemunho de Deus não é um exercício acadêmico. Tem um claro objetivo prático; isto é, encontrar a vida eterna no Filho de Deus. Os oponentes de João – que questionavam a verdadeira divindade de Cristo, ou que questionavam a verdadeira humanidade de Cristo, ou que pretendiam separar o divino do humano – tinham uma visão diferente de Jesus e não criam nEle no sentido bíblico. Pelo motivo de que não tinham o Jesus das Escrituras, não tinham a vida eterna. Mesmo que alegassem ter a vida eterna, apesar de terem um conhecimento superior e um bom sentimento de que tinham a vida eterna, suas afirmações não eram verdadeiras.

“A vida eterna só é possível por meio de Jesus Cristo.” Quais são as implicações dessa declaração? 1Jo 5:11, 12
João afirma claramente que os que não têm o Filho de Deus não têm vida, e os que têm Jesus têm a vida eterna. Essas são palavras muito fortes, cheias de implicações incríveis para toda a humanidade. Não se nega que os assuntos de salvação sejam realmente importantes. São, literalmente, uma questão não só de vida ou morte, mas de vida eterna ou morte eterna. Você não pode pensar em algo mais sério que isso.


"'NEle estava a vida, e a vida era a luz dos homens’ (Jo 1:4). Não é a vida física que é aqui especificada, mas a imortalidade, a vida que é exclusivamente propriedade de Deus. O Verbo, que estava com Deus e era Deus, possuía essa vida. A vida física é algo que todo indivíduo recebe. Não é eterna nem imortal; pois Deus, o doador da vida, toma-a outra vez. O homem não tem domínio sobre sua vida. A vida de Cristo, porém, não era de empréstimo. Ninguém pode arrebatar-Lhe essa vida. ‘Eu de Mim mesmo a dou’ (Jo 10: 18), disse Ele. NEle havia vida, original, não tomada por empréstimo, não derivada. Essa vida não é inerente ao homem. Ele só a pode possuir mediante Cristo. Não a pode ganhar por mérito; é-lhe dada como dádiva livre, se ele crer em Cristo como seu Salvador pessoal. ‘A vida eterna é esta: que Te conheçam, a Ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste’ (Jo 17:3). Esta é a fonte de vida, aberta ao mundo” ( Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 296, 297).


Postado Por Pr. Alair Alcântara

Sem Fronteitas

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Estudo VIII - AMANDO IRMÃOS E IRMÃS


Por Pr. Alair Alcântara!!!



“Ora, temos, da parte dEle, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão” (1Jo 4:21).

Um pastor recebeu a visita de uma mulher cheia de ódio pelo marido. Ela não queria o divórcio, apenas; queria provocar tanta dor quanto lhe fosse possível. O pastor sugeriu que ela fosse para casa e agisse como se realmente o amasse. Ela deveria dizer-lhe quanto ele significava para ela e ser tão bondosa quanto possível. Depois de tê-lo convencido de seu amor eterno, então, ela pediria o divórcio. Isso certamente o feriria tanto quanto possível.
Com vingança nos olhos, ela fez assim, prodigalizando amor sobre ele por alguns meses como nunca havia feito antes. Então, o pastor lhe perguntou sobre o divórcio.
“De jeito nenhum!” ela respondeu. “Descobri que realmente o amo!”
O amor pode mudar o mundo, as igrejas, as famílias e os casamentos.

As duas passagens sobre o amor

A passagem que estudamos terminou com a declaração de que se pode conhecer os filhos de Deus por fazerem o que é certo e por amarem seus irmãos e irmãs no Senhor (1Jo 3:10). Esse verso constrói uma ponte para a discussão sobre o amor, presente no restante da epístola.

As duas passagens: 1Jo 3:11-24 e 1Jo 4:7 a 1 João 5:4 são muito semelhantes. As duas contêm repetidamente a frase “amemo-nos uns aos outros”.  As duas enfatizam que o objeto do amor são principalmente os outros crentes, e as duas nos advertem contra o ódio aos irmãos e irmãs. As duas passagens também enfatizam o amor de Deus por nós.

1 João 3:11-24 destaca o amor mútuo e por oito vezes usa variantes do verbo “amar”; a segunda passagem as emprega mais de trinta vezes e amplia o assunto: Somos chamados a amar não só os filhos de Deus mas também o próprio Deus. Por outro lado, Deus nos amou primeiro e ainda nos ama.

1 João 4:7 a 1 Jo 5:4 também deve ser entendido no contexto dos anticristos, que tinham ideias erradas acerca de Jesus. A passagem diz que Jesus é o Filho de Deus (1Jo 4:15) e o Cristo (1Jo 5:1) e Se tornou o sacrifício expiatório pelos nossos pecados e Salvador do mundo. Unicamente através dEle e do que Ele fez por nós pode o amor de Deus ser entendido em sentido mais profundo. Isto é, só à medida que entendemos o que aconteceu na cruz e como Cristo levou sobre Si mesmo o castigo dos nossos pecados é que podemos amar a Deus como devemos.

A “definição” de amor

Embora João fale muito sobre amor nestes versos, como ele define e explica o amor? 1Jo 3:12-161Jo 4:7-1016

João não parece decidido a dar uma definição de amor. Ao contrário, ele começa usando o exemplo de Caim como demonstração do que não é o amor.
O exemplo negativo é seguido por outro positivo. Jesus depôs Sua vida por nós. O Pai enviou Seu Filho como sacrifício expiatório. Enviou-O para ser o Salvador do mundo. Este é o significado mais profundo de amor. Amar significa fazer tudo o que for necessário para ajudar os outros, mesmo que requeira abnegação. Que contraste para o que Caim fez a seu irmão! Amar também significa perdoar e esquecer o passado. No caso de Jesus, significa completa abnegação pelo bem dos outros.

Mas amor não é um mero espetáculo a ser observado. Deve ter impacto na vida dos outros. Se alguém saltasse na água e se afogasse só para provar seu amor, isso não significaria nada. Mas se a pessoa que saltou perdesse a vida a fim de salvar outra pessoa, isso é amor.
A melhor definição de amor é o caráter e trabalho da Divindade, conforme revelado no plano de salvação, e o fato de ter Jesus Se entregado por nós.

O amor cristão tem sua fonte no amor de Deus. Permanecer no amor significa desfrutar uma relação íntima com Deus. No sentido bíblico, não existe amor que, em última instância, não venha de Deus (1Jo 4:7). Porém, a declaração do mesmo verso de que “todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus” pode ser mal-entendida. Precisa ser interpretada no contexto de 1 João. De acordo com 1 João 3:23, a fé (convicção verdadeira) e o amor pertencem um ao outro; de acordo com 1 João 5:2, o amor e a guarda dos mandamentos, também. Alguém pode dizer que ama a Deus; João nos mostra como esse amor deve ser revelado.

Crise de confiança

Que motivos temos para confiar, mesmo quando as emoções apontam para outro lado? 1Jo 3:19-21

Que cristãos, em um momento, olhando para si mesmos, para suas fraquezas, falta de amor, negligências, não se sentiram condenados, culpados e até perdidos? Como é importante nos lembrarmos de que Deus é maior que nós, maior que nossas culpas, maior que nosso coração. Como é importante perceber, dia a dia, que nossa esperança de salvação deve descansar em Jesus e em Sua intercessão por nós! Somente quando nos apoiamos em Seus méritos, e não nos nossos, é que podemos ter confiança e certeza.

A confiança é enfatizada várias vezes em 1 João. O apóstolo desejava que os crentes fossem confiantes quando se aproximassem de Deus em oração (1Jo 3:21, 22), confiantes diante da realidade da vinda de Cristo (1Jo 2:28) e confiantes sobre o juízo divino (1Jo 4:17). Deus deseja o bem para nós, Seus filhos. Estar em Seu amor afasta todo medo.

“Satanás sabe que os que buscam o perdão e a graça de Deus os obterão; por isto apresenta diante deles os seus pecados para os desencorajar. Ele está sempre buscando ocasião contra os que procuram obedecer e apresentar o melhor e mais aceitável serviço a Deus, fazendo parecer corruptas todas essas iniciativas. Mediante astúcias sem conta, as mais sutis e mais cruéis, procura ele assegurar a sua condenação.

“O homem não pode, em sua própria força, enfrentar as acusações do inimigo. Com suas vestes manchadas de pecado e em confissão de culpa, ele está perante Deus. Mas Jesus, nosso advogado, apresenta uma eficaz alegação em favor de todo aquele que, pelo arrependimento e fé, confiou a Ele o coração. Ele defende sua causa, e mediante os poderosos argumentos do Calvário, derrota seu acusador. Sua perfeita obediência à lei de Deus deu-Lhe poder no Céu e na Terra, e Ele reclama de Seu Pai misericórdia e reconciliação para com o homem culpado” ( A Maravilhosa Graça de Deus [Med. Matinais, 1974], p. 314).

Amor em ação

João não se contentou em teorizar sobre o amor. Ele nos permite saber que Deus quer que ponhamos o amor em ação. Então, declara que o ódio é incompatível com a atitude amorosa, e é até mesmo uma forma de assassinato (1Jo 3:15). Ele diz, também, que não devemos amar de palavra, apenas, mas com atos (v. 18).

Evidentemente, João não se posiciona contra as palavras bondosas e de encorajamento mútuo. As palavras são uma importante forma de compartilhar amor. Como se sentiriam os cônjuges, filhos, parentes e amigos se nunca recebessem confirmações verbais de nossa parte? Até mesmo João usou palavras para falar do amor de Deus aos outros.

Mas João se opõe às declarações superficiais de amor sem confirmações pelos atos. Em 1 João 3:17, ele descreve uma situação semelhante à de Tiago 2:15, 16. Um membro de igreja está em necessidade. Outros têm os meios para ajudá-lo mas não fazem nada além de dizer algumas palavras agradáveis a essa pessoa. Isso não é suficiente. Deus não disse que nos ama, apenas; Ele enviou Seu Filho para morrer em nosso lugar. Os que amam muito fazem muito, porque o amor real é ativo.

Qual das ordens contidas em 1 João 3:16, 17 é mais difícil de seguir?

Não é provável que alguns de nós sejamos chamados a morrer por outros crentes. Mas é mais provável sermos chamados a demonstrar amor por alguém que tem necessidades. Podemos ter os meios para prover emprego, comida, roupas, educação cristã, refúgio, qualquer coisa. Mas, muitas vezes, preferimos viver nossa própria vida confortável. Os primeiros cristãos compartilhavam seus meios financeiros. Amar os outros é um desafio, especialmente porque exige sacrifício de nossa parte.

De todos os lugares em que o amor deve se manifestar (e embora às vezes seja o mais difícil), esse é o lar. Existem infinitas maneiras de mostrar amor aos familiares. Às vezes, as coisas mais ínfimas podem enviar uma poderosa mensagem de amor e aceitação: ajuda extra em casa, um jantar agradável, um passeio familiar especial, qualquer coisa. Existem muitos modos de manifestar amor. O amor pensa primeiro nos outros; e mais: as ações acompanharão esses pensamentos.

Amor e os mandamentos

1 João 5:2 fala sobre praticar os mandamentos. 1 João 3:22, 24, e 1 Jo 5:3 enfatiza a obediência, ou a guarda dos mandamentos.

O que estas passagem ensinam sobre os mandamentos, além de que devem ser guardados? 1 Jo 3:22-241Jo 4:211Jo 5:2,3

João diz que guardar os mandamentos de Deus e fazer o que Lhe agrada dá aos cristãos a confiança de que Deus ouve suas orações. A ordem de Deus é crer em Jesus e amar uns aos outros. Guardar os mandamentos permite uma permanência mútua – nós em Deus e Ele em nós. Amar a Deus inclui a guarda dos mandamentos e, realmente, eles podem ser guardados porque não são penosos.

Quando João fala sobre mandamento, no singular, menciona o mandamento de crer em Jesus como Messias e amar uns aos outros. No capítulo 4, o mandamento é que aquele que ama a Deus também deve amar os irmãos e irmãs.

Quando foi perguntado a Jesus qual dos mandamentos era o mais importante ou o maior de todos, Ele respondeu apontando para o mandamento do amor a Deus com todo o coração, alma, mente e força, e amor ao próximo como a si mesmo (Mc 12:28-31). Mas Ele também enfatizou: os que O amam guardam Seus mandamentos (Jo 14:15) e, no Sermão no Monte, Ele Se referiu a vários mandamentos diferentes.

Ao mudar de mandamento (singular) para mandamentos (plural), João pode ter indicado que o mandamento do amor se expressa na multiplicidade de mandamentos.

”Nunca devemos passar por um sofredor sem buscar comunicar-lhe o conforto com que nós mesmos somos por Deus confortados. Tudo isso não é senão um cumprimento do princípio da lei – o princípio ilustrado na história do bom samaritano, e manifesto na vida de Jesus. Seu caráter revela a verdadeira significação da lei e mostra o que quer dizer amar nosso semelhante como a nós mesmos. E quando os filhos de Deus manifestam misericórdia, bondade e amor para com todos, também eles estão dando testemunho do caráter dos estatutos do Céu. ... O amor de Deus no coração é a única fonte de amor para com o nosso semelhante” (O Desejado de Todas as Nações, p. 505).

“[Você] deve livrar-se, logo que possível, de sua formalidade fria e gélida. Precisa cultivar sentimentos de ternura e amizade em sua vida diária. Deve demonstrar verdadeira cortesia e polidez cristã. O coração que realmente ama a Jesus ama aqueles por quem Ele morreu. Tão certo como a agulha da bússola aponta para o polo, assim o verdadeiro seguidor de Cristo, com espírito de esforço fervoroso, procurará salvar pecadores pelos quais Cristo deu Sua vida. Trabalhando para a salvação de pecadores, manterá cálido o amor de Cristo no coração e dará àquele amor um crescimento e desenvolvimento apropriados” ( Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 466).

O amor precisa se expressar de maneira prática.


Postado Por Pr. Alair Alcântara

Sem Fronteiras

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