quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Estudo X - CONFIANÇA


Por Pr. Alair Alcântara!!!



“E esta é a confiança que temos para com Ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade, Ele nos ouve” (1Jo 5:14).

Benjamin Franklin, certa vez, disse que só existem duas coisas certas nesta vida: a morte e os impostos. Existe uma terceira coisa certa, também: a incerteza da vida!

Não sabemos quão seguro é nosso emprego. Nada garante nossa proteção contra a doença, terrorismo, guerra e desastres naturais. Quando vamos para a cama, não temos nenhuma certeza de que vamos acordar no dia seguinte.

Diante disso, fazemos nosso melhor, tentando nos proteger desses problemas da melhor maneira que podemos, mas, no fim das contas, nossos melhores esforços não garantem nada.
Mas que dizer de Deus? E das promessas de Deus a nós? Elas não são seguras? Como podemos viver sem confiança e garantia quando se trata de Deus? Nosso relacionamento com Deus e nossa vida com Ele para sempre é mais importante que qualquer outra coisa. O que João tem a nos dizer sobre isso, a coisa mais importante de nossa vida?

Tendo confiança

1João 5:14 contém a palavra confiança, que tem também o significado de certeza, coragem, ou, em outros contextos, intrepidez (At 4:2931) e franqueza (Jo 16:2529).

De acordo com Hebreus 4:16 e Hebreus 10:19, os cristãos podem se aproximar do trono de Deus com confiança. Por quê? Primeiramente, porque Jesus derramou Seu sangue por eles na cruz. E segundo, porque Jesus ascendeu ao Céu para servir como Sumo Sacerdote em seu favor.
O mesmo termo é usado em 1 João 4:17 falando sobre “confiança” ou “coragem” no dia do juízo. Os cristãos não têm medo do juízo. Contam com o que Jesus fez por eles. Sua confiança não está neles mesmos, nem no que fizeram ou no poderiam ter feito. Ao contrário, essa confiança repousa totalmente em Jesus.

Outra forma de João expressar essa ideia de confiança é pelo repetido uso da frase “sabemos que” no fim de 1 João. Essa frase só é encontrada duas vezes ao longo da epístola (1Jo 3:214), mas ocorre cinco vezes na sua conclusão e destaca adicionalmente o assunto da “confiança”.






Em 1 João 5:13, o apóstolo diz que podemos saber e falar sobre a certeza da salvação. De 1 João 5:15 em diante, ele usa sabemos. Em 1 João 5:15 ele enfatiza que nossas orações são ouvidas. Podemos ter confiança. Em 1 João 5:18sabemos é seguido pela promessa de proteção divina. Em 1 João 5:19, o mesmo verbo sabemos introduz o maravilhoso conceito de pertencer a Deus, e 1 João 5:20 afirma que conhecemos Jesus e assim, por intermédio de Jesus, conhecemos a Deus e estamos nEle. Então, os cristãos têm confiança no que se refere ao seu relacionamento com Deus, sua vida de oração e sua condição presente e destino futuro.

A posse da vida eterna

Que certeza podemos ter, se cremos no Filho de Deus? 1Jo 5:13

O verso 13 fornece uma razão importante de João haver escrito sua epístola. Ele queria que seu público tivesse a certeza da salvação. Seus ouvintes e leitores deviam saber que já tinham vida eterna. Esta é uma realidade presente. João fez uma declaração semelhante no fim de seu Evangelho (Jo 20:30, 31).

1 João 5:13 ultrapassa os outros textos do Novo Testamento que se referem à vida eterna. Esses textos mencionam uma condição e contêm uma promessa, mas 1 João 5:13 afirma que os filhos de Deus devem saber que têm a vida eterna. Não é uma opção, algo que pode ser acrescentado à vida cristã ou deixado de lado. Deus quer que tenhamos a certeza da salvação. Moisés (Êxodo 32:32), Pedro (1Pe 5:1), Paulo (2Tm 4:7, 8), os cristãos de Éfeso (Ef 2:8) e os crentes de Colossos (Cl 1:12-14) tinham essa certeza.

Como podemos evitar que essa certeza se torne presunção? Veja Mt 10:221Co 9:27Ap 3:11

Alguns tomam essa “confiança” de salvação e a transformam em uma “certeza incondicional”, a ideia de “uma vez salvo, salvo para sempre”. Se isso fosse verdade, o que nos impediria de esquecer tudo a respeito de Deus e viver uma vida imoral e pouco ética – que, de acordo com a Bíblia, iria nos manter fora do Céu (Gl 5:21Ap 21:8)? Afinal, mesmo sabendo que podemos nos afastar de Deus, já é difícil nos manter puros. Imagine se pensarmos que nossa maneira de viver não tem importância!

A Bíblia ensina que existe certeza de salvação, mas essa certeza pode se perder mediante nossas escolhas. Precisamos apegar-nos à coroa da vida mantendo-nos submissos diariamente ao Senhor, em obediência, arrependimento e fé. Devemos, sempre, vigiar e orar, pois Satanás está buscando alguém para devorar (1Pe 5:8). E se não formos nós, quem haverá de ser?

De acordo com a Sua vontade

Que certeza temos quanto às nossas orações? 1Jo 5:14,15.

Podemos ir a Deus com todas as nossas alegrias, fardos e pedidos. Podemos Lhe dizer que precisamos de dinheiro. Podemos Lhe dizer que temos problemas com nossos filhos e precisamos de Sua intervenção. Podemos Lhe dizer que estamos gravemente doentes e precisamos de cura. Sabemos que Ele nos envia um cheque, corrige nossos filhos, ou nos cura de uma doença maligna? Não necessariamente. Quando Jesus orou no Getsêmani, Ele acrescentou à Sua oração “Faça-se a Tua vontade” (Mt 26:42); e Deus não O livrou da cruz.

Porém, se confessamos nossos pecados e pedimos perdão, Deus não nos põe em uma lista de espera; podemos ter confiança de que, ao encerrarmos nossa oração, o perdão se tornou uma realidade. Se eu Lhe pedir para me fazer Seu filho porque aceito Jesus como Salvador e Senhor, Deus responderá imediatamente a essa oração. Sempre que a vontade de Deus é revelada nas Escrituras – seja em um mandamento ou uma promessa – e reclamarmos essa expressão de Sua vontade, sabemos que a oração será respondida. Em casos em que não estamos certos de como Deus nos guiará, devemos acrescentar às nossas orações “faça-se a Tua vontade” e crer que o Senhor fará o que for melhor.

1 João 5:16, 17 não é fácil de entender. Os estudiosos estão divididos quanto ao que significa (alguns dizem que é o pecado contra o Espírito Santo). Sabemos, porém, que todo pecado é iniquidade e não pode ser justificado nem tolerado. Mas qual foi a distinção de pecados que João fez nestes versos? Isso não é fácil de responder. Seja o que for que João está dizendo, podemos estar certos de que ele não está minimizando a gravidade do pecado.

Confiança de proteção

Em 1 João 5:18, 19, João menciona por duas vezes que “sabemos”. Os dois versos começam com essa declaração. Porém, João não está preocupado apenas com o conhecimento.

No verso 18, a expressão nascido de Deus é usada por duas vezes. Mas a primeira expressão se refere a todos os verdadeiros crentes, enquanto a segunda expressão se refere a Jesus. No grego, existe uma diferença de tempos que pode ser bastante importante. “Todo aquele que é nascido de Deus” (a primeira frase) ocorre no perfeito e descreve o efeito duradouro da regeneração. A segunda frase utiliza uma forma verbal que se refere a um evento específico no passado e descreve a encarnação de Jesus. Ele nasceu de Maria em Belém. A primeira frase se refere à experiência dos seres humanos que nascem de novo (Jo 3:3,51Jo 3:9). O uso da mesma frase para Jesus pode apontar para o fato de que Jesus veio para perto de nós, até mesmo Se tornou um de nós. Por outro lado, Jesus é diferente de nós. Ele é o Filho de Deus de um modo que nunca seremos.

Que conforto estes versos contêm? 1Jo 5:18, 19

Os dois versos mencionam o Maligno. Essa palavra também é usada em 1 João 2:13, 141 João 3:12. Descreve Satanás. João ainda o chama de diabo (1Jo 3:810). De acordo com Apocalipse 12:9, ele é a antiga serpente, o diabo. 1 João 5:18, 19 fornece um pequeno vislumbre do grande conflito entre Cristo e Satanás. Esse conflito é revelado no livro de Apocalipse, especialmente no capítulo 12. Porém, os diferentes participantes já estão apontadas em 1 João. Nos versos 18 e 19 João se refere ao mundo como o palco do Maligno. No outro lado do conflito, os discípulos de Jesus são encontrados junto com Deus o Pai e com Jesus. Esses crentes são protegidos por Ele. Jesus os guarda e não permite que Satanás os toque. Então, eles podem dizer não ao pecado e resistir às tentações.

O verso 19 afirma que somos de Deus. Podemos estar confiantes porque temos relacionamento direto e íntimo com Deus e estamos separados do mundo. Como filhos de Deus, podemos reclamar Suas promessas.

Tendo verdadeiro conhecimento da Divindade

Novamente, João declara que “sabemos”. Conhecemos aquele que é a verdade. O Filho de Deus, Jesus, veio a este mundo e nos revelou Deus o Pai. Esse conhecimento não é somente intelectual. Esse conhecimento nos leva a uma conexão íntima com Deus.

De acordo com 1 João 5:20, a quem João se referiu quando disse que “estamos no verdadeiro”?

Ao longo de sua primeira epístola, vimos que João muda facilmente do Pai para Jesus. Em alguns casos, o pronome pessoal Ele pode até se referir tanto ao Pai como ao Filho. Isso não deve nos surpreender, porque “aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai” (1Jo 2:23). 1 João 5:20 inclui a palavra verdadeiro por três vezes. A primeira se refere claramente a Deus o Pai: Jesus veio e nos deu entendimento para reconhecermos o Pai, pelo menos até certo ponto.

A segunda menção pode se referir a Jesus: “Estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo”. A última parte dessa cláusula parece explicar a primeira: O Filho de Deus é aquele que é verdadeiro. A palavra verdadeiro é achada em 1 João 2:8, descrevendo Jesus (veja também Ap 3:714), mas também é um atributo do Pai (Jo 7:28).
A última referência que menciona a palavra verdadeiro ocorre na sentença: “Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”. Essa sentença pode se referir a Deus o Pai, a Jesus, ou a ambos. Os comentaristas se dividem a esse respeito. Em todo caso, tem perfeito sentido se mencionar Jesus.

Que princípio está contido na advertência de 1 João 5:21?

Até aqui, em toda a Epístola, João não mencionou a idolatria. Em seu lugar, ele combateu as falsas concepções de Jesus e sua influência naqueles membros que não haviam deixado a igreja. Por que então, no fim da epístola, como última advertência, ele introduziu um assunto não encontrado antes? Talvez João considerasse idolatria as falsas ideias sobre Cristo, e assim, a idolatria está associada aos ensinos dos anticristos sobre Deus e Jesus. Sua compreensão da Divindade podia ser considerada adoração de falsos deuses em vez do Pai, que, em Jesus, dá vida e confiança eterna a todos os verdadeiros crentes.

 “Quando pedimos bênçãos terrestres, a resposta a nossa oração talvez seja retardada, ou Deus nos dê outra coisa que não aquilo que pedimos; não assim, porém, quando pedimos livramento do pecado. É Sua vontade limpar-nos dele, tornar-nos Seus filhos, e habilitar-nos a viver uma vida santa. Cristo ‘Se deu a Si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de nosso Deus e Pai’ (Gl 1:4). E ‘esta é a confiança que temos nEle, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que Lhe fizemos’ (1Jo 5:14, 15). ‘Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça’ (1Jo 1:9)” ( O Desejado de Todas as Nações, p. 266).

“Se a vida do doente pode glorificá-Lo, suplicamos-Lhe que conceda viver, porém não como nós queremos e sim como Ele quiser. Nossa fé pode ter a mesma firmeza e até provar-se mais confiante ainda, subordinando o desejo pessoal à onisciente vontade de Deus, e depositando tudo com confiança em Suas mãos, sem inútil ansiedade. Temos a promessa. Sabemos que ‘se pedirmos, segundo Sua vontade, Ele nos ouve’ (1Jo 5:14). Nossas petições não devem tomar a forma de uma ordem e sim de uma intercessão para que se cumpra o que dEle suplicamos” (Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 149).


Postado Por Pr. Alair Alcântara

Sem Fronteiras

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails