quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Estudo IV - O CONFLITO DESCE À TERRA




"Porei inimizade entre você e a mulher, e entre sua descendência e o Descendente dela; Este lhe ferirá a cabeça, e você Lhe ferirá o calcanhar." Gên. 3:15.
Gênesis 1 e Gênesis 2 dão um quadro do que Deus pretendia que fôssemos e tivéssemos, mas como uma faca na tela de um pintor famoso, os eventos de Gênesis 3 cortam a cena idílica em tiras. Agora, em vez de paz, harmonia e abnegação, testemunhamos raiva, ciúme, orgulho, desobediência, vergonha e culpa – pensamentos, palavras e ações que nunca tinham existido.
Desde esse tempo, as agências do engano e da libertação vêm lutando pelo coração de cada pessoa na Terra. Adão e Eva, Caim e Abel, Noé e o dilúvio e a Torre de Babel, todos ilustram bem o início dessa luta, os assuntos envolvidos e as forças motivadoras.
Adão e Eva Gên. 2:16 e 17; Gen. 3:1-6
As leis de Deus governam toda a criação. Quando Ele colocou Adão e Eva no Éden, eles estavam sujeitos a Suas leis. A obediência é o primeiro mandamento do Criador e o primeiro privilégio de Suas criaturas. Ela nasce do amor.
"Por causa da intenção de Deus de que o homem teria Sua própria imagem, a árvore era uma necessidade! Não há dimensão moral na existência de um robô; um robô só pode responder ao programa imposto por seu fabricante. Os robôs não têm a capacidade de estimar, habilidade de escolher entre o bem e mal, ou entre o bom e o melhor. Para ser verdadeiramente como Deus, o homem precisava ter a liberdade de fazer escolhas morais e a oportunidade de escolher, por maior que fosse o risco que a liberdade envolvesse." – Richards, The Teacher"s Commentary, pág. 32.
O ateu escocês J.L. Mackie comentou que um Deus onipotente devia ter criado seres livres que só pudessem fazer boas escolhas, e que a liberdade não exigia o potencial de cometer erros. "Se Deus fez homens assim", ele escreveu, "que em suas escolhas livres às vezes preferem o que é bom e às vezes o que é mau, por que ele não poderia ter feito os homens para que sempre escolhessem livremente o bem?" O que está errado neste argumento? Adão e Eva teriam sido verdadeiramente agentes morais livres se não pudessem ter tomado algumas decisões?
Adão e Eva deram uma resposta errada a uma prova espiritual e moral. Deus havia provado Seu amor desinteressado por eles, criando-os à Sua própria imagem e então, confiando-lhes o domínio sobre o restante de Sua criação. Mas eles se submeteram à primeira e maior tentação de todas – o desejo de ser seu próprio deus. Destruíram seu relacionamento com Ele colocando sua vontade contra a de Deus, e assim fazendo, juntaram suas forças com o principal de todos os rebeldes.
O teste que Deus apresentou a Adão e Eva estava relacionado com a lealdade a Deus e a tomada de decisões certas. Obedecer ao Senhor Soberano ou ao usurpador. Abandonar o eu ou apresentar-se como Deus. De que maneira enfrentamos essas mesmas escolhas todo dia, até mesmo nas coisas "pequenas"?

A primeira mentira Gên. 3:1-6
Satanás tenta a todos de muitas formas, mas seu objetivo ao fazer isso é sempre o mesmo: levar-nos a desconfiar e desobedecer a Deus. Seu discurso a Eva é basicamente uma mentira de três partes:
1) Vocês não vão morrer.
2) Seus olhos vão se abrir.
3) Vocês vão ser como Deus.
Como Deus respondeu à queda de Adão e de Eva? Gên. 3:15
Neste pronunciamento está resumido o registro do grande conflito entre Cristo e Satanás, uma batalha que começou no Céu (Apoc. 12:7-9), continuou na Terra, onde Cristo novamente o derrotou (Heb. 2:14), e terminará finalmente com a destruição de Satanás no fim do milênio (Apoc. 20:10).
A inimizade que Deus põe entre a semente da mulher e a semente da serpente também é a maneira como os seres humanos pecaminosos podem voltar a Cristo. Esse caminho não é outro senão a graça divina, a obra do Espírito Santo em nosso coração. Trabalhando em nossa consciência (Rom. 9:1), o Espírito Santo deseja convencer-nos do pecado e levar-nos para a cruz. Assim, Ele nos habilita a odiar o pecado e amar a justiça.

Caim e Abel Gên. 4:1-12; 1 João 3:10-12
Satanás usou Caim no grande conflito para: introduzir um falso sistema de adoração e, provocar ressentimentos entre os seres humanos. As duas intenções envolvem o mandamento do amor - o primeiro para com Deus (#Êxo. 20:3-11#), o segundo para com nossos semelhantes (#Êxo. 20:12-17#, Mat. 22:37-40)..
"Caim e Abel representam duas classes que existirão no mundo até o final do tempo. Uma dessas classes se prevalece do sacrifício indicado para o pecado; a outra arrisca-se a confiar em seus próprios méritos; ...
"A classe de adoradores que segue o exemplo de Caim inclui a grande maioria do mundo; pois quase toda a religião falsa tem-se baseado no mesmo princípio – de que o homem pode confiar em seus próprios esforços para a salvação. Alguns pretendem que a espécie humana necessita, não de redenção mas de desenvolvimento – que ela pode aperfeiçoar-se, elevar-se e regenerar-se. Assim como Caim julgava conseguir o favor divino com uma oferta a que faltava o sangue de um sacrifício, assim esperam estes exaltar a humanidade à norma divina, independentemente da expiação. A história de Caim mostra qual deverá ser o resultado. Mostra em que o homem se tornará separado de Cristo. A humanidade não tem poder para regenerar-se. Ela não tende a ir para cima, para o que é divino, mas para baixo, para o que é satânico. Cristo é a nossa única esperança." (Patriarcas e Profetas, págs. 72 e 73).
Ressentimentos. "Caim atacou seu irmão Abel e o matou". Caim não amava a Deus nem ao seu irmão. Onde não existe amor, o pecado prospera e Satanás se regozija. Caim é um exemplo de como a falta de amor destrói a vida, mas Cristo é o exemplo supremo de como o amor redime a vida.
Noé e o dilúvio
De alguma maneira, entre Gênesis 3 e Gênesis 6, Satanás conquistou tanto terreno no grande conflito que "o Senhor arrependeu-Se de ter feito o homem sobre a Terra, e isso cortou-Lhe o coração". "Porém Noé achou graça diante do Senhor". V. 8, .
As "emoções" de Deus trouxeram o dilúvio. O dilúvio nos diz que Deus Se importa muito com o certo e com a injustiça, que Seu Universo é moral, e que vai castigar os pecadores impenitentes. Porém, por causa de Seu amor pelos pecadores, Ele deu 120 anos ao povo para reconsiderar de que lado queria estar no grande conflito. E enquanto esperavam, eles observavam. A arca cresceu diante de seus próprios olhos como símbolo do evangelho que Deus queria que aceitassem.
O dilúvio é o juízo de Deus contra o pecado. O amor, tanto quanto a justiça, exigia que a Terra fosse limpa do mal. Como o juízo de Deus reflete Sua graça? Gên. 9:9 e 12
Enquanto o juízo de Deus destrói o pecado (2 Pedro 3:5-7), Sua graça e Seu amor procuram o pecador tão longe quanto possível. O amor de Deus é ilimitado, Sua justiça é certa. Para simbolizar esse amor, Deus fez um concerto com Noé na conclusão do juízo (Gên. 9:8-17). Em Sua misericórdia, Deus olhou abaixo para o pequeno punhado de pessoas que saíram da arca, e garantiu nunca mais destruir a Terra inteira por um dilúvio. Como sinal desse concerto, Ele fixou um arco-íris no Céu. Noé não firmou, e nem podia, o concerto e o arco-íris. Por causa da promessa de Deus, temos a garantia de que Sua bondade nunca falha.

A torre de Babel Gên. 11:1-9
A Torre de Babel permaneceu como símbolo de desconfiança na Palavra de Deus. O concerto de Deus com Noé assegurou aos seus descendentes que um dilúvio nunca mais destruiria toda a Terra. Mas eles desconfiaram de Deus e buscaram salvar-se pelas próprias obras.
Os pós-diluvianos "não criam no concerto de Deus de que não mais traria um dilúvio sobre a Terra. Muitos deles negavam a existência de Deus, e atribuíam o dilúvio à operação de causas naturais. ... Um objetivo que tinham na construção da torre era garantir sua segurança em caso de outro dilúvio. Elevando a construção a uma altura muito maior do que a que foi atingida pelas águas do dilúvio, julgavam colocar-se fora de toda possibilidade de perigo. ... Todo o empreendimento destinava-se a exaltar ainda mais o orgulho dos que o projetaram, e desviar de Deus a mente das futuras gerações e levá-las à idolatria." ( Patriarcas e Profetas, pág. 119).
A torre também era um símbolo de desobediência a Deus. Sua ordem na criação e depois do dilúvio era que o povo se espalhasse pela Terra. Mas os construtores de Babel se tornaram seu próprio Deus e buscaram força em seu raciocínio humano defeituoso. Então, uma vez mais, Deus interveio para cumprir Seu propósito. E uma vez mais Satanás ficou derrotado, mudo mesmo, enquanto Deus confundia as línguas dos construtores.
"A torre de Babel era uma grande realização humana, maravilha do mundo. Podemos construir monumentos para nós mesmos (roupas caras, casa grande, carro de luxo, emprego importante) para chamar a atenção para as nossas realizações. Essas coisas podem não ser erradas em si mesmas, mas quando as usamos para nos dar identidade e valor próprio, elas tomam o lugar de Deus em nossa vida”.
Com a queda de Adão e Eva, este mundo se tornou o centro do grande conflito entre Cristo e Satanás. Juntamente com Caim e Abel, Noé e o dilúvio, e a torre de Babel, eles ilustram como o bem e o mal guerreiam para conquistar os corações e as mentes dos seres humanos. As armas de Satanás incluem mentiras sobre Deus, nosso desejo de exaltação própria, falsos sistemas de adoração e ressentimento entre os seres humanos. Mas Gênesis 3:15 nos diz que a arma de Deus – a graça divina, formando e moldando o coração humano pelo trabalho do Espírito Santo – vai prevalecer. 



Reproduzido Por: Dc, Alair Alcantara


Sem Fronteiras




Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails