segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Estudo V - ANDANDO NA LUZ - RENUNCIANDO AO MUNDANISMO


Por Pr. Alair Alcântara!!!



“Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (1Jo 2:15, NVI).
 “Por causa do Seu nome”
“Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados são perdoados, por causa do Seu nome” (1Jo 2:12).
Em 1 João 2:12-15, João se dirige aos “filhinhos”, aos “pais” e aos “jovens”. Apesar das várias sugestões feitas sobre quem João tinha em mente por essa divisão, sugerimos que “filhinhos” se refere a todos os membros da igreja, porque, em sua epístola, João usa a palavra filhinhos neste sentido (1Jo 2:112281 Jo 3:71Jo  4:41 Jo 5:21). Os “pais” representariam os membros mais idosos da igreja, e os “jovens”, os membros mais jovens. Em resumo, ele se dirige a todos.
Em 1 João 2:12, ele diz a todos que seus pecados estão perdoados. Em que base esse perdão é obtido? Veja também At 5:31Rm 4:7Ef 4:32Cl 1:14Col. 2:13.
João queria que seus ouvintes, isto é, os membros fiéis da igreja, tivessem certeza absoluta da salvação. Ele estava se referindo novamente à discussão sobre a questão do pecado, encontrada em 1 João 1:9 e 1 João 2:1, 2, destacando que ser cristão significa ter esse perdão. Os cristãos não negam sua pecaminosidade mas aceitam a salvação por meio de Jesus Cristo e, então, vivem com a certeza de ter sido perdoados.
O mais importante é que os cristãos entendam que a base de sua salvação é encontrada unicamente em Jesus e no que Jesus fez por eles. É por isso que João diz que eles foram perdoados – não por causa de suas boas ações, nem por suas convicções, e nem mesmo por causa de seu conhecimento de Deus, mas por “causa do Seu nome”; isto é, por causa de Jesus e do que Ele fez por eles. Assim, no meio de todo o discurso de João sobre a vitória, sobre a obediência, ele preserva diante deles a ênfase de que a salvação vem unicamente por causa de Jesus.

Vencendo o Maligno
1Jo 2:13, 14.  Os filhos são lembradas de que conhecem o Pai, enquanto os pais são lembrados de que conhecem aquele que é desde o princípio. Obviamente, essa pessoa é Jesus. A expressão “no princípio” é atribuída a Jesus em 1 João 1:1. Parece ter mais sentido quando nestes versos o Pai e aquele que é desde o princípio (Jesus) são duas pessoas diferentes. Quando os jovens são mencionados pela segunda vez, a frase “vocês venceram o Maligno”(NVI) é repetida, mas a declaração é expandida. Os jovens não apenas venceram o mal mas o próprio Satanás, porque pertencem a Cristo e reivindicam Sua vitória. A língua original indica que a vitória foi alcançada no passado, mas as consequências são uma realidade contínua. Os jovens também são espiritualmente fortes, e a “palavra de Deus” permanece neles.
A Palavra de Deus aponta para seu autor, o Espírito Santo (Ef 6:172Pe 1:21). Então, alguns comentaristas sugerem que nesses versos é encontrada uma referência implícita à Trindade: Deus o Pai, Jesus, aquele que é desde o princípio, e o Espírito Santo, representado pela Palavra de Deus. No fim, os verdadeiros crentes vieram a conhecer a Deus e continuam a conhecê-Lo; isto é, mantêm um relacionamento íntimo com Ele.
Assim, nestes versos, recebemos a essência da vida cristã: perdão dos pecados, conhecimento da Divindade, vitória sobre o pecado e a Palavra de Deus que habita em nós.
Visto que os crentes sabem que Deus e Sua Palavra habitam neles, estão prontos para o desafio dos versos 15-17. Enquanto os versos 12-14 contêm declarações afirmativas, o verso 15 começa com um imperativo, um chamado ou ordem: “Não ameis o mundo”.


Renunciando ao amor do mundo (1Jo 2:15)
Os cristãos são aconselhados a não amar o mundo. Como as Escrituras definem a palavra mundo? Jo 12:19At 17:24Rm 1:20Cl 2:81Tm 6:7Tg 4:4Ap 11:15

A palavra kosmos (traduzida por mundo) designa o Universo, a Terra, a humanidade, o reino da existência e o estilo de vida oposto a Deus. A palavra ocorre mais de 20 vezes em 1 e 2 João. O mundo precisa de salvação (1Jo 4:14), mas é hostil a Deus e Seu povo (1Jo 3:13). Jaz no poder do Maligno (1Jo 5:19), e falsos profetas, anticristos e enganadores estão no mundo (1Jo 4:1, 32Jo 7). Não é errado possuir os bens do mundo, mas eles devem ser partilhados com os necessitados (1Jo 3:17). Finalmente, o mundo precisa ser vencido (1Jo 5:4, 5). Nas epístolas de João, a palavra mundo é predominantemente um termo negativo, porque o mundo está em rebelião contra Deus.
Existe uma contradição interessante nas Escrituras a respeito de nosso relacionamento com o mundo. Por um lado, somos aconselhados a não amar o mundo, mas, por outro lado, a Bíblia é clara em dizer que Deus ama o mundo (Jo 3:16). Enquanto isso, a Bíblia diz que não devemos amar as coisas do mundo, mas nos aconselha, repetidas vezes nas Escrituras, a amar as pessoas, e as pessoas certamente estão no mundo!
O fim do verso 15 e o seguinte nos ajudam a entender o que João tinha em mente. Ele não disse que devemos odiar os seres humanos ou menosprezar o Planeta Terra; ao contrário, devemos odiar as coisas do mundo que, se forem sobrevalorizadas por nós, nos impedirão de conhecer e experimentar por nós mesmos o amor de Deus. Isto é, precisamos nos afastar das coisas do mundo que nos impedem de manter uma relação de salvação com Deus.

Problemas com o mundo

“Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo” (1Jo 2:16)
Enquanto o verso 15 é uma advertência ampla contra o amor ao mundo, o verso 16 trata de alguns detalhes. O que significa amar o mundo? João menciona três coisas: (1) a cobiça da carne, (2) a cobiça dos olhos e (3) a ostentação dos bens (NVI). João diz que essas três coisas não são do Pai mas do mundo; contudo a carne como os olhos e a vida vêm todos de Deus. Então, qual é o problema? Contra que João está nos advertindo?
A cobiça da carne, obviamente, se refere às paixões, embora não precise estar limitada somente a isso (veja Gl 5:19-21).
No entanto, a cobiça dos olhos, certamente ligada à carne, aprofunda os sentimentos, pois se refere aos pensamentos, desejos das coisas que vemos e queremos para nós mesmos (veja Ex 20:17).
O que João quer dizer com “a soberba da vida”? Veja Jó 12:10At 17:28
A ideia da “soberba da vida” supõe independência de Deus. É como se nós mesmos criássemos nossa vida e, consequentemente, a glória e a honra de algumas de nossas realizações pertencessem a nós mesmos. “Sabei que o Senhor é Deus; foi Ele quem nos fez, e dEle somos” (Sl 100:3). Em contraste, quando percebemos que toda respiração, toda batida do coração, tudo que podemos ter ou ser vem unicamente de Deus, de quem dependemos totalmente, o orgulho não encontrará lugar em nosso coração. Como seres pecadores, caídos, cuja própria existência depende inteiramente da graça e da beneficência de Deus, como seres absolutamente incapazes de salvar a nós mesmos da morte e da destruição eterna, devemos ser humildes e submissos quanto à nossa vida, e não nos encher de orgulho a esse respeito. Foi o orgulho que trouxe a queda de Lúcifer a um mundo perfeito; como seres em um mundo imperfeito, devemos fugir dele como da peste.

Um mundo passageiro (1Jo 2:17)
No verso 16 o apóstolo apresenta a primeira razão por que não devemos amar o mundo: o amor do mundo e o amor do Pai são incompatíveis. No verso 17, João acrescenta uma segunda razão: Não faz sentido amar o mundo, porque o mundo é passageiro. É melhor e mais sábio escolher o que permanece. Fazendo isso, nós mesmos também permaneceremos – isto é, viveremos para sempre.
A humanidade é tentada a viver o momento, ser cativada pelo mundo material e entesourar só o que pode ser visto. Então, Paulo se une a João dizendo: “Procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas. Pois vocês morreram, e agora sua vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a sua vida, for manifestado, então vocês também serão manifestados com Ele em glória” (Cl 3:1-4, NVI) e: “assim, fixamos os olhos não naquilo que se vê, mas no que não se vê. Pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno” (2Co 4:18, NVI).

Em 1 João 2:8, João já havia declarado que as trevas se vão dissipando. Agora, ele usa o mesmo verbo e diz que o mundo está passando, inclusive sua cobiça. Chegou uma nova era com a encarnação de Jesus: a luz. As coisas deste mundo estão passando; isso deve ser óbvio para todos. Em um mundo que está passando, e nós juntamente com ele, as soluções políticas nunca podem ser a solução final.
Se o mundo está passando, como podemos sobreviver? João responde: a solução está em fazer a vontade de Deus. Embora a teologia correta seja importante e João tente refutar os falsos mestres com sua compreensão equivocada de Jesus e do pecado, também é importante viver em obediência. A ética não pode ser separada da teologia. Palavras bondosas e doutrinas corretas não são suficientes. Nossa teologia deve ser vivida.
Não vamos nos sentir tão à vontade aqui a ponto de esquecer nosso alvo eterno; não vamos comprometer nosso amor a Deus sendo atraídos àquelas coisas e atitudes que são hostis a Ele.

”Cristãos professos gastam anualmente soma considerável com inúteis e perniciosas condescendências, enquanto as pessoas estão perecendo à falta da Palavra da Vida. Deus é roubado nos dízimos e ofertas, enquanto consomem no altar das destruidoras concupiscências mais do que dão para socorrer os pobres ou para o sustento do evangelho. ... O mundo está entregue à satisfação de si mesmo. ‘A concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos, e a soberba da vida’ dominam as massas populares. Os seguidores de Cristo, porém, são dotados de uma vocação mais elevada. ... À luz da Palavra de Deus estamos autorizados a declarar que não pode ser genuína a santificação que não opere a completa renúncia de todo desejo pecaminoso e prazeres do mundo" ( O Grande Conflito, p. 475).
Falando positivamente, nossa passagem nos diz: Os cristãos genuínos têm um relacionamento íntimo com a Divindade, manifestam obediência amorosa, recebem forças para vencer o mal e têm em si a habitação da Palavra de Deus. Seus pecados foram perdoados. Negativamente, não amam o mundo mas o rejeitam onde ele é hostil a Deus e Sua causa.

Postado Por Pr. Alair Alcântara

Sem Fronteiras

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