terça-feira, 2 de outubro de 2012

Estudo VI - ANDANDO NA LUZ - REJEITANDO OS ANTICRISTOS


Por Pr. Alair Alcântara!!!



“Todo aquele que nega o Filho, esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai” (1Jo 2:23).

Desde seus primórdios, a igreja teve que lidar com falsos ensinos e heresias. Paulo advertiu os líderes da igreja em Éfeso contra os “lobos vorazes” que atacariam “o rebanho” e contra falsos mestres entre eles mesmos que afastariam para longe os membros da igreja (At 20:29, 30). Jesus também advertiu contra os falsos cristos e falsos profetas (Mt 24:5,1124). Hoje, a igreja enfrenta a mesma coisa.
Em Apocalipse 13, a besta do mar é descrita como uma imitação de Jesus. Então, os comentaristas chamaram essa besta de anticristo (em grego, anti significa “em lugar de”). Curiosamente, em sua primeira epístola, João também fala sobre o(s) anticristo(s). Quem

“A Última Hora” (1Jo 2:18)

No texto final de 1 João 2, o apóstolo começa a falar em maiores detalhes sobre o grupo ou os grupos que haviam provocado problemas aos membros de sua igreja. Na atividade deles, ele reconheceu que “a última hora” havia chegado.
João fala sobre “a última hora” perto do fim do primeiro século d.C. Quase dois mil anos mais tarde, como devemos entender o que significa essa última hora? Leia sobre “os últimos dias” em At 2:15-17Hb 1:1, 21Pe 1:201Jo 2:18
A expressão “a última hora” ocorre só aqui. Em contraste, no Novo Testamento, outros escritores usaram a expressão “os últimos dias” para se referir ao tempo desde a primeira vinda de Jesus.
Com Jesus chegou uma nova era. Todo o período entre a primeira e a segunda vinda de Cristo é considerado “os últimos dias”. Pelo contexto de seus escritos, a “última hora” de João pode simplesmente ser sua forma de dizer a mesma coisa de “os últimos dias”, período entre a primeira e a segunda vinda de Jesus.
O próprio Jesus usou a expressão “a hora” em João 4:23 e João 16:2 (em algumas versões é traduzido como tempo”), e Ele apontava para um período específico no futuro, anterior ao Seu retorno. João parece usar a expressão “a última hora” também neste mesmo sentido.
O mais importante, porém, é notar que João não fixa uma data, nem descreve uma cronologia precisa e detalhada dos eventos que devem ocorrer antes da vinda do Senhor. Não é esse o seu objetivo. Em vez disso, seu objetivo está mais ligado à necessidade de sermos diligentes e cuidadosos, porque haveria falsos mestres, como o próprio Jesus advertiu.

A vinda dos anticristos

Quem é o anticristo? 1Jo 2:18, 1922
A palavra anticristo é usada apenas em 1 e 2 João. Um anticristo tenta tomar o lugar de Cristo e a Ele se opõe. Estudiosos de diferentes denominações têm, por exemplo, chamado de “anticristo” a besta do mar de Apocalipse 13 e o homem da iniquidade de 2 Tessalonicenses 2. Essa é uma designação correta, porque a linguagem usada em Apocalipse 13:2-4 mostra que essa besta do mar é uma imitação e paródia de Cristo, o Cordeiro; em 2 Tessalonicenses 2:4 o anticristo, o homem da iniquidade, busca tomar o lugar do Senhor. Embora não usem o mesmo termo, as Escrituras, em vários lugares, falam desse conceito, e, obviamente, João estava familiarizado com ele. Realmente, em Apocalipse, ele mesmo usa esse conceito, se não o termo em si.
Em 1 João 2:18 João emprega anticristo no singular e também no plural: O anticristo deveria vir; muitos anticristos já haviam aparecido. João abre mão da ideia de um anticristo específico ao chamar outras pessoas de anticristos? Provavelmente, não! 1 João 4:3 é útil. O texto fala do espírito do anticristo: essas pessoas revelam o espírito do anticristo, mas o verdadeiro anticristo ainda estava por vir.
Por que João chamava de anticristos essas pessoas que tinham problemas com a correta compreensão da natureza de Cristo? 1Jo 4:32Jo 7
João podia não considerar “anticristos” aqueles membros de sua igreja que estavam simplesmente com dificuldades para compreender corretamente a natureza de Jesus ou que estavam oscilando momentaneamente, atingidos pelos falsos ensinos. Eles precisavam tomar uma decisão entre o ensino do cristianismo e a visão dos anticristos no que se relacionava com Jesus como o Messias e/ou a natureza de Cristo.
Porém, pessoas haviam deixado a igreja e proclamavam doutrinas falsas com algum sucesso (1Jo 4:5). Esses eram os anticristos.

Provando os espíritos
Em 1 João 4:1-6, João retoma a questão com que estava lidando em 1 João 2:18-27: os ensinos errôneos que estavam sendo difundidos entre eles. É interessante que tão cedo, no meio da igreja, o inimigo tenha trabalhado, buscando dividir os crentes pela introdução de falsos ensinos.
Que diz a epístola a respeito dos que tentam difundir falsos ensinos entre nós? 1Jo 2:19

Embora não saibamos todos os detalhes, João parecia estar enfrentando vários ensinos heréticos sobre Jesus, promovidos por muitos desses antigos membros. Alguém pode ter ensinado que Cristo foi um ser humano apenas na aparência, mas não em realidade. Outro pode ter enfatizado que Cristo entrou no ser humano Jesus, no batismo, e O deixou antes da crucifixão. Ainda outros podem ter rejeitado Jesus como o Messias.
Talvez esses falsos mestres afirmassem ser inspirados, e por isso ele haja advertido em 1 João 4:1 sobre os falsos profetas. No entanto, seus ensinos errôneos provavam que eles eram influenciados pelo espírito do anticristo.
Compare 1 João 2:18-27 com 1 João 4:1-6. Mesmo entre as advertências sobre o anticristo e seus falsos ensinos, que certeza e esperança João deu a seus leitores?
Note o paralelo entre 1 João 2:21 e 1 João 4:6. Nesses dois casos, uma grande defesa contra esses erros é o conhecimento de Deus, conhecimento da verdade. João destaca a importância da compreensão correta do ensino, especialmente sobre Jesus. Aqui existe uma evidência bíblica muito clara da importância da doutrina correta.

A unção

A “unção” de 1 João 2:20 tem sido entendida por muitos como o Espírito Santo. Como os textos seguintes ajudam a confirmar essa conclusão? 1 Samuel 16:13Jo 14:17Jo 15:26Jo 16:71Jo 2:20, 2127
Os verdadeiros crentes receberam a unção, que repousa sobre eles, os ensina e não tem falsidade. O que é dito sobre a unção e suas funções pode lembrar aos leitores as declarações de Jesus sobre o Espírito Santo em Seu discurso de despedida (Jo 13-16). Já Isaías 61:1 vincula a unção com o Espírito Santo. Então, é muito provável que a unção tenha o significado de Espírito Santo.
Mas existe igualmente outra dimensão. Até certo ponto, 1 João 2:24: “Quanto a vocês, cuidem para que aquilo que ouviram desde o princípio permaneça em vocês” é paralela ao verso 27: “Quanto a vocês, a unção que receberam dEle permanece em vocês” (1 João 2:24, 27, NVI, ênfase acrescentada).
O que o crente verdadeiro ouviu desde o princípio é o evangelho de Jesus. Além disso, a Palavra de Deus (1Jo 2:14) habitam no cristão. Em 2 Coríntios 1:21, 22, a unção divina está relacionada com o selamento pelo Espírito Santo, e em Efésios 1:13, o ouvir a palavra da verdade e nela crer leva ao selamento pelo Espírito Santo. Então, a unção pode também apontar para as Escrituras.
O antídoto para as mensagens dos anticristos é a Palavra de Deus, comunicada pelo Espírito Santo. É o padrão objetivo pelo qual as doutrinas podem ser avaliadas. Os verdadeiros crentes contam com o Espírito Santo, que Se manifesta nas Escrituras. A Bíblia precisa ser a autoridade final em todos os nossos ensinos. No momento em que o crente começa a duvidar da autoridade da Bíblia, sua confiabilidade e inspiração, começam a se abrir a todos os tipos de ilusões e erros. O mundo está cheio de pessoas que, tendo sido cristãos fortes, abandonaram a fé porque – encontrando coisas que não entendiam ou não apreciavam – começaram a questionar a validade e inspiração da Bíblia. Uma coisa é admitir que existem pontos na Bíblia que não entendemos, ou até nos parecem questionáveis; outra é duvidar da autoridade das Escrituras por causa delas.

Permanecendo nEle
Em quem devemos permanecer? Jo 5:38Jo 6:56Jo 8:31Jo 15:4-101Jo 2:14282Jo 9
A palavra traduzida como permanecer também pode ser traduzida como habitarviver emmorar em. É um conceito importante no Evangelho de João e em suas epístolas. Ocorre 25 vezes em 1 João e duas vezes em 2 João.
O conceito destaca que é importante permanecer no Filho, no Pai e no Espírito Santo. Uma relação correta com a Divindade é importantíssima. Também é importante permanecer na doutrina correta e na Palavra, porque isso afeta nossa relação com Deus. Realmente, esse parece ser um aspecto fundamental na epístola de João, porque ele temia o que esses falsos mestres e seus falsos ensinos podem fazer para a fé dos crentes.
Uma das promessas feitas aos que permanecem nEle é a vida eterna. O que nossa fé nos ofereceria se não tivéssemos essa promessa? Veja 1Co 15:1-19.
Para João, sem dúvida, um aspecto fundamental da fé cristã era a permanência no Senhor. Essa é simplesmente outra maneira de declarar que precisamos “andar na luz”, que precisamos viver em um relacionamento próximo com Jesus, que significa submeter diariamente a vida à Sua vontade, revelada pela Palavra e pela obra do Espírito Santo em nossa vida. Assim que começamos a desobedecer ao Senhor, assim que começamos a pensar que podemos resolver as coisas à parte de Deus, assim que começamos a emitir juízos negativos sobre aquelas porções da Bíblia de que não gostamos, estamos nos movendo em uma direção que, se não for interrompida, nos separará da relação de salvação com Jesus.

Leia 2 Pedro 2.
Pode-se suscitar a pergunta por que 1 João 2:29 é importante nesta discussão sobre falsos mestres. Obviamente, com o falso ensino sobre Jesus, um falso estilo de vida foi junto. É assim que costuma acontecer hoje. O ataque a uma doutrina do cristianismo leva ao questionamento de outras e, mais cedo ou mais tarde, não é só um raciocínio teórico que é afetado, mas existem reflexos em termos práticos. As pessoas não mais vivem de maneira justa. Um desastroso ciclo maligno começa, uma espiral descendente que só pode ser detida retornando ao Senhor, Seus ensinos e Sua vida exemplar.
“O Espírito não foi dado – nem nunca o poderia ser – a fim de sobrepor-Se à Escritura; pois esta explicitamente declara ser, ela mesma, a norma pela qual todo ensino e experiência devem ser aferidos. Diz o apóstolo João: ‘Não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus; porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo’ (1 Jo 4:1)” (O Grande Conflito, p. 7).

Postado Por Pr. Alair Alcântara

Sem Fronteiras

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails