domingo, 30 de setembro de 2012

Estudo IV - ANDANDO NA LUZ - GUARDANDO SEUS MANDAMENTOS


Por Pr. Alair Alcântara!!!



“Ora, sabemos que O temos conhecido por isto: se guardamos os Seus mandamentos” (1Jo 2:3).
Um pastor vinha aconselhando um casal.  O marido vinha mantendo casos extraconjugais, de fato, muitos. O marido tentava tranquilizar a situação dizendo à esposa que, embora saísse com outras mulheres, isso não significava que ele não a amava. De fato, ele dizia, ele a amava mais que qualquer outra.
Como se poderia esperar, as palavras dele – longe de resolver o problema – só o agravavam. Por quê? Porque, se você ama alguém, isso poderá ser visto por suas ações, não apenas pelo que você diz.
Aqui, João fala sobre o que significa conhecer e amar a Deus. Qualquer pessoa pode dizer que ama o Senhor. A pergunta é: de acordo com a Bíblia, como devemos revelar esse amor?

O que conhecemos? (1Jo 2:3-5)
A frase “sabemos que O temos conhecido por isto” aparece duas vezes nas passagens acima. De acordo com João, o que é que os cristãos conhecem?
Primeiramente, que chegaram a conhecer a Deus (v. 3) e, segundo, que “estão nEle” (v. 5). Considerando o que está em jogo – nossa vida eterna ou nossa destruição eterna (veja Jo 5:29) – essas são coisas importantes para se conhecer, não são?
Ao mesmo tempo, temos que ter o cuidado de não tornar o conhecimento em si o meio de salvação. De fato, era exatamente esse o tipo de heresia que João estava combatendo neste e em outros textos, a ideia de que o conhecimento sozinho traz redenção.
O conhecimento (gnosis) era uma palavra muito importante na religião antiga; um conceito importante no mundo religioso dos primeiros séculos depois de Cristo. Provavelmente, no segundo século, se transformou em uma heresia entre os cristãos chamada gnosticismo. No gnosticismo, havia pouca preocupação com o comportamento moral. A ênfase estava na experiência mística e mitos fantasiosos sobre Deus e a natureza da humanidade. A salvação era obtida através desse conhecimento secreto, e não através de um relacionamento de fé com o Senhor.
Qual é o conceito do Novo Testamento sobre o conhecimento? Mt 13:11Jo 17:3Rm 3:201Co 8:11Tm 2:41Jo 4:8

No Novo Testamento, conhecer ou conhecimento tem um significado teórico e teológico. Porém, também descreve relações. Conhecer a Deus significa manter um relacionamento íntimo com Ele. A obediência, o amor e o afastamento do pecado apontam para a existência desse relacionamento. Os lados teórico e experimental do conhecimento devem andar juntos.

Guardando os mandamentos (1Jo 2:3-5)
Uma pessoa pode dizer que conhece a Deus. De fato, muitos fazem assim, desde os dias de João. Muitos também fazem isso hoje. Mas falar é fácil.
Para João, qual era a evidência externa, a prova exterior, de que uma pessoa conhece a Deus?  Jo 14:1521Jo 15:101Jo 3:22241Jo 5:3Ap 12:17Apoc.14:12
Guardar os mandamentos era muito importante para João e é para Jesus. A expressão ocorre frequentemente nos escritos de João. Guardar os mandamentos é sinal de que conhecemos a Deus/Jesus e O amamos. Aqui, amor e obediência são relacionados. Esse verso pode se referir tanto a Deus, o Pai, como a Jesus e é um pouco ambígua – provavelmente de propósito. 1 João 2:4 afirma a mesma verdade em condições negativas, e pode se referir à falsa afirmação feita pelos que dizem que você pode vir a conhecer Deus e ainda negligenciar a guarda dos mandamentos. João ataca essa ideia em linguagem muito forte, chamando de mentiroso quem ensina assim.
O tipo de conhecimento de Deus de que a Bíblia fala não é um conhecimento de fatos, apenas. É o conhecimento que forma a base de uma relação de amor. Você não pode amar verdadeiramente alguém que não conhece. E se você ama uma pessoa, vai agir de certa maneira. Um homem que ama verdadeiramente a esposa não vai enganá-la. Ele pode professar dia e noite seu amor, mas se seus atos não revelam esse amor, usando as palavras de João, ele é “um mentiroso”.

Que faria Jesus? (1Jo 2:6-8)
Algum tempo atrás, houve uma moda passageira em que jovens cristãos usavam pulseiras com a pergunta: “Que faria Jesus?” Embora alguns zombassem da ideia, afirmando que era infantil, pelo menos era boa a lembrança de que, quando enfrentamos determinadas situações, devemos pensar no que faria Jesus e tentar fazer o mesmo.
Essa ideia se enquadra bem com o que João diz neste verso. A primeira parte de nossa passagem enfatiza que andar na luz e conhecer a Deus significa ser obediente. A segunda parte conclama os cristãos que desejam permanecer nEle a andar na luz e seguir o exemplo de Cristo em sua vida. Como podem fazer isto? Eles precisam descobrir como Jesus viveu e, diariamente, devem comparar sua conduta com a dEle.
Em outras palavras, “que faria Jesus?”

Embora a morte de Jesus e Sua ressurreição sejam o clímax dos Evangelhos, existem informações suficientes sobre os ensinos de Jesus e Sua vida para entendermos como um ser humano, idealmente, precisa viver.
É importante nos lembrarmos disso porque, às vezes, as pessoas querem pensar em Jesus como Salvador, Jesus como seu substituto, apenas, e não em Jesus como seu Senhor e exemplo. João aceitava Jesus tanto como Salvador como exemplo. Em 1 João 1:7 havia mencionado o sangue purificador de Cristo, que aponta para Sua morte na cruz em nosso lugar. De acordo com 1 João 2:2, Jesus é o sacrifício pelos nossos pecados. Ele é nosso substituto. Mas, nos versos que estamos estudando nesta semana, surge outro aspecto. A vida de Jesus foi exemplar. Devemos seguir Seus passos.

O novo mandamento

Depois de destacar a importância da obediência aos mandamentos (1Jo 2:3, 4), João introduz nos versos 7 e 8 a ideia de um “novo mandamento”. Que “novo mandamento” é esse? A resposta se encontra em João 13:34, em que aparece a mesma expressão: “novo mandamento”.
Procure entender no capítulo 13 de João o que é esse “novo mandamento”.
Depois de ter mostrado aos discípulos o que significa servir; isto é, rebaixar-Se e executar a humilde tarefa de lavar os pés de alguém, Jesus deu Seu “novo mandamento”. Seus discípulos deviam amar uns aos outros assim como Jesus os amava.
Situação semelhante acontece em 1 João 2:6-8. Depois de ter falado em andar como Jesus andava, João apontou para o mandamento de Jesus em João 13. É essa conexão literária com João 13:34, 35 que nos ajuda a desvendar o significado de 1 João 2:7, 8. O mandamento de que João está falando é o do amor fraternal.
Mas por que ele afirma que não dá um novo mandamento, mas um antigo? É porque o mandamento do amor ao próximo já estava presente no Antigo Testamento (Lv 19:18). Quando João escreveu sua epístola, “o novo mandamento de Jesus” de João 13:34 já existia havia muitos anos.
Mas, de certo modo, esse mandamento era novo porque era percebido continuamente na vida de Jesus (“nEle” [v. 6]) e devia ser visto em Seus seguidores (“e em vós” [v. 8]) de maneira sem precedentes por causa da nova era inaugurada com o primeiro advento de Jesus (“as trevas se vão dissipando, e a verdadeira luz já brilha”. ).
Finalmente, o conceito da lei de Deus liga a primeira parte de nossa passagem (1Jo 2:3-6) “com a segunda (1Jo 2:7, 8). Os mandamentos são resumidos no mandamento de amar uns aos outros. Andar na luz e andar como Jesus significa guardar os mandamentos e amar uns aos outros.

Amando os outros (1Jo 2:9-11)

O amor foi mencionado brevemente em 1 João 2:5. Obviamente, esse amor se refere ao nosso amor para com Deus, que se manifesta quando guardamos Seus mandamentos. O amor foi mencionado indiretamente na segunda parte de nossa passagem, o novo mandamento (v. 6-9). Mas o amor a nossos semelhantes cristãos é mencionado claramente na última parte de nosso parágrafo (v. 9-11). Ele também começa com a frase “aquele que diz”.
verso 9 faz uma declaração sobre o membro da igreja que odeia seu irmão. Essa pessoa está em trevas. O verso 10 mostra o lado positivo, isto é, aquele que ama seu irmão. O verso 11 volta ao ódio a um irmão. Essa pessoa não só anda em trevas, mas seus olhos foram cegados.
Em sua epístola, João está interessado principalmente na comunidade cristã. Isso não significa que ele nega o fato de que os cristãos são chamados a amar seus vizinhos e até aos inimigos; mas não é essa sua preocupação aqui. Ele tem outros problemas para resolver.
O ódio a um irmão é uma declaração forte, e podemos não gostar de aplicá-la a nós e ao nosso comportamento. Podemos preferir dizer que estamos irritados ou ofendidos; mas, frequentemente, as Escrituras aplicam o verbo odiar a situações que não usaríamos comumente hoje.
Como é usado o verbo odiar, e como deve ser entendido nos textos a seguir? Mt 6:24Mt 24:9, 10Lc 14:26Jo 3:20
Na Bíblia, ódio não se aplica apenas ao que hoje podemos chamar de ódio mas também a dar preferência a uma pessoa e não a outra ou a negligência de alguém. Em outras palavras, você não precisa menosprezar alguém para revelar “ódio”, como às vezes é entendido na Bíblia.

Andar na luz, que inclui a guarda dos mandamentos, viver de modo semelhante a Jesus e exercer amor é especialmente importante no fim da história do mundo. A lei de Deus está sendo desafiada, e a questão da adoração e a verdadeira obediência ao Criador terão ainda mais destaque. Nas Escrituras, são mencionados exemplos de pessoas que permaneceram fiéis mesmo sob as circunstâncias mais desafiadoras: José, os amigos de Daniel, o próprio Daniel e muitos outros. Mas o principal exemplo é Jesus. Devemos tomar a decisão de seguir Sua guia, não importando o preço.
“João nos diz que o verdadeiro amor a Deus se revelará na obediência a todos os Seus mandamentos. Não basta crer na teoria da verdade, fazer uma profissão de fé em Cristo, crer que Jesus não é um impostor, e que a religião da Bíblia não é uma fábula artificialmente composta. ... João não ensinou que a salvação devia ser adquirida pela obediência, mas que a obediência é fruto da fé e do amor” (Atos dos Apóstolos, p. 563).


Postado Por Pr. Alair Alcântara

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