quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Estudo III - ANDANDO NA LUZ - ABANDONANDO O PECADO


Por Pr. Alair Alcântara!!!



“Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1:9).

Em 1982, uma obra incomum de arte moderna foi posta em exibição. Era um revólver fixo a uma cadeira. A obra de arte podia ser vista sentando-se na cadeira e olhando diretamente para o cano da arma. O problema era que a arma estava carregada e ligada a um temporizador programado para disparar em um momento indeterminado dentro dos cem anos seguintes. Incrivelmente, as pessoas esperavam em filas para sentar e olhar para a mira da arma, embora soubessem que a arma poderia disparar a qualquer momento.

Isso é que significa tentar o destino!

Infelizmente, as pessoas fazem o mesmo com o pecado, achando que podem encará-lo e ainda sair ilesos. Ao contrário da arma, porém, o pecado – a menos que seja resolvido – as matará definitivamente.

A Luz

A luz é apenas um fenômeno físico, uma forma de energia formada de fótons. Mas João insiste em dizer que “Deus é luz”.

Que lição João quis ensinar ao dizer que “Deus é luz”? 1Jo 1:5. Veja também Sl 27:1Sl 36:9Mt 4:16Jo 3:191Tm 6:16

A palavra luz é usada em referência tanto a Jesus como ao Pai. A luz é a glória de Deus, e aponta para Ele como aquele que traz salvação. A imagem enfatiza também o conceito de verdade e revelação. E, especialmente em nosso contexto imediato, destaca Suas qualidades morais de justiça, santidade e perfeição (veja também 1Jo 2:9).

Por que João não se contenta em dizer que Deus é “luz”, mas acrescenta que “não há nEle treva nenhuma”?

Acrescentando essa frase, o apóstolo destaca a perfeição de Deus nos termos mais fortes possíveis e Sua separação do pecado. Ele não pode ser comparado aos deuses romanos ou gregos, em quem supostamente existiam virtudes e vícios combinados. Deus é pura santidade, pura bondade, pura justiça. Ele é, de certo modo, tão oposto ao pecado quanto as trevas são à luz.

A referência de João às trevas introduz um novo elemento, que abre o palco para a fase seguinte. Como seres caídos, afundados no pecado, os seres humanos pertencem por natureza à esfera das trevas, e não ao reino da luz. Se Deus é luz e nós estamos em trevas, não poderia ser maior o contraste entre nós e Deus, especialmente em termos de santidade e justiça.

O problema do pecado

A primeira epístola de 1João 1:6-10 forma uma unidade. Depois de sua declaração principal sobre o caráter de Deus, João menciona algumas crenças aparentemente existentes entre os crentes. São essas crenças que ele critica.
Estes cinco versos começam aproximadamente de maneira idêntica; isto é, com a frase “Se nós...”. Porém, notamos uma diferença fundamental entre eles.

A primeira declaração discute a comunhão com Deus. Muitas pessoas afirmam manter comunhão com Deus mas, em realidade, andam nas trevas, o que significa que realmente não caminham com Deus.

Em contraste (v. 7), andar na luz traz consigo a verdadeira comunhão. Os que fazem assim são purificados de seus pecados. Então, andar nas trevas significa viver em pecado. De acordo com João, viver em pecado e afirmar ter comunhão com Deus é mentira.

As duas afirmações seguintes, nos versos 8 e 10, também estão relacionadas com o pecado. Embora João fale contra a prática do pecado, ele é muito claro sobre a realidade desse mal em nossa vida. No verso 8, ele parece estar lidando com a crença de que os seres humanos não são pecadores, ensino contrário à mais básica doutrina cristã.

No verso 6, as pessoas estão mentindo. No verso 8, elas se enganam a si mesmas. No verso 10, elas tornam Deus um mentiroso. Obviamente, João entende a realidade e a seriedade do problema do pecado para a humanidade.

Respostas para o problema do pecado

Como João entende pecado? Em 1 João 3:4, ele compara o pecado com a iniquidade. De acordo com 1 João 5:17, pecado é injustiça ou mau procedimento. É o afastamento da vontade de Deus, revelada nas Escrituras. O pecado também é o oposto da verdade. Separa de Deus a pessoa que comete pecado, e essa alienação leva à morte espiritual. Pecado, no singular, pode apontar para a separação entre o pecador e Deus; no plural, os pecados podem apontar para os atos pecaminosos. Porém, vemos que uma coisa é certa: O pecado é real e, a menos que seja tratado, nos destruirá.

 1 João 1:7 , 9 contém promessas divinas a respeito da solução para o problema do pecado.

O perdão dos pecados se tornou possível graças à morte de Cristo na cruz, ao derramamento de Seu sangue como sacrifício. Porque transgredimos a lei e, portanto, merecemos a morte, Ele morreu em nosso lugar e nos libertou da condenação eterna que, de outra forma, nossa transgressão traria. Ainda mais, Seu sangue nos purifica de todo pecado.

Porém, do nosso lado, a confissão dos pecados é necessária. A palavra confessar, em 1 João 1:9 pode significar admitir e também reconhecer. O texto não menciona a quem os pecados precisam ser confessados. Certamente, Deus está envolvido, porque na parte seguinte do verso, ouvimos que se os pecados forem confessados, Deus é fiel e justo e os perdoará. Pode ser que a confissão inclua também confissão pública diante daqueles que foram prejudicados por nós; mesmo assim, o perdão vem de Deus, unicamente.
1 João 1:9 também tem a força de uma ordem. Devemos apresentar nossos pecados diante de Deus, e Ele nos perdoará e purificará. O pecado nos torna culpados; precisamos de perdão. O pecado nos deixa impuros; precisamos de purificação. Por Jesus, Deus abriu um caminho para que tenhamos ambas as coisas.

O alvo do cristão

Em 1 João 2:1, João nos chama a não pecar.

O chamado aqui para não pecarmos vem no contexto de andar na luz, apresentado com a declaração de que Deus é luz. Se quisermos viver em comunhão com Ele e com Seus filhos, devemos andar na luz, e andar na luz requer a renúncia do pecado.

João se dirige aos crentes com carinho e intimidade, chamando-os de “filhinhos” e conta-lhes uma razão para escrever sua epístola: Eles devem renunciar completamente ao pecado. Ao fazer isso, ele não está sugerindo que é possível uma existência completamente sem pecado, mas está pedindo que os cristãos se afastem de todo ato definido de pecado.

O alvo de um discípulo de Cristo é não pecar. Os cristãos devem admitir que são pecadores, mas devem procurar viver sem pecado.

Ao mesmo tempo, João não quer dar a ideia de que podemos estar perfeitamente sem pecado. Então, em sua advertência contra o pecado, ele diz: “Se... alguém pecar, temos Advogado...”. Esse é um claro reconhecimento da realidade do pecado na vida dos cristãos. Até mesmo cristãos consagrados e sinceros podem cometer pecados. Infelizmente, pecar é sempre uma possibilidade real para os membros da igreja. Então, eles precisam de ajuda. Precisam de alguém que os ajude a resistir à tentação, mas também precisam de alguém que intervenha por eles depois de pecarem.

O conforto dos cristãos

1João 2:1, 2 contém declarações maravilhosas que confortam os pecadores arrependidos e os enchem de esperança e coragem. Apesar do pecado e culpa e das consequências terríveis que frequentemente surgem por causa dos nossos pecados, existe uma solução. João já mencionou o perdão ou a purificação dos pecados. Agora, ele volta novamente a esse assunto, dizendo que esse perdão se torna possível por meio de Jesus.

Como? Primeiramente, Ele é nosso advogado, e intervém em nosso favor. Esse advogado é identificado como o Messias (“Cristo”), e nos é dito que Ele é justo. A justiça foi atribuída a Deus o Pai em 1 João 1:9. É atribuída ao Filho em 1 João 2:1, e é por causa de Seu caráter justo que Ele pode interceder por nós.

Em segundo lugar, nosso perdão está garantido porque, por meio de Sua morte sacrifical, Jesus efetuou propiciação, ou expiação; isso significa que Ele pagou a penalidade dos nossos pecados. A dívida que tínhamos, que nunca poderíamos pagar, Jesus a pagou por nós.

Então, João descreve Jesus como sacrifício e intercessor. No contexto do testemunho do Novo Testamento, isso significa que Jesus viveu entre nós sem pecado, morreu na cruz, ressuscitou e ascendeu ao Céu, onde intercede em nosso favor.

O termo parakletos, traduzido como advogado em 1 João 2, tem sido traduzido de diferentes formas; por exemplo, consolador, ajudador, advogado, mediador ou intercessor. É uma pessoa chamada para estar ao lado de outra e que se coloca em favor de outra pessoa. Um parakletos pode ser uma pessoa que ajuda um amigo. No Evangelho de João, o Espírito Santo é o ajudador. Na primeira Epístola de João, Jesus é o ajudador e intercessor.

Quando falamos em Jesus como nosso advogado, sentimos grande conforto no fato de que Ele nos ajuda a obter o perdão dos nossos pecados. Devemos ser cuidadosos em não dar a impressão de que o Pai é mau e severo e precisa ser persuadido por um intermediário a fim de nos perdoar. Esse quadro de Deus não é real. Foi Ele que enviou Jesus por nós (Jo 3:16). Também, alguns versos antes João diz que Ele é fiel e justo para nos perdoar e purificar (1Jo 1:9). Jesus não precisa apaziguar o Pai. Ao contrário, foi o Pai que revelou, em Jesus, Seu desejo de nos salvar.

 "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça’ (1Jo 1:9). As condições para se alcançar misericórdia de Deus são simples e razoáveis. O Senhor não requer que façamos alguma coisa penosa para alcançarmos perdão. Não precisamos fazer longas e exaustivas peregrinações nem praticar dolorosas penitências para nos encomendar ao Deus do Céu ou expiar nossa transgressão. Aquele que ‘confessa e deixa’ os seus pecados ‘alcançará misericórdia’ (Pv 28:13). Nos tribunais do Céu, Cristo está a interceder por Sua igreja – advogando a causa daqueles cujo preço de redenção Ele pagou com Seu próprio sangue. Séculos e eras nunca poderão diminuir a eficácia de Seu sacrifício expiatório. Nem a morte, nem a vida, altura ou profundidade, nada nos poderá separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus; não porque a Ele nos apeguemos com firmeza, mas porque Ele nos segura com Sua forte mão. Se nossa salvação dependesse de nossos próprios esforços, não nos poderíamos salvar; mas ela depende de alguém que está por trás de todas as promessas" ( Atos dos Apóstolos, p. 552, 553).

Postado Por Pr. Alair Alcântara

Sem Fronteiras

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