quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O que a Bíblia diz a respeito do culto pentecostal? (1)





Pessoas sinceras me perguntam, nessa época de confusão doutrinária que antecede a vinda do Senhor Jesus, sobre o “cair no Espírito” e a “unção do riso”, etc. Elas desejam aprender a sã doutrina. Questionam, não para tentar pôr este expoente em apuros, mas porque querem ter um posicionamento definido, seguro, sobre o assunto.

O motivo da dúvida desses irmãos é compreensível, pois, quando estudamos sobre o avivamento de Azusa Street, em Los Angeles (1906), e acerca do início da Assembleia de Deus no Brasil (1911), são comuns as menções a momentos em que irmãos caíam sob o poder de Deus ou riam sem parar. Mas uma coisa é cair por não suportar a glória de Deus, e outra é ser lançado ao chão por umshow-man. Uma coisa é alegrar-se na presença do Senhor, e outra é dar vazão a todo e qualquer tipo de manifestações, e ainda atribuí-las erroneamente ao Espírito Santo.

Ademais, as experiências relacionadas com o Movimento Pentecostal, ainda que envolvam santos como William Seymour e Gunnar Vingren, não devem ser supervalorizadas, a ponto de as equipararmos às incontestáveis verdades da Bíblia (Gl 1.6; 1 Co 15.1,2). Respeito esses pioneiros do pentecostalismo, porém, ao escrever este artigo, minha fonte — primária, inquestionável, primacial, infalível, inerrante — de autoridade continua sendo a Palavra de Deus (1 Co 4.6).

A Bíblia Sagrada é um livro de princípios, e estes devem ser considerados antes de qualquer análise de manifestações, independentemente das pessoas nelas envolvidas. E há vários princípios relacionados com o culto genuinamente pentecostal em 1 Coríntios 14.

O que diz a Palavra do Senhor em 1 Coríntios 14?
Primeiro: O propósito principal da manifestação multíplice do Espírito Santo em um culto coletivo a Deus é a edificação do seu povo (vv.4,5,12). Risos intermináveis e supostas quedas de poder edificam em quê?

Segundo:
 A faculdade do intelecto não pode ser desprezada no culto em que o Espírito Santo age (vv.15,20). Ninguém genuinamente usado pelo Espírito deixa de raciocinar normalmente, em um culto coletivo a Deus.

Terceiro:
 Um culto a Deus não deve levar os incrédulos a pensarem que os crentes estão loucos (v.23). O que pensam os não-crentes que assistem a certos vídeos disponíveis no YouTube, nos quais vemos pessoas caindo ao chão, rindo sem parar, rosnando, latindo, mugindo, rugindo, uivando e rolando umas sobre as outras?

Quarto:
 O culto coletivo deve ter ordem e decência; tudo deve ocorrer a seu tempo: louvor, exposição da Palavra, manifestações do Espírito (vv.26-28,40). Um culto que não tem ordem nem decência é dirigido pelo Espírito?

Quinto:
 No culto genuinamente pentecostal deve haver julgamento (segundo a reta justiça, conforme João 7.24), discernimento, a fim de se evitar falsificações (v.29). Leia também 1 Coríntios 2.15 e 1 João 4.1.

Sexto:
 Haja vista o espírito do profeta estar sujeito ao próprio profeta, é inadmissível que aconteçam manifestações consideradas do Espírito Santo em que pessoas fiquem fora de si (v.32).

Sétimo:
 O Deus que se manifesta no culto coletivo não é Deus de confusão, senão de paz (v.33). Quando umshow-man derruba pessoas carentes de uma bênção ou os seus supostos opositores com golpes de seu paletó, além da confusão que se instala no “culto”, tal atitude não é nada pacificadora. E quem recebe a glória, indutivamente, é o próprio show-man.

Oitavo:
 Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, deve reconhecer os mandamentos do Senhor (v.37). O leitor está disposto a submeter-se aos mandamentos do Senhor? Ou é um daqueles que, irresponsavelmente, dizem: “Não podemos pôr Deus em uma caixinha. Ele sempre faz coisa nova”. Mas, então, para que serve a Bíblia, para nada? Não é ela a nossa fonte máxima de autoridade? Perderam as Escrituras o primado? Não é mais a Palavra do Senhor a nossa regra de fé, de prática e de viver? Gálatas 1.8 perdeu a validade?

Diante dos princípios apresentados em 1 Coríntios 14 e passagens correlatas, não há como considerar o “cair no Espírito” e a “unção do riso” como manifestações genuinamente do Espírito Santo! 
Não nos enganemos. O verdadeiro avivamento só ocorre quando há submissão à Palavra de Deus e ao Deus da Palavra.

Postado Por Dc. Alair Alcântara

Sem Fronteiras

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