quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Estudo V - O Cumprimento da Promessa





 
"De repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem" (Atos 2:2-4). 

 O derramamento do Espírito Santo no Pentecostes veio em cumprimento do que o Senhor havia prometido antes de voltar ao Céu: que esses apóstolos e discípulos seriam "batizados com o Espírito Santo" (Atos 1:5)e receberiam "poder" (Luc. 24:49). O Espírito Santo veio sobre eles como havia sido prometido, e eles começaram a falar em outras línguas "as grandezas de Deus" (Atos 2:11). Que interessante e revelador que a primeira coisa que eles fizeram com esse dom tenha sido testemunhar sobre o Senhor. É evidente que esse foi apenas o início do que o Espírito Santo faria, e ainda está fazendo, para a igreja do Senhor. 

Esse grande evento foi a culminação de muitos outros eventos, todos centrados em torno da vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus. Entre esses eventos, estava também a preparação do povo de Deus para que estivessem prontos a receber esse maravilhoso derramamento do Céu. 

Fé e a Promessa 

"E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse Ele, de Mim ouvistes. Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias" (Atos 1:4, 5)

De acordo com Atos 1:4, os discípulos deveriam permanecer, ficar ou mesmo se assentar em Jerusalém até que se cumprisse a promessa. A ênfase na ordem para "esperar" ou "assentar-se" está no cumprimento da promessa de Deus em seu devido tempo. A espera em si não traria o Espírito. A palavra traduzida como "promessa" – epaggelia – como é usada em outras partes do Novo Testamento, enfatiza a graça de Deus em lugar do esforço humano. É dom de Deus, recebido pela fé. 

Naturalmente, a fé também é um dom de Deus (Efes. 2:8), mas existem coisas que os crentes podem fazer a fim de fortalecer sua fé. É muito tolo e presunçoso acreditar que só porque nos foi prometida a fé, nos seria dado tudo de que precisamos, sem esforço nem cooperação de nossa parte. Grandes coisas são prometidas aos que têm fé (Rom. 5:1Heb. 11:6), mas a fé é algo que os crentes devem apreciar, cultivar e proteger. 

Espera como preparação 

Estudamos os textos em que Jesus disse aos discípulos para permanecerem em Jerusalém. Foi exatamente isso que eles fizeram (Atos 1:12). Aqui, vemos imediatamente um dos grandes princípios da fé: obediência. Dificilmente se pode esperar que se cumpram as promessas aos que desobedecem a Deus. 

Que atitude entre os discípulos os habilitou a estar preparados para receber o derramamento do Espírito Santo? Atos 1:14Atos 2:1 e 46

Conta a história que o grande almirante inglês Lorde Nelson, justamente antes de uma grande batalha naval, levou dois oficiais que viviam às turras a um lugar em que podiam ver todos os navios do inimigo preparados para guerrear contra eles. "Lá", disse o almirante, "estão seus inimigos. Apertem as mãos e sejam amigos como bons ingleses". Em outras palavras, as questões em jogo eram grandes demais para que diferenças pessoais se atravessassem no caminho da vitória. 

Assim também, podemos ver como era importante a unidade entre esses discípulos que, anteriormente, nem sempre estiveram unidos.

O que havia causado dissensão entre os discípulos, no passado? Mar. 9:33 e 34Luc. 22:24 

O que os textos de Atos, acima, mostram é que, depois que os discípulos se uniram e não mais se esforçaram para buscar a posição mais elevada, o Espírito foi derramado. Eles estavam de comum acordo. As diferenças tinham sido afastadas. Tinham um alvo comum, propósito comum, muito mais importante do que qualquer questão pessoal. Eles tiveram que resolver essas coisas antes de estarem prontos para trabalhar juntos na missão comum. "Da multidão dos que creram era um o coração e a alma."(Atos 4:32). 

O cumprimento do Pentecostes 

"Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados" (Atos 2:1 e 2)

Pentecostes é derivado de uma palavra que significa "qüinquagésimo", uma referência aos 50 dias entre a Festa dos Pães Asmos e o Pentecostes – que é a Festa das Primícias. Nessa festa, os filhos de Israel apresentavam ao Senhor uma oferta movida da colheita de trigo, expressando gratidão pelos Seus benefícios materiais (Lev. 23:15-21). 

Os rabinos também haviam concluído que 50 dias depois do Êxodo, o Senhor havia dado a Israel a lei no Sinai. Assim, o festival também chegou a ser entendido entre os judeus como uma comemoração do Sinai. Nesse sentido, o Pentecostes comemorava a fundação das 12 tribos de Israel como nação que entrou em relação de aliança com o Senhor, "reino de sacerdotes e nação santa" (Exo. 19:6) que pregaria a verdade de Deus a um mundo mergulhado em pecado e idolatria. Como é adequado que esse dia de festa representasse uma fase decisiva para introduzir gradualmente a fundação da primeira igreja cristã, que também foi chamada para pregar a verdade de Deus a um mundo mergulhado em idolatria e pecado! 

Também é fascinante a respeito dessa época que, entre todos os festivais, o Pentecostes atraía o maior número de judeus de diferentes terras. Atos 2:5 fala de judeus devotos de "todas as nações debaixo do céu" que estavam lá. Que oportunidade perfeita para o incrível derramamento do Espírito Santo sobre a primeira igreja a fim de que estivesse pronta para cumprir sua missão para o mundo. 

O Céu e o derramamento 

 Leia Atos 2:22-35 e então, pense: 
    a. Que contraste Pedro fez entre Davi e Jesus? Qual era o argumento? 
    b. No discurso de Pedro, que papel teve a morte e a ressurreição de Cristo? 
    c. Qual foi a promessa do Pai? (v. 33). 
    d. Que evento incrível no Céu propiciou esse derramamento do Espírito Santo? 

"A ascensão de Cristo ao Céu foi, para Seus seguidores, um sinal de que estavam para receber a bênção prometida. Por ela deviam esperar antes de iniciarem a obra que lhes fora ordenada. Ao transpor as portas celestiais, foi Jesus entronizado em meio à adoração dos anjos. Tão logo foi esta cerimônia concluída, o Espírito Santo desceu em ricas torrentes sobre os discípulos, e Cristo foi de fato glorificado com aquela glória que tinha com o Pai desde toda a eternidade. O derramamento pentecostal foi uma comunicação do Céu de que a confirmação do Redentor havia sido feita. De conformidade com Sua promessa, Jesus enviara do Céu o Espírito Santo sobre Seus seguidores, em sinal de que Ele, como Sacerdote e Rei, recebera todo o poder no Céu e na Terra, tornando-Se o Ungido sobre Seu povo." –Atos dos Apóstolos, págs. 38, 39. 

O dom de línguas- Atos 2:5-15

Tente imaginar a cena. Judeus devotos de todo o mundo conhecido de então se reuniram (como faziam cada ano) para o grande festival quando, de repente – o que aconteceu? Um grupo de galileus, conhecidos como pessoas rudes do campo (não exatamente a elite sofisticada de Israel), de repente começaram a falar em todas essas línguas diferentes!  
  Pode-se imaginar a consternação dos que, de repente, os ouviam falar em seu próprio idioma. Eles ficaram tão confusos que, em determinado momento (Atos 2:13), alguém os acusou de estar "embriagados!", uma resposta tola, se você pensar nela. (Afinal, quantas pessoas sob a influência do álcool de repente começam a falar em línguas estrangeiras que nunca haviam conhecido antes?) 

Juntamente com o texto de Atos 2, leia Marcos 16:17, pois nos ajudam a entender o que significou o dom de línguas.
  
Em Atos 2, onde o dom de línguas foi mencionado pela primeira vez, é muito claro que "línguas" é a habilidade dotada pelo Espírito de falar em idiomas estrangeiros. De fato, a palavra traduzida como "língua" (como em 1 Coríntios 14) é glossa, que significa "idioma". Se usarmos o princípio de interpretação, em que as passagens difíceis são interpretadas com base nas mais simples, alguns dos textos mais difíceis que tratam com línguas (I Coríntios 14) precisam ser examinados levando em conta o que é claro – e é claro que, em Atos 2, o dom de línguas foi a habilidade de falar em línguas estrangeiras. Este ponto é importante, especialmente levando-se em conta o fenômeno hoje chamado "falar em línguas", em que as pessoas acreditam que a repetição de expressões vocais ininteligíveis sejam a manifestação do Espírito Santo. Certamente, não foi isso o que aconteceu no Pentecostes, quando o Espírito Santo foi derramado. 

"O Espírito Santo, assumindo a forma de línguas de fogo, repousou sobre a assembléia. Isto era um emblema do dom então outorgado aos discípulos, o qual os capacitava a falar com fluência línguas com as quais não tinham nunca tomado contato. A aparência de fogo significava o zelo fervente com que os apóstolos trabalhariam, e o poder que assistiria sua obra." – Atos dos Apóstolos, pág. 39. 
  
"Algumas dessas pessoas têm formas de culto a que chamam dons, e dizem que o Senhor os pôs na igreja. Têm um palavreado sem sentido a que chamam língua desconhecida, desconhecida não só ao homem, mas ao Senhor e a todo o Céu. Tais dons são manufaturados por homens e mulheres ajudados pelo grande enganador. O fanatismo, a exaltação, o falso falar línguas e os cultos ruidosos, têm sido considerados dons postos na igreja por Deus. Alguns têm sido iludidos a esse respeito." –Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, pág. 412.


Postado Por Dc. Alair Alcântara


Sem Fronteiras

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